segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"Que Deus me ajude a clarear o olhar da Justiça!"

Incrível como algumas fases se repetem em nossa vida! No ano passado, em novembro estava refletindo sôbre a Justiça, e escrevi no blog sôbre isto.Para quem quiser refletir junto, aqui vai o link : http://mulhernaidademadura.blogspot.com/2009/11/acordei-com-justica-ao-meu-lado.html

  Quero pedir aos meus amigos que me conhecem, que por 1 minuto façam uma oração por mim, pois nestas próximas semanas um processo estará sendo decidido e ameaça  penhorar minha casa.
   JUSTIÇA!  Devo confessar que ao refletir sôbre este conceito antigamente, eu o idealizava como algo incorruptível, e dos poderes, achava que era o mais importante, pois a Justiça nos defenderia de tudo que não fosse ela e garantiria nossa segurança diante dos que são oportunistas e aproveitam de sua demora por resolver os processos, para tirar vantagem própria, distorcendo a verdade que ficou camuflada pelas teias do tempo. Ultimamente sinto medo, pois os que tem seu trabalho dedicado a servir à Justiça, também podem ser corrompidos em seu nobre trabalho de representá-la - temos visto isto na TV - advogados espertos se habituam a defender os que querem "tirar proveito" dos que não tem muito dinheiro para contratar o serviço daqueles que saberão lidar com o que há de mais baixo no ser humano... e alguns juizes decidem como se não tivessem tido o trabalho de ler o processo todo, não tem tempo de chamar as pessoas e ouví-las, olhando em seus olhos e confrontando suas respostas com suas próprias contradições e mentiras.
   E, neste caso, um processo que chegou a ganhar a atenção devida em 2 instâncias, e tinha tudo para se resolver rapidamente( após 12 anos!), em última instância pode reverter a ponto de colocar quem estava cobrando uma dívida( nós), como o que deve pagá-la!! E tudo aconteceu porque nesta ocasião, nos desligamos do processo por estarmos enfrentando um período em que o artesanato e nossas viagens para vendê-lo foram afetadas pela doença do meu marido por um ano(reumatismo) e depois culminou numa cirurgia do coração ( 5 pontes), e pelo falecimento de minha mãe, após 2 anos de tratamento de um câncer e morando conosco. Neste período, não tivemos dinheiro para um excelente advogado, e nem muita disposição para pensarmos que era preciso mais do que os olhos da própria Justiça, sôbre o processo.Além diato, nunca nos habituamos a contar com o que não fosse nosso próprio trabalho para ganhar nossa vida com decência.  Mesmo ganhando por 2 vezes, quisemos fazer acordos, pois só queríamos o que era nosso, e não, enriquecer ilìcitamente. Eles prometeram que fariam acordo na frente do juiz, mas depois sumiram!(neste dia eu fiquei fora da sala de audiência). Tínhamos testemunhas, se não me falha a memória, que nem precisaram falar porque eles disseram que fariam acordos.
   Mas, isto não foi suficiente. Quem nos devia , foi conhecer nossa casa em Florianópolis, anos depois, e certamente encantou-se com a energia que havia nela e a localização privilegiada a 50 mts. da praia; conseguiram distorcer a verdade,com uma falsa alegação  de má fé (!!) que parece ter sido a única coisa a receber o olhar de quem nesta ocasião, pegou nosso processo em mãos com o poder de dar a última palavra.
    Após tudo isto, foi que finalmente entrei em depressão, minhas forças pareciam estar sendo sugadas pela terra e eu precisava do amor do filho, norinha e netinho que nos queriam junto deles. Foi quando viemos para o interior de São Paulo, provisoriamente, para tratamento de saúde e para dar e receber amor, ficando mais perto dos filhos. Nossa casa lá não poderia ser vendida, como precisamos para vivermos com dignidade e independência financeira, contudo, a mantemos lá como fonte de renda para nosso sustento, uma vez que a alugamos na temporada.E recebemos muito amor dos meninos( além do presente de convênios médicos).
    Foi neste tempo que estas pessoas mesquinhas e mentirosas aproveitaram para  "tirar vantagem", e pedir a penhora de nossa casa, para o pagamento da dívida que nunca tivemos,que é tudo o que temos após 40 anos de lutas e trabalho honesto, e tudo porque nem havíamos entendido que havia sido pedida a penhora! Não contestamos!! Não respondemos, a não ser, oferecendo terrenos em Paraty, que ela não aceitou. Tínhamos entendido que o juiz havia aceitado os terrenos!!
   Não, ele decidiu pela penhora e só soubemos disto na audiência (parece de conciliação) desta semana, em São Paulo! Foi um murro no estômago!
   Vocês não podem avaliar o que é ver uma pessoa ao seu lado numa audiência, querendo tomar o que foi seu lar e o que te garantiria dignidade e segurança na velhice, como se estivesse a falar de um pirulito, mas com olhos gananciosos e apoiando-se numa única mentira e...infelizmente, no julgamento da última instância(ocasião em que a justiça deveria estar realmente com a venda nos olhos!).
   Houve porém um milagre, que mesmo que tudo saia errado para nós, eu preciso contar aqui no meu blog, que é pra mim como um diário, onde escrevo sôbre o que me emociona! Eu tinha sido aconselhada a não abrir a boca, para não dizer besteiras e não complicar as coisas, pois sabemos que em presença da Lei, tudo que dissermos pode ser usado contra nós! quando não entendemos de leis e somos espontâneos!! Assim, eu me sentia como se houvesse ali uma rainha pronta a me cortar e fazer rolar minha cabeça! E que a juiza seria apenas sua executora. Contudo, a mulher que antes nos devia e me ameaçava agora, pediu a palavra e falou seus absurdos! A juiza disse que teria todo o tempo para nos ouvir! Ela certamente não queria cometer uma injustiça. Para mim, este foi o milagre! E agradeço a Deus, porque eu criei coragem e, desobedecendo ordens, pedi para ser ouvida também. Fiz o relato dos fatos. Não foi fácil falar, pois eu tremia muito diante da ameaça injusta e sem fundamento que é apenas causada pela poeira dos quase 15 anos desta espera e por nossa ingenuidade. Nos surpreendemos com a penhora. Meu filho e marido falaram também. E a mulher se traiu a si mesma, entrando em desesperada contradição por 3 vezes.

   Por meu marido querer cobrar uma dívida de 10 mil reais, estamos agora sendo ameaçados com uma cobrança de 270 mil!! Este é o risco que estou correndo por estes dias. A decisão vai ser tomada em menos de um mes. E tudo porque não ficamos com uma cópia de um pequenino documento que meu marido entregou ao advogado dela em confiança, porque não tínhamos advogado e meu marido é daqueles homens antigos que acreditam que negócios se fazem na palavra! Ele é um homem honesto.
    Eu tenho rezado e peço que meus amigos rezem uma só vez, comigo, para que Deus ilumine a mente desta juíza e dê sossego ao coração da mulher que quer fazer tanto mal com uma mentira e nem se apercebe disto!
Que ela encontre uma outra forma de "tirar vantagem".

   Texto Vera Alvarenga
  Foto: Catedral da Sé - Vera Alvarenga

sábado, 27 de novembro de 2010

" É meu tempo de poesias..."

É meu tempo de poesias...
Não porque me envaideça
de saber em rimas o que dizer
ou por chamar a mim, poetisa!
É só porque eu vivo dias,
em que, se não escrevo,
sinto que me falta o ar!
Preciso a compreensão das palavras,
da luz, antes que anoiteça,
da esperança que não agoniza
enquanto a verdade transpirar.
   As palavras não me aquecem
   como um abraço o faria,
   as rimas não dão a sentença
   que só a justa Justiça daria,
   mas aliviam meu peito e a alma,
   e traduzem os sentimentos
   que brotam do meu coração;
   ajudam a assimilar  desafios
   que me sacodem em momentos,
   quando me assombra a indignação
   do que não consigo compreender.

Foto e Texto: Vera Alvarenga

sábado, 20 de novembro de 2010

"Quanto tempo ainda tenho?..."

Quanto tempo ainda tenho
pra brincar?
e pra te ver franzir o cenho
quando trago do que sou e tenho,
os gestos que te fariam sorrir,
se tua face não trancasse
o sorriso que queria vir?
  Quantos dias eu podia
ainda tentar?
sem que o tempo me envelhecesse
sem que eu mesma me perdesse
no inglório afã de te resgatar
se na redoma te isolavas de novo
e a cada vez, após me amar?


Quanto tempo ainda tenho
de esperar ?
Pergunta a mulher, que sonha em mim,
cumprir seu destino, feliz enfim
de entregar-se a sorrir e amar,
por ser amada, não só na palavra
mas nos gestos e no olhar!
     Quanto tempo será... que ainda tenho?....
      para o que não depende de mim... pra viver a vida que não se vive só.
    
Foto e Poesia: Vera Alvarenga

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amor, paixão e amizade....

 Estive pensando... Às vezes, a gente esquece o que é ( ou fica triste quando ninguém nota o que podemos ser).
   O amor é algo sóbrio, construído aos poucos com a convivência, requer tempo, transpõe abismos, para no final ir nos ensinando a nos "dissolver" no outro, nos doar sem esperar retribuição, enfim, é algo difícil de se conseguir, se pensarmos no amor com seu significado maior. E, se o amor dissolve a gente... talvez, quando a gente morrer, o espírito, que é o divino em nós,um dia perderá sua individualidade para se dissolver no todo. Este é o amor espiritualizado. Outro tipo de amor, que a gente consegue viver com o/a companheiro/a, precisa de alimento para manter-se - amar faz a gente querer o bem para o outro e isto nos faz bem,mas a gente deseja ver o outro perto, quer também ser tocada por ele.
   E o apaixonar-se? Por que seria de menor importância? A gente se apaixona por quem nos faz bem, nos faz sentir especial. É intenso.
Quando alguém vê o que temos de bom, faz a gente se sentir especial, como na verdade a gente pensava que era. Se a gente se apaixona então, deve ser algo egoístico porque estamos a olhar, através do outro, para nós mesmos? Estamos só readquirindo a fé no melhor que há em nós? Não, porque também vemos o melhor do outro, é uma comunicação de coração a coração, ao qual o corpo responde e traz bem estar. Mas isto é maravilhoso, porque é a fé que pode nos mover nas melhores direções! E, às vezes, é este olhar posto em nós, o que nos salva! É reconhecer o divino que há em cada um.
   Muito semelhante a quando temos fé nos preceitos de uma religião, ou em Cristo que olhará para nós e nos salvará - é poder crer que temos em nós uma centelha divina, que nos faz sentir em estado de graça. Acreditarmos que não estamos sós, que Ele nos vê é, guardadas as proporções, algo semelhante a termos nosso apaixonamento correspondido. 

  A amizade,é uma das coisas mais fabulosas, embora frágil, não é? Frágil porque amanhã pode já não estar lá, não nos pertence e nem conhece sua força.Fabulosa, porque um amigo oferece a nós e nos trata com o melhor que crê ter em si. E crendo em nós, também nos devolve a fé. E quando há confiança e convivência necessária, crendo que é recíproca a amizade, se sentirá livre para eventualmente nos mostrar até alguma fraqueza, porque amigo oferece apoio e seria natural não temer pedi-lo. Então, crer que temos um amigo verdadeiro, nos fará viver um ideal do sentimento que pode nos elevar até onde nossa fé recuperada possa alcançar, e ao mesmo tempo, pode nos trazer de volta à terra, aos limites, sem que precisemos atolar na negatividade da crítica! 
  Se o amor é divino... apaixonar-se é fundamental ! ...mas como é chama, não pode arder eternamente! ora, então seria bom que aprendêssemos( todos os casais), a nos reapaixonar, reacender a chama! (quando possível)
   E a amizade, sem sombra de dúvidas agora percebo, seria o melhor sentimento a ser trazido para o relacionamento e preservado entre um casal, porque este sentimento permite o divino e o real, permite aceitar o outro como ele é mesmo que nos mostre suas falhas, nos traz um bem estar que se traduz em um sorriso que não conseguimos impedir que brote espontâneo no rosto, e ainda pode conter momentos de amor e paixão. A amizade acolhe mais docemente o que o outro é...ou será que é a bondade, que faz isto? Já não sei!! Kkk..................
    Conheço uma jovem mulher que me disse outro dia, que chegou a se questionar quando percebeu que todos viam a ela e ao marido, como grandes amigos,mais até do que marido e mulher. Pois, penso que felizes os casais que tem na amizade seu maior ponto de apoio! Tomara que tenham consciência da benção que tem nas mãos! 

Texto e foto : Vera Alvarenga

domingo, 14 de novembro de 2010

" O poeta ,,,"

   Estava molhando as plantas do jardim, como fazia três vezes por semana. Um dos bons momentos de seu dia, quando abstraía-se da realidade e concretude de seu dia a dia, e tornava-se parte da natureza que a rodeava. Antigamente era seu hábito, ao se aproximar das flores, aproveitar para meditar,enviar luz em pensamento para as pessoas que amava ou pensava estarem precisando de energia. Ela acreditava nestas coisas.
  Ultimamente porém, não conseguia ser tão bondosa, pois seu coração estava lhe pregando peças - ali no jardim, ele parecia criar asas e a fazia voar...quando isto ocorria, ela sorria, e logo balançava a cabeça como a reconhecer e se perdoar porque estivera assim divagando.
   Naquela tarde, por segundos, chegou mesmo a sentir estar sendo abraçada por ele...era o abraço sonhado, maduro, que parecia poder conter o mundo e todas as promessas que ambos já tinham desejado um dia e não pensavam mais poder colher.
   Era o abraço que os faria saber que, dali em diante, não precisariam mais procurar, pois teriam finalmente se encontrado!
   Sorriu e suspirou fundo, mas desta vez constatou com alguma tristeza que seus pés estavam novamente na terra molhada...e terra é realidade. O ar, a brisa, já não levavam suas asas a lugar nenhum. Ouviu um cumprimento... uma voz calma que parecia vir de um sonho, como o dela:
- Boa tarde, moça. Como é belo o amor!
  Era aquele senhor que vira algumas vezes, a tomar sol ao entardecer. Estava alí na calçada do outro lado da rua.
- Ai, meu Deus! o que diz este homem? estaria lá há muito tempo? Será que ele me "pegou" sorrindo assim feito boba, do nada? Que vergonha. Não, ele tá velhinho, nem me vê direito, me chamou de "moça"! Eu, com meus quase sessenta...
   Ela, recompondo-se do susto, respondeu com um aceno. Tinha notado, já outro dia, aquele senhor de olhar bondoso, a olhar para ela como se quisesse adivinhar seus pensamentos. Qualquer dia, ia atravessar a rua e conversar com ele. Parecia tão solitário como ela se sentia, às vezes. Logo, uma mulher veio buscá-lo e lá se foi o velho, mais velho que ela, em sua cadeira de rodas.
- Até logo, moça!
- Ah...até ...senhor!
   Dois dias depois, no final da tarde, do outro lado daquela pacata ruazinha do interior onde morava há poucos meses, ela viu a ambulância sair. Uma das vizinhas, parada bem em frente ao seu portão, lhe disse:
- A senhora viu que pena? Tão lúcido ele era ainda! Esta doença é assim mesmo.
- O que houve?
- O poeta, dona. O poeta morreu!
   Então ela soube. Teve certeza de que, mais do que ninguém, ele realmente a tinha visto. Só mesmo um poeta poderia tê-la compreendido.

Texto e foto: Vera Alvarenga

Às mães de meninas de quase 10 anos!

Book: mãe e filhaphoto © 2010 Luís Guilherme Fernandes Pereira | more info (via: Wylio)
Outro dia assisti encantada um programa na Globo News Saúde, que falava sôbre a primeira menstruação e tratamentos hormonais feitos hoje pelos ginecologistas, com o objetivo de diminuir os efeitos negativos de uma menstruação precoce.
Gente, maravilha, hoje a medicina está tão mais adiantada que o médico e a mãe podem juntos, saber por exames, se a menina por volta dos 10 anos ou até menos, já está para ter a primeira menstruação! Assim, poderão decidir se é o momento para evitar que esta primeira menstruação aconteça, visando proporcionar à adolescente, ainda tão criança, um pouco mais de tempo para que seu corpo se prepare, inclusive no que diz respeito a ossos e crescimento. Neste programa foi mostrado que uma garota com 1m.50cm de altura, estando para menstruar aos 10 anos, submeteu-se a um tratamento e acompanhamento médico e também apoio emocional da mãe, e, depois de um ano, quase aos 12 anos, já havia crescido 12 cm. a mais e se dizia sentir-se mais preparada para a menstruação. Parece estranho isto, como se a gente quisesse "deter" a "natureza", mas não é não!! Afinal, muitas garotas amadurecem muito mais rápido devido à problemas emocionais ou à responsabilidades, e outros fatores, mas poderiam ter mais apoio emocional para que a transição fosse feita num ritmo mais ameno e sem prejuízo ao seu desenvolvimento e até crescimento.
" No meu tempo" as mães não conversavam sôbre estas coisas conosco( sôbre muitas outras também!), até o dia que assustadas, percebíamos que estávamos sangrando!! E então, nos era dito que tínhamos nos tornado uma mulher ou uma "mocinha" e só.Bem, eu aceitei numa boa e não tive problemas para aceitar a menstruação como algo natural,mas com muitas meninas isto não acontece e elas passam a detestar a menstruação e/ou sofrem de cólicas terríveis, etc...
Não culpo minha mãe, porque naquele tempo os médicos sabiam muito menos a respeito das mulheres e não havia discussão destes assuntos nas revistas e internet. Eu, por exemplo, aos 10 anos já era mesmo uma "mocinha" em muitos sentidos, inclusive fisicamente e, não passei dos meus 1m e 50 cm de altura!!
Ah, então foi por isto que permaneci com esta altura, hein?! Todos achavam lindinho, eu era a "mignon"...mas posso garantir que preferia ter 12 cm a mais na altura, o que me teria evitado muitos problemas, inclusive talvez, a dor que sinto na articulação dos quadris, de vez em quando.
Hoje, a história é outra e a medicina está aí para esclarecer, além das orientadoras (psicólogas,etc.) que podem "ajudar" as mães a caminhar de mãos dadas com suas filhas, para que estas não se sintam tão só e perdidas no meio de tanta informação que pode ou não ser verdadeira.
E aí, mães e papais de meninas de 10 anos! Já conversaram com elas a respeito da primeira menstruação e do que elas precisam saber por vocês, de preferência? Já as levaram desde os 8 ou 9 anos a um ginecologista de confiança? E atenção, sempre estejam presentes na consulta, ao lado delas, o tempo todo! O tempo e a natureza não esperam!

Texto : Vera Alvarenga baseado em programa do Globo News Saúde.
Foto: Luis Guilherme F. Pereira - Flickr - retirada do Wylio.com

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"Cadê você, mulher perfeita?"

- Dou um doce se me disser no que estava pensando!
- Ah, você está aí?
- Não disfarce! me diga o que lembrava do passado que a fazia sorrir deste modo tão delicado?
- Não era no passado que eu estava...só estava imaginando coisas...ia ser tão bom, se acontecesse o que de repente me vem a mente,de vez em quando.
- mmm..... você parecia leve e feliz como uma pluma a deixar-se levar pela brisa. Por que esta cara agora?
- É porque você me fez voltar e, isto me traz saudades.
- Ah, agora está a lembrar de algo que viveu no passado! eu sabia que ele viria, mais cedo ou mais tarde, roubar-lhe o tempo, momentos preciosos que a gente só pode viver se entender que a vida só se faz aqui, no a..go..ra, no presente, mulher! Olhe para seu rosto, no reflexo do vidro do carro. Tá vendo? Olha bem. Esta é você. Aliás, sou sua fã, você é legal. Aceite o presente e viva nele. Não importa que sua pele esteja um pouco menos jovem, seca como esta folha...é o que você é, é sua vida, é você!
- Pare com isto,senhora maravilha! Você é chata! Sei o que sou e como estou. E, se quer saber, não estava a lembrar nada do passado, não senhora!
- Como não? Saudades a gente só tem de algo ou alguém com quem viveu momentos no passado!
- Vou lhe explicar...só desta vez. Sempre vivi, digamos, uma convicção - só podia viver daquela maneira, sentindo as coisas daquele modo. Contudo, o amor, a vida, nem sempre são como a gente pensa que deveriam ser. Não era tão real então, certo?
- Ah, sempre lhe digo isto! Realizar é bem diferente do que apenas sonhar!
- Sei disso, realizar, claro que seria melhor...nossa, como seria! Viver isto seria, seria... como somar as experiências todas, só para levar em conta as prioridades, entende? Seria como descobrir um segredo que todos querem, bem, não importa agora. Ilusão por ilusão, prefiro a que me faz sorrir, embora logo depois me traga esta saudade, que me deixa triste por uns minutos. Mas aí você sempre vem, e eu caio na real! Tá satisfeita agora?
- Estou sim. Seja ponderada. A gente só é feliz quando a alma está no presente, junto com o que se tem.
- Pois vou lhe dizer, não estava vivendo no passado, recordando o que não posso mais reviver! ...estava vivendo um sonho...que é real a cada vez que, por um segundo, me vejo nele...com ele, e então é tempo presente, e me deixa feliz, e o relógio para, não temos corpo, nem peso, a brisa sopra, nos sentimos leves e a magia se faz, como se o destino estivesse em nossas mãos, em meu coração, e minha alma se ilumina. Não posso evitar. Não preciso esquecer ou perdoar o passado, enquanto eu não precisar apagar o sonho presente.
- Você é tola! não tem juízo! Esqueceu tudo o que já estudou? Só se vive o presente, o que se tem na realidade...
- Você está surda? O que eu tenho, no presente, na realidade é unicamente este sonho! Não vê? Enquanto eu tiver forças para sonhá-lo, mesmo sem poder tocá-lo...é o meu sonho! Quando eu deixo que este sonho me toque , eu vivo, respiro em meu corpo, e ele reflete o que de melhor sempre houve em  mim. Sacou? E aí?....cadê você mulher perfeita!?...o que tem pra me dizer ainda?

Texto e foto: Vera Alvarenga

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

" ..então serei a mais corajosa das mulheres"!

Comentei algo no post de uma amiga (Jackie), que falava sôbre a importância de reagirmos e não nos fazermos de vítimas de nós mesmas.Quis trazer este comentário aqui.
Quando eu disse que aprendi muito este ano, não quis dizer que aprendi a dar a volta por cima e me transformei numa mulher mais forte!..kkk......ainda não, embora esteja muito melhor, ainda estou inconformada comigo mesma! Eu vejo todo mundo dizer aqui que se julgava vítima,agora descobriu que não é por aí,reagiu,ficou forte, aprendeu.. Comigo foi o contrário, fui na contramão !- A vida inteira fui forte,nada era suficientemente pesado, tudo podia vencer, eu tinha tudo!! ( mesmo quando por pouco tempo, só coloquei na mesa arroz e vagem, ou um peixe espada comprado com a moeda que encontramos na praia).Eu nunca fui vítima, porque achava que vivia a vida como uma aventura, com todas as consequências intrínsecas! Eu era apaixonada! e apaixonada pela vida!
Eu tinha tudo(mesmo quando lutava pelo amor) enquanto tinha fé e amor no MEU coração! Eu amo meu amado com todo o meu sentimento, com toda a nossa história, com todo o meu carinho,não preciso perdoá-lo, POIS SOU GRATA A ELE, POR TANTAS COISAS, mas preciso reencontrar minha paixão( esta palavra não exprime bem o que eu gostaria de dizer, porque "paixão" é conceito desvalorizado e estou falando de FÉ pela vida, algo que nos sustenta interiormente)!
Quando, aos quase 59 anos, não encontrei mais no MEU coração aquilo que me sustentava, me fazia renascer no meu próprio jardim, então me assustei e comecei a me ver como vítima, de mim, do outro, do meu próprio modo de levar a vida. Mais ainda quando me apaixonei por um sonho! O chão me faltou, tudo começou a me parecer sem sentido, e eu me vi como sou - tola, fraca, tão acostumada ao amor que eu sentia, que não sei ser , sem ele. Cheguei a desejar voar para outro jardim, achando que esta era a atitude a tomar. E não adianta tapar o sol com a peneira.Foi isto que ocorreu quando me cansei de "amar e respeitar" o outro mais do que ele me amava! Então, decidi que era tempo de amar a mim mesma! Outra ilusão...serve para colocar os pingos nos "is" e distrair o tempo, mas não "sustenta" (não a mim!) 
O que aprendi foi isto, a gente é vítima, quando não sente amor pelo outro como antes! Uau!! Será que é mais importante então, amar do que ser amada??? Que surpresa!!Claro que eu quero ser amada sem tanto egoísmo, com atitudes coerentes com as palavras, pois se deixei de amar como antes, porque não o era! Mas, juro, preciso REAVIVAR A PAIXÃO, encontrar em mim a alegria de poder entregar o amor em total confiança, e portanto, amar com "paixão", a ponto do amor poder sustentar-se a si mesmo, talvez! Que contradição!  A vida é tão boa pra mim, quero partilhar isto!   
     Então, ainda me emociono quando penso que me apaixonei por um sonho( e o que será esta vida, senão uma ilusão?), mas não vou me entregar... estou aprendendo, não a encontrar a lutadora que sempre fui, NÃO! mas a reencontrar dentro de mim mesma o amor, aquele sentimento de amor especial (ilusão ou não), que me sustentava interiormente, e que eu oferecia ao outro, pois minha natureza se acostumou a isto, a ser feliz, e sou mimada a este respeito, quero sentir-me de fato feliz como eu era, eu me fazia feliz porque acredito na felicidade! É a minha verdade! Quando eu não precisar mais apenas sonhar, e reencontrar esta minha essencia que me capacitava para amar do modo que eu amava, totalmente confiante e entregue, eu nem precisarei buscar a mulher lutadora dentro de mim, porque novamente estarei em paz, e terei a alegria serena que me fazia ser a mais corajosa das mulheres, embora saiba que não precisarei mais lutar!
Texto e foto : Vera Alvarenga

terça-feira, 2 de novembro de 2010

" O lago negro"

   O bruxo sentenciou: " Você só voltará a ser feliz, quando uma mulher olhar pra você com amor.."
...depois da transformação, o príncipe viu sua imagem no lago...o que ele realmente era, continuava apenas dentro dele, escondido sob aquela grotesca figura refletida na água.
   Não poderia mais aproximar-se das pessoas que amava, com o mesmo rosto que tivera antes, e assim desfigurado jamais receberia o olhar amoroso que lhe devolveria a alegria. Estava condenado à solidão.
   Sua dor foi tamanha, que seu rouco grito de tristeza ecoou na floresta e escureceu os céus! Todos se recolheram.
   Apenas um pássaro branco ficou ali, num tronco da árvore, a seu lado. Tocada pela dor daquele homem que temia perder o amor para sempre, a ave chorou com ele. Suas lágrimas caíram no lago, cuja água imediatamente ficou negra. E a ave disse:
   - "Jamais o bruxo que o condenou a este sofrimento poderá ver-se refletido aqui, e nunca mais poderá beber desta água para saciar sua própria sede insaciável." ..............

Texto e foto : Vera Alvarenga

  

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