sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Mais um momento de gratidão...

Novamente sinto gratidão!
Sou uma mulher sensível e emocional, mesmo que por vezes pense que minhas emoções estão adormecidas ou que as tenho sob controle.
   Como sou grata a Deus por poder, muitas vezes, continuar a acompanhar com alegria os passos, conquistas ou vitórias que meus filhos, cada um a seu modo, alcançam por seus esforços e pela graça de Deus! Eles tem me dado muitas alegrias. 
   Parabéns Rodrigo, por ter concluído seu Mestrado em Economia. Valeu seu esforço e desejo de realizar algo mais em sua vida para uma qualidade de vida melhor para você e sua família, e para uma realização pessoal que será, tenho certeza, algo que compartilhará também com outras pessoas. Valeu por sua fé!  Parabéns filho!
  Meu coração de mãe agradece a Deus por cada conquista deles, mas também quando os vejo em meio a suas batalhas e, mesmo assim não se acomodam apenas ao mais fácil, mas continuam desejando fazer seu melhor sem prejudicar outros, ou dividindo com outros seus valores e se esforçando para uma vida de realizações no bem. Como mãe, os vejo vitoriosos quando fazem suas escolhas dentro de um padrão de valores onde amor, valores humanitários  e respeito são os principais pontos que norteiam seus caminhos.  
  Nós, os pais, sempre somos gratos por ainda estarmos aqui e podermos compartilhar com os filhos, os momentos de alegria!

foto/texto:Vera Alvarenga

domingo, 9 de novembro de 2014

Voar...para sacudir o peso da terra nas asas...


Quando leio, meio que converso com aquele que escreveu o texto, que mexeu comigo  por alguma estranha razão. Às vezes, nem tão estranha assim. Estranhamento é o que já senti quando li, por sugestão de Sérgio Marcondes ,um amigo do Dihitt, as primeiras crônicas de Clarice Lispector. Não as primeiras que ela escreveu mas que eu tive oportunidade de ler.
   Nossa! Parecia então que sentíamos as mesmas sensações, emoções e aceitação descontente diante de algumas coisas da vida.
  Mas voltando ao que dizia, comecei a escrever algumas de minhas crônicas inspiradas em crônicas de alguns escritores. Não que eu tenha, só agora, começado a fazer isto. Como comentei, já conversava com eles e até discutia, há muito tempo. Só que estou numa fase de escrever sobre o que nossas conversas me inspiram, não mais sobre o que sinto ou meus segredos. É só isto.     Não pensem que copio trechos e idéias, por favor, porque não me atrevo a assinar aquilo que não seja meu, embora saiba, como eles sabiam ao escrever, que nada é só meu ou seu, tudo neste mundo é mais ou menos "nosso" levando em conta os que vieram antes de nós e a forma como estamos interligados nesta trama da vida...tudo vem de algum ponto anterior e então segue adiante. O que acontece é que uma frase algumas vezes me leva a caminhos totalmente diferentes, outras vezes, a uma visão do assunto de um outro ângulo   .
  Certamente eles me inspiram, porque sozinha poderia não ter a idéia de discutir tais assuntos, naquele momento.  E eles me dão ampla liberdade de deixar minha mente voar por estes temas que eles sim, desenvolveram tão bem e eu apenas com eles me distraio. Voar é mesmo próprio de quem tem asas nos pés, como voava Mercúrio, regente do meu signo. E voar em pensamento é natural a quem tem asas atrofiadas como as minhas. Não por culpa de ninguém, não! Atrofiadas porque sou humana e responsável, e não me cabe, nesta condição, voar.
  E eu jamais voaria como as águias, em vôos solitários, nem como andorinhas que seguem o bando num desenho pré fixado, organizado com eficiência e maestria para que tudo corra bem e dentro do esperado.
  Coube-me, contudo, sentir-me livre e libertar aqueles com quem convivi.
  Sou o tipo de asas que ao retornar de um vôo solitário iria logo querer contar o que vi e então insistiria a convidar meu parceiro para o próximo vôo. Estive habituada até agora, a voar somente até as alturas que me possibilitassem voltar aos meus, sempre que ouvisse seu pio. Sempre voltei rapidamente com o alimento no bico.
   Lembro-me como conversei incansavelmente, seja com palavras ou  silêncios com aquele Fernão Capelo, o gaivota! Me impressionou tanto conhecê-lo que fiz até um quadro para ele e o levei à uma exposição de minhas artes, certa vez. Ah! como ele, venho de muito tempo sofrendo acidentes de vôo, desmaios até, quando mais nova, bico amassado, asas estrupiadas, e vertigens, tudo porque também tenho um corpo muito mais pesado do que meu desejo de leveza!
   Gosto de um ninho macio e acolhedor e não apenas do ar. Contudo, preciso dele. Preciso bater minhas asas livremente no ar, e dançar acima de todas as coisas. Acima do barro, da poeira,do cheiro da fumaça que queimou os sonhos e ninhos de tantos, do odor da morte, e até  dos espinhos que por vezes vem junto com a ramagem com a qual renovamos a almofada do ninho, pois que renovar o ninho é exigência da vida, do contrário os fungos, mofo e piolhos tomarão conta de tudo. Não quero voar acima de tudo, por me achar distante ou melhor do que os que aqui estão.
   Sem comparar-me a ninguém, vôo, nem que seja nos sonhos ou na escrita, porque necessito! Porque me pesam minhas asas que sujo na terra onde moro e tenho uma vaga lembrança de que elas já foram muito mais leves, outrora.
   E quando voo, só quando voo, posso sorrir e brincar, e ser tão lúdica quanto era quando tinha meus filhotes e ninguém me observava. Posso abrir meu peito e gritar o amor que desejo, que sinto ou que me falta, deixar toda a luz sair de lá e viajar como raios até o coração do mais confiável dos amantes, ou dos meus mais queridos familiares, e ainda, ser tão sonhadora quanto a mais tola das mulheres...
   Êpa!nem sei porque fiz a comparação...afinal, era de uma ave que falávamos ou de uma mulher???

Texto e foto: Vera Alvarenga

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Eu que não queria ser urubu...

- "Quando poderias ter tido asas, minha velha?" Perguntou-me ela, sem ao menos esperar resposta, tal como aquele homem que um dia perguntou-se quando poderia ser um urubu.
   Eu que não queria ser um urubu! A única vez que os achei menos deprimentes foi quando os fotografei, naquela tarde, brindando de asas abertas ao sol.
   Por que o homem, aquele, queria ser um urubu, era um problema dele devido ao reconhecimento de sua tristeza. Para ele, um urubu não iria se aventurar a cantar, nem desejaria alcançar alguma coisa.
   Ah, mas eu já quis voar! E era meu coração então, que cantava.E eu tinha forças em minhas asas para voar para longe, bem longe, lá onde estaria um novo horizonte. Queria voar pra longe e para perto. Longe daqui. Perto dele. E estando com ele, poderia ir ou voltar para todos os lugares.
   Com ele, nossos voos seriam gloriosos, não por serem heróicos, como as infindáveis batalhas dos  que voam pelos céus desta vida maluca, vencendo desafios incansavelmente, mas por serem apenas vida! Apenas isto. E devido a isto apenas, haveria alegria. E a consciência de nossa sorte que é aquela que salva aqueles que quase morreram, nos faria gentis e grandemente reconhecidos a cada passo possível, por esta dádiva. Porque viver é arriscar-se e também sofrer, às vezes. E sabíamos disto, e por isto teríamos um sorriso sereno em nossa cara.
   Juntos conseguiríamos voar pelo mesmo céu. Por isto, e não por querer mais do que simplesmente esta vida gentil e por isto, abençoada.
- " Ah! mas bem sabes, minha cara, que de nada adiantam asas se não se sente que há horizonte para o qual se queira ou possa voar."
   Vai ver então que foi isto. Vai ver que aquele Rubem também suspeitava disto. Por isto, nem mesmo quis saber se poderia de fato ser um urubu. Falou só por falar.

foto e texto: Vera alvarenga ( inspirado em crônica de Rubem Braga.)

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

" O segredo dos seus olhos".

 O segredo dos seus olhos... Sim, é um filme daqueles que a gente assiste na TV por assinatura.
Estava procurando um filme para assistirmos e a sinopse deste chamou minha atenção:
- " Após se aposentar, o oficial de justiça Benjamin Espósito se dedica a escrever um livro."

E, enquanto lia um livro, fiquei meia hora na sala esperando o filme começar. Foi o sobrenome de Benjamin que me prendeu ali, curiosa, afinal, este é também o "meu" sobrenome!
Para minha surpresa, o filme é argentino, mas não sei de quem é. Só fiquei curiosa e decidida a assistir pelo menos o começo.
A história é de fato, envolvente. O final, surpreendente!

Entre outras cenas também interessantes, foram duas as que mais me chamaram a atenção:
  Uma, que era de fato a dúvida que acompanhou o personagem principal durante boa parte de sua vida após aquele crime e que se resumia na pergunta que ele fez para o homem que tinha perdido a mulher, assassinada por outro : - Como é que se faz para viver uma vida tão cheia de nada?"

A outra, quando ele conversa com um amigo a procura de pistas de como encontrar o assassino, e o amigo lhe diz que a gente pode mudar de emprego, de cidade, de aparência, etc.., mas há uma coisa que não muda em nós e sempre estaremos lá onde a encontramos - é a paixão! Dificilmente conseguimos nos afastar do que nos apaixona! Seja alguém ou alguma coisa, não deixamos nossa paixão... diz o amigo dele. Aliás, há uma parte que emociona a respeito desta amizade deles.

Este é um filme que, embora tenha um ritmo quase constante não é monótono. Há momentos como a cena em que a juíza se arrisca frente a um possível psicopata, ou quando ela está na estação de trem vendo alguém partir,que nos emocionam, outros que desafiam aquele lado detetive que temos ou nos faz lembrar, refletir.
  Este é um filme daqueles que a gente recomenda aos amigos.

Texto : Vera alvarenga - sobre o filme premiado : O segredo dos seus olhos.


domingo, 2 de novembro de 2014

Ela o esperava para antes do Natal.

 Encostada no portão, olhava a rua que descia numa ladeira preguiçosa. Olhava com aqueles olhos de esperar, de confiar. Só que agora , o olhar também era preguiçoso. Porque já fazia nove meses que ela esperava.
Amanhã seria dezembro. Com certeza ele viria logo! Ela teria sorte. Tudo correria bem.
Não sonhava mais com os detalhes daquele encontro com aquela nova vida. Porque em se tratando de uma vida, teria seu próprio jeito de ser, de acontecer. E também porque já havia sonhado todas as formas pelas quais o encontro se daria. E, depois de um tempo, cansou de sonhar sozinha. Só sonho não a satisfazia mais. A vida quase que perdia a graça.
Pra falar a verdade até cansou de esperar.
Não! ela não esperava uma criança dele! Entregou-se de corpo e alma mas tomou precauções. Não era como a empregada do Dr. Heitor. E tinha mais uma coisa. só esperaria por ele até amanhã, ou talvez até vésperas de Natal.
Natal! Antes do Natal aquele presente chegaria, aquilo pelo que esperava há tanto tempo! Finalmente encontraria o amor e um novo jeito de viver a vida. Não sorriu, porque ainda tinha um bocadinho de fantasia e o coração ainda batia com emoção. O sorriso, estava guardado para amanhã.
Ele chegaria amanhã. Nem que fosse o amor próprio!

Texto/foto: Vera Alvarenga

sábado, 1 de novembro de 2014

Como uma onda...

Pela manhã veio-lhe um desejo,não maior do que ela nem tão inesperado mas tomou-a inteira.
Tomou-a como a onda que vem porque o mar já não cabe no que antes era limite.
E como a onda na maré cheia toma a praia e banha o corpo e molha a pele da mulher que deitada seca ao sol, assim foi com ela e o desejo.
Suspirou ao contato da água morna e salgada em seu corpo.

E como uma onda, o desejo veio. E igual aquela história do homem que tinha um sentimento ...
como uma onda, o desejo se foi.

Foto e Texto: Vera Alvarenga ( inspirado numa crônica de Rubem  Braga).

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