domingo, 18 de agosto de 2013

Um grande prazer compensa o seu contrário...


- Nossa! como eu gosto de comer bem!
  Comer uma comida bem temperada, no ponto como se diz, saborear com calma e prazer um prato que a gente aprecia, tendo sido bem feito, é realmente muito bom. Comer, nestas circunstâncias, não apenas para matar a fome mas porque apreciamos aquele manjar que, por vezes chamamos de manjar dos deuses é, de fato, um dos maiores prazeres.
  É quando vejo que sou mais carne e osso do que um ser espiritual. Minha concretude quase grita de prazer ao provar o cardápio escolhido e, como sou grata às pessoas e à Deus por poder sentir este prazer.
  Pensando nisto, até entendo um pouco os homens meio primitivos quando inventaram esta história de "comer" quando se relaciona a sexo. Sim, porque sexo é outro dos grandes prazeres que alguns de nós podemos escolher ou, por sorte, empenho e atributos físicos e emocionais, nos é dado sentir.
  Esquecendo o sexo, por hora, e voltando ao prazer de saborear um prato que apreciamos, o de hoje foi "Filé de Peixe com Batatas e Alcaparras", salada, arroz e vinho, o qual eu comecei a tomar logo que fui preparar o prato. Isto foi às 15:30 hs, quando chegávamos com fome e cansados de ver coisas mal feitas pelos dois pedreiros que meu marido contratou para reformar nosso apartamento acreditando que fossem profissionais responsáveis.
  Céus! como existem profissionais que na verdade nem o são, e fazem do trabalho algo apenas para matar a fome! Sem preocupar-se com a qualidade do serviço prestado e com o orgulho que poderiam sentir se fizessem o mesmo com interesse, criatividade e disposição de dar o seu melhor naquilo que estão fazendo e, que é a sua vida, afinal de contas!
  Um dos pedreiros foi pego nos roubando descaradamente, com 6 caixas fechadas de piso, metros de fios e mais algumas miudezas, já dentro de seu carro. Depois demos por falta de mais material. O outro, nos roubou o sossego e a confiança, que foi pro brejo, depois de vermos como fez o acabamento e por ter nos enrolado por duas semanas dizendo que ia providenciar um ajudante melhor. E não o fez. Assim, nossa mudança está marcada e temos ainda de contratar outro profissional para refazer e terminar algumas coisas, antes que armário e piso possam ser colocados. Não sei como vai ser esta mudança desta vez, mas, como as outras, havemos de dar um jeito. Porque, como costumo dizer...só para a dor e a morte não se tem jeito.
   Não importa qual a profissão que se escolha ou o que quer que seja que a gente resolva fazer, temos de fazê-lo com real interesse. Erros ou acidentes podem acontecer, é claro, como posso às vezes, colocar um pouco mais de sal na comida ou não gostar de uma receita que invento e faço pela primeira vez. Contudo, a incompetência vindo do desinteresse e falta de compromisso com o que se faz e com aquilo que você propõe fazer a outro por um preço combinado, não tem perdão! Ah! e não me venham dizer que o perdão é algo nobre. Sim, é claro que é! É algo para os que erram apesar de ter tentado ou para aqueles que se arrependem, e procuram consertar o erro. Entretanto, para os que optam por ser desonestos, folgados e fogem dos compromissos com outros, sem medir consequências nem se preocupar com o prejuízo de toda sorte que causam para aqueles que, muitas vezes se sacrificam para obter seus serviços e contam com ele ... para estes, confesso, minha concretude, provada ao confessar o quanto uma boa comida me dá prazer, custa a desculpar.
  Para muitos profissionais assim fajutos que se apresentam como profissionais sem ao menos saber o que isto representa, o dinheiro de outros, o tempo e a paciência lhes parece cair dos céus ou dar em árvores! E não é assim!
   Ainda bem que ao voltar do apartamento, que deveria estar "um brinco" pelo que investimos em dinheiro e expectativas, resolvi fazer aquele peixe... e dei o melhor de minha atenção, pois o prazer ao saboreá-lo nos fez esquecer de tudo o mais, e lembrar com gratidão dos que de um modo ou outro nos proporcionam este tipo de prazer, que encanta os sentidos de nossa concreta humanidade... Com eles eu gostaria de compartilhar minha prazerosa refeição, com orgulho sim, de ter feito o meu melhor.

Texto e foto: Vera Alvarenga.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Eu desisto...






Por que as gravadoras hoje incentivam tanto,  músicas sem qualidade?

Procurei esta música no Youtube, porque estava com esta frase/sentimento repetindo-se em minha mente...
Para cada um em seu momento, uma frase pode ter diferentes significados...
Eu desisto....
não existe este amanhã que eu procurava....

Pensei que teria algumas coisas para dizer e que esta música seria apenas um acompanhamento...
mas depois de ouví-la e sentí-la, não tenho mais nada a dizer...Esta música é linda e já diz tudo.
Apenas lamento que algumas gravadoras incentivem tanto hoje, músicas sem qualidade, como se não fossemos capazes de fazer coisa melhor!

Músicas: Viagem e Universo em teu corpo - interpretadas por Taiguara.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Como se o tempo fosse acabar...


Ao mesmo tempo que fechou a porta, silenciou os pensamentos.
Trazia um copo de vinho e movia-se devagar, para não assustar as delicadas lembranças. Não de alguma coisa específica, mas de um jeito de sentir-se.
Acendeu a vela que estava guardada há tempo e a colocou ali, displicentemente, ao lado. Do vidro maior deixou cair os cristais coloridos da cor que ela mais gostava. E daquele vidrinho menor, retirou a tampa empoeirada e derramou gotas do óleo essencial perfumado...
- Ah! a luz! Apagou-a.
 Agora sim, a realidade deixada de lado por instantes devolvia o clima necessário para o momento. E a realidade bem que podia ser deixada de fora, porque o que importava agora, era o sentir... sentir o prazer de proporcionar ao corpo, que já não era mais belo nem jovem, o toque quente e macio e, aos sentidos, a delícia de pequenos e raros prazeres... Era importante também o não sentir... não sentir pressa, não sentir-se pressionada a falar ou funcionar num ritmo que não fosse aquele, que iria pacificar seu coração.
  O coração, quando jovem, esteve correndo por si, pelos outros, pela vida! Por circunstâncias e cobranças, para cumprir prazos, chegar em algum lugar... onde estaria seu amor a lhe esperar? Por um encontro, finalmente um verdadeiro encontro, talvez? Um encontro de entrega, de paz, de deixar-se ficar?
Ah! mas a vida é feita de fugazes encontros. Momentos raros, gotas preciosas e essenciais, ela sabia.
 E soubera apreciar os que tivera.
Inspirou devagar, como se quisesse provar, aos poucos, daquilo que era especialmente bom.
E era...embora estivesse sozinha. E ainda que tivesse se acostumado a ver sentido nas coisas só quando estavam sendo compartilhadas, aquilo era bom. Recostou-se, tomou um gole do vinho...
À meia luz tudo era ... era... como tinha de ser. E simplesmente relaxar... que luxo!
Afastou um pensamento conhecido:
- Ah! mas seria muito melhor se ele estivesse...
Não. Por esta vez não ia se deixar abalar por sua convicção de que estar ali, sozinha,  não era o bastante. Colocou o roupão de lado e pôs os pés na água. A temperatura estava excelente - quente - era assim que gostava do banho naquela estação do ano.
Aquilo era também uma despedida. Aquela hidro tinha estado sempre lá, por anos, e quase não houvera tempo ou disposição para curtir o que hoje decidira aproveitar, pela última vez, antes da mudança.
Tanta coisa a interferir, a nos levar para as raias das corridas como se fossemos cavalos selvagens...
Assustou-se. De repente o telefone tocou. Assustou-se porque sabia que tudo aquilo que mal tinha começado já ia chegar ao fim. Assim, sem mais nem menos, só porque ela tinha esta mania de atender a tudo como se... como se o tempo fosse acabar.
Sentiu frio ao levantar-se da água e então, se deu conta. O tempo estava mesmo se acabando! Já era hora de algumas escolhas.
- Não, sinto muito...desta vez não!
- Mas e se for um dos ... E então, riu de si mesma.
- Pára com isto sua louca! ... nada vai acontecer com quem quer que seja, que não possa esperar.Tenho um encontro, um destes instantes que perfumam a vida.
E lentamente deixou-se ficar naquela lânguida paz.... consigo mesma...

Foto retirada do google. Texto: Vera Alvarenga.

sábado, 10 de agosto de 2013

Amado

Algumas músicas, em determinados momentos, são como uma extensão dos sentimentos...
suas notas, as palavras, parecem dançar em nós e dali sair como um suspiro,
um desabafo, um soluço, uma canção nascida ali no peito...
e por vezes, é só o que resta...uma constatação
do que existe apenas como um desejo... um sonho...
uma quimera que mora no coração...
e para sempre ali se encerra...






Música: Amado..canta Vanessa da Mata
Texto: Vera Alvarenga. 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Embaraços de uma pretensa escritora...

Escrevi mais um livro infanto juvenil, já há algum tempo. E ele é bom. Sim, podia virar filme... e dirigido por Spielberg ficaria maravilhoso!
Tem 80 páginas e se trata de uma aventura encantada, onde a garota...bem, não posso contar, ainda.
Há dias, meses, que o estou preparando a fim de enviar a algumas editoras. Então, fui seguindo passo a passo, primeiro revisando, depois registrando na Biblioteca Nacional, depois procurando por editoras que estejam recebendo originais...porque algumas não estão, outras podem demorar até 2 anos para dar uma resposta, e um amigo me disse que o setor editorial está em crise... mas enfim, escolhi uma, para a primeira tentativa. E ela pede exclusividade por algum tempo. É justo.
Contudo, hoje me deparei com um problema que me deixou "presa" entre uma palavra e outra. Por ignorância minha, lá fiquei eu a olhar surpresa para as duas palavras que fazem parte de uma exigência que devo cumprir, sem saber o que fazer - pedem-me uma "sinopse" e um "sumário". E eu que pensei que fossem dois modos diferentes de dizermos a mesma coisa, ou coisa bem semelhante!
Mas, certamente não é, ou não teriam me pedido isto, não é mesmo?
Então, lá fui eu, entre uma providência e outra do dia a dia de quem está finalizando uma reforma de apartamento, procurar no Google, Dicionário, Wikipédia, Fóruns, etc.. o que cada coisa significava.
Complicado isto. Wikipédia começa assim: " um sumário, por vezes chamado de sinopse"...Ui ! mas lá aprendo que são diferentes de um resumo. Já é um passo.
Uma coisa leva a outra e, entre uma saída e outra, vou lendo sobre o assunto em diferentes lugares, em diferentes momentos, até quase tratados sobre o assunto ( o que em parte me alivia porque descubro que não sou só eu que não sabe distinguir muito bem a diferença). E é claro, é preciso que eu saiba o que fazer "EXATAMENTE" porque se eu não cumprir com as "normas" para avaliação do original, o meu pobre livro, pobre porque deixado nesta situação, mas muito bom por sinal, nem ao menos irá para avaliação.
Bem, sonhar é possível, e é coisa para os sonhadores como nós, artistas ou escritores. Mas, dá uma sensação de impotência já que desde o início da tentativa não sabemos, na verdade, o que é exigido exatamente de nós, uma vez que há divergências no modo como nos indicam que deva se fazer cada coisa...    E há textos tão complexos que não compreendi. E também li que..." os grupos de revisão podem desenvolver políticas próprias sobre o processo de elaboração de sinopses". Isto em parte é bom, porque se eles podem, penso eu, que eu também possa...rs... Mas não, não é assim.
Mais um dia passou num piscar de olhos e fico pensando que, na próxima encarnação, vou nascer com sensibilidade artística novamente mas... vou começar a ler desde criança, talvez meu pai seja o dono de um sebo ou livraria... rs...além de incentivar minha sensibilidade como já o fez este que tive... terei uma excelente memória e quero ser uma grande escritora. Tão grande que meu editor não me peça uma sinopse! Tão boa que não eu, mas minhas palavras é que vão emocionar, e estarão perfeitamente arrumadas em contos e textos que encantarão uns, farão outros refletirem, divertirão ainda mais alguns e sempre lembrarão um pouco do belo e de amor aos que as lerem. Além disto, pelo menos 2 livros se transformarão em filmes que vão emocionar ( eu me emociono com alguns livros e filmes, principalmente como os encantados ou como o " A menina que roubava livros").
Bem, mas enquanto este tempo não chega, lá vou eu aprender o que fazer destas duas palavras.

Uma coisa é certa. Se meu livro não for aprovado para publicação em nenhuma editora, de todo modo, para servir de consolo, eu poderei pensar que talvez...só talvez... ele não tenha sido nem considerado e levado para avaliação só porque eu não soube, de verdade, o que eles queriam de mim, além da minha história...rs...

Texto e foto: Vera Alvarenga
Para pesquisa sugiro, entre outros... : http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86501998000200011
Achei um tanto confuso...: http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_professor_virtual_perguntas_00092.html

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