terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fazendo um Borboletário...

 Às vezes penso que tenho um parafuso a menos.
Talvez este pouco de loucura, constante deslumbramento, é o que me salva da sensação de tédio da qual muito ouço falar, e/ou da minha própria sensibilidade que me traz por vezes, outra sensação - a de inadequação minha, ou de inconformismo perante algumas coisas.
   Mas enfim, como se não tivesse nada mais importante a fazer, lá estava eu, desde domingo, envolvida com "o fazer"  um BORBOLETÁRIO para os netinhos. O último que fiz foi para meus filhos, há muito e muito tempo.
Mas quem mandou aquela lagarta atravessar bem no meu caminho?
Assim, ao sair para a caminhada domingo, já catei uma caixa deixada na calçada por um bebedor de vinho( uma de minhas bebidas prediletas), já comprei um vasinho de mini palmeirinha ( alimento predileto das lagartas) e comecei a instalar (furar) ar condicionado na casa das Borboletas. Depois, foi só encontrar tinta que não tivesse endurecida por falta de uso, recortar as janelas, esperar 2ª feira para comprar a "transparência" que tamparia aberturas. Recortar algumas figuras de borboletas, foi fácil.
Difícil mesmo foi encontrar as taturanas, e saí à caça. Até o zelador do prédio se entusiasmou e encontrou uma ( afinal é Primavera!). O marido outra. Ao todo, 2 casulos prontos e 3 lagartas. Daria pro gasto.
Na hora de levar à casa dos netos, para surpresa minha, uma das lagartas havia desaparecido! Só restara a cabeça. Acabara de transformar-se em casulo, liso, brilhante, lindo. Foi muito rápido! Quando olhei, uma das pontas ainda se movia. Simples e incrível a natureza. Confesso que me divirto e sinto um prazer singelo mas consistente, com estas minhas pequenas loucuras. Elas me lembram que o milagre da vida é muito mais significante do que muitas vezes, parece que é. E lá fui eu. Começo da noite. Uma preguiça só, mas não podia deixar de levar pra eles. Meia hora depois, cheguei. Expliquei a tal "Experiência Científica de Observação" na qual eles teriam a oportunidade de ver as lagartas rastejantes transformarem-se em seres alados maravilhosos e também aprender a ter paciência pois, não se pode ajudar borboletas a saírem do casulo, sob pena de matá-las. É preciso respeitar o tempo de cada ser.
E então, voltei para casa. Pronto, estava terminado. Se o gato não empurrar a caixa para o chão, talvez eles possam ver um dos milagres da Natureza ocorrer em frente a seus olhos.
E, apesar de toda a ciência, internet, comunicação rápida e tecnologia, as borboletas ainda nascem dos casulos, da mesma forma que há muitos anos atrás.... o que nos lembra que a vida naturalmente bela e significativa tem um ritmo próprio, não este que a loucura massificante nos quer impor.

Texto e fotos: Vera Alvarenga.

  

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Precisei do Convênio Saúde hoje!!

" Me pelo de medo quando preciso ir a um Hospital" ...claro, não é um parque de diversões e quando lá vamos levar um familiar para ser atendido, ainda mais para o que tudo indica ser uma emergência,estamos apreensivos e gostaríamos de um atendimento melhor e mais rápido possível.
   Eu nem ia escrever aqui, por estar tão cansada, mas resolvi dar este depoimento. 
  Há 2 dias que meu marido não estava bem. Os sintomas que poderiam parecer um início de gripe ou um alimento que não lhe caiu devidamente, depois de 2 dias demonstraram não ser nada disto. Foram 2 dias de vômitos, excessiva fraqueza, palidez, aquele olhar de cachorro sem dono, necessidade de dormir, desconforto no estômago, extremidades muito frias e... ai,ai,ai...ele me disse: - "uma sensação aqui" (pondo a mão no peito).
Após a teimosia dele não querendo ir ao hospital, precisei dizer-lhe:
- Precisamos ver isto, meu bem, pode ser um ameaço de infarto, sem dor. Eles vão fazer os exames e medicá-lo a tempo de prevenir contra qualquer outro mal maior.Logo estaremos de volta. Ao que ele respondeu:
- NÃO É NO PEITO!! é... é... no esôfago! ( a gente conhece esta reação de quem não quer entregar os pontos e, vamos e venhamos, quem já tem 5 pontes no coração, como ele, e foi levado para o hospital sem dor naquele dia em que já ficou internado para a cirurgia de alto risco, tem todos os motivos para não querer pensar no pior.  O problema é que EU SEI, que infartos podem ocorrer sem dor e, prevenção e cuidar dos que a gente ama, é reação natural. Assim, com jeito insisti e tinha jurado que hoje iria levá-lo, à força, se preciso. Mas não precisou- ele não estava mesmo bem e resolveu ir.
   Agora é que vem a história - Chegamos na sala de Triagem às 12:22 HS. e ele foi chamado para a "consulta de emergência prioridade 2", duas horas depois -14:20hs.
   O convênio médico da UNIMED, que meu filho paga para nós ( e não é pouco) pelo livro de atendimentos da UNIMED nos possibilita sermos atendidos no Hospital Santa Paula. Contudo, a ficha dele demorou muito para ser aprovada porque eles precisavam pedir autorização na UNIMED. E o mesmo vi acontecer com outra senhora bem idosa que lá estava. 
  Depois que meu marido foi para o atendimento, este foi irrepreensível, 2 enfermeiros gentis fazendo eletro e aplicando soro, o médico diagnosticando " estar meu marido desidratado" e "um mal estar talvez por alguma coisa que comeu". Só isto, graças a Deus então, desta vez me enganei! e, com um eletro que não indicava problemas.
   Para terminar, quero comentar que penso que a administração inapropriada de recursos parece ser uma doença que espalhou-se como epidemia, como eu sempre digo, com muitos agindo assim sem punição. Convênios de Saúde são caros mas são NECESSÁRIOS! Ainda bem que existem,mas deviam nos atender melhor! Um hospital, eu bem sei ( já trabalhei num deles, há muitos e muitos anos atrás), NÃO PODE atender a todos, sem a garantia dos CONVÊNIOS! E são os convênios que nos vendem as promessas e garantem atendimento na rede de saúde que escolhemos. O atendimento do SUS, é pior, com hospitais e aparelhos QUEBRADOS, precisando de reforma ( não me digam que é melhor!). Enfim, algo deve ser mudado com relação a este atendimento tão falho na saúde tanto do município, quanto do Estado, quanto dos Convênios!
   Estou feliz por meu marido não estar enfartado! por estarmos aqui em casa novamente depois de 4 hs. de hospital. Estamos aqui, vamos descansar e amanhã, do nosso "ninho" aqui no puleiro ...rs... veremos os pássaros virem tomar o café no nosso terraço.
foto e texto: Vera Alvarenga
 

sábado, 8 de setembro de 2012

Pode me informar, quem pintou isto?

  Às vezes ainda me surpreendo pensando se Deus brinca com a gente... ou quem sabe na sua onipresença e grandiosidade seria impessoal, não nos ouve, seríamos infantis em pensar o contrário... Talvez, a culpa seja mesmo da gente - tudo acontece porque a gente reza, pede, ora e, de repente, começa a ver coisas, e pensa que foi Ele que nos enviou o que pedimos, e então... Bem, algumas vezes dá certo, outras não! E outras ainda, a gente chega a vislumbrar, e sente tão de perto como se experimentasse uma lambida de um sorvete em dia de secura, calor e sede, para depois ver que alguém passou tão rápido e levou a delícia embora, deixando a gente ali, com "cara de tacho". E tudo que parecia que ia mudar, agora parece que permaneceu no mesmo( mas nunca é o mesmo). Seria o Tempo, este que nos roubou o que era quase como uma promessa a se realizar? E se não era, por que veio? Passam no nosso nariz, quando já não esperamos,tantas coisas que parecem sinais de que tudo vai mudar para melhor e depois... Seríamos nós os eternos atrapalhados?
   Não sei responder. E seguimos tentando acertar o passo. E quando estamos assim, começando a girar em volta da mesma dúvida, a respeito de Deus, ou dos homens... ou pelo menos quando eu estou assim, com pena de não ter tido asas para voar para um mundo novo, sem guerras, sem pequenas e constantes traições, com mais amor e lealdade, sensibilidade e reconhecimento, me sinto meio perdida na minha ignorância, como se soubesse que por causa dela me escapa um segredo...então recolho asas imaginárias e começo a olhar atentamente para os detalhes do que exista ali ao meu redor, aos meus pés, ou logo acima da cabeça, ou ao alcance da mão. Procuro ali ( como quem busca um sinal ou a mão Dele) pela beleza e a ela me agarro se a encontrar... 
   ...E a encontro... por vezes, me surpreendo porque ela está ali, mas não é aquela óbvia, é outra, uma beleza delicada, sutil, dentro da outra que se vê mais facilmente. Um sinal. E este pelo menos tenho certeza, de que me conta da existência Dele, porque, sem sombra de dúvida, quem poderia criar deste modo, colocando o belo onde não esperamos, ou ainda ao alcance de nossos sentidos? Só pra não deixar morrer a nossa fé, a esperança....
Foto e texto: Vera Alvarenga
Música Amelinha - do youtube

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