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domingo, 8 de agosto de 2010

Hoje, senti saudades do meu pai!

Eu ia me calar, mas não deu.
Já tenho cabelos brancos, como falar das saudades que a gente sente, como se fosse outro dia, que ele esteve presente em nossa vida? Parece que não combina dizer :
- " Que saudade sinto do meu pai!", quando os cabelos estão tão brancos como os dele estavam, da última vez que o vi.
Hoje, foi um lindo dia dos pais, para meu filho, minha norinha e os pais deles! Apesar disto, senti sim, saudade imensa do meu.
Por que ?
Ah, não é apenas porque ele me carregava no colo, assobiava ou cantava para mim...
Não é apenas porque, mesmo depois que cresci, ele continuou me elogiando pelo que eu sabia fazer e me incentivando a continuar gostando de música, poesia, escrever, pintar...
Não foi apenas porque trabalhamos juntos e, eu vi como ele tratava os colegas de trabalho, desde o mais humilde até o chefe, da mesma maneira respeitosa e polida.
Um dia, eu já era casada, e ele foi me visitar. As visitas eram raras, porque ele sabia que minha mãe, depois que se separaram, não nos perdoava por ainda tentar vê-lo. Neste dia, ao acompanhá-lo até o carro, pude ver seu desespero ao ver que o carro havia sido roubado e ele não tinha seguro, nem condições de comprar outro. Suas primeiras palavras, ao constatar o fato foram algo que não esqueci:
- " E meus doentinhos? E agora?"
Não sendo ele um médico,logo compreendi que, ele estava preocupado porque havia trazido no carro, alguns exames RX de pessoas pobres, da cidade onde morava e que precisavam de atendimento no Hospital das Clínicas. E ele, ex-funcionário, contador aposentado e também doente, ao ir ao Hospital, iria interceder por estas pessoas!
Acima de tudo isto, o que me fez sentir saudades dele, foi porque ele foi o primeiro homem que amei! e pude amar, sem medo. E seu amor foi algo que ele nunca "retirou" de mim...sempre me ofereceu seu amor, sincero, verdadeiro, sem nenhuma condição, a não ser, estar disponível para receber este amor.
Então, foi por uma porção de coisas que eu recebi dele e aprendi com ele, que aos 20 anos, percebi que ele já tinha conquistado meu coração para sempre! E isto foi muito importante para que eu não tivesse medo de amar um outro homem!
     Nesta ocasião, nas vésperas de meu casamento, ele mostrou que era frágil e cometia erros! Minha mãe separou-se dele porque descobriu que ele estava apaixonado por outra mulher.Foi um desastre! Ela sofreu muito. Poucos meses antes de meu casamento, isto mexeu com meus conceitos a respeito de fidelidade e sôbre a eternidade do amor. Aprendi, também com ele, que o amor era coisa a ser cuidada com carinho, e que uma esposa tinha que ser uma boa amante também. Mas não sei se era esta a questão. Ele me disse que não sabia  que diabos havia acontecido com ele, para que se apaixonasse assim por outra mulher, sendo minha mãe uma mulher de tanto valor, mas que não pode evitar, pois havia encontrado a mulher companheira para o resto da vida dele. Todos nós , 4 irmãos, sofremos algo indescritível: como poderíamos amar nosso carinhoso pai, sem culpa, se ele havia feito nossa mãe sofrer tanto? A partir daí, penso que todos nós ficamos divididos, o que não é muito saudável, nem confortável! Minha mãe não perdoou nossas pequenas traições de filhos que queríamos continuar a amar aquele pai. E, cada um resolveu isto como pode! E tirou daí as lições que conseguiu ver.
   Não sei quanto isto influenciou em minha vida como mulher e esposa. E certamente, isto aconteceu. Contudo, sei o quanto o amor que ele me deu como pai que era, e seu jeito simples de amar a vida e as pessoas me influenciaram, e me permitiram não querer me fechar ao amor. Quem recebe, em criança, amor dos pais, ou de um deles, nunca esquece e, é deste amor incondicional, que aconchega e abraça, que a gente sempre vai sentir saudades. Isto ocorre, mesmo que o tempo passe, e seja a gente que venha a amá-los desta forma, quando estão mais frágeis, de cabelos brancos, e precisam mais do nosso amor. Amor dado, amor retribuído, com o mesmo coração e disponibilidade. É assim a vida, e sou feliz por ter saudades de um pai que foi amoroso!

sábado, 12 de junho de 2010

- " Sôbre estar apaixonado e amar..."

 Acabo de ler um texto que fala sôbre a diferença entre o que um homem sente quando ama e quando está apaixonado. Me fez refletir bastante.      
Concordo que quando a gente ama é algo que depende mais do que temos em nós, do que daquilo que o outro nos está oferecendo, no momento. E acho que o amor vem com a maturidade do relacionamento. E é imenso,sim, mas não tão aparente..é mais discreto, do que a paixão!
Só que, estamos falando da CAPACIDADE DE AMAR, de cada um, claro. O apaixonar-se pode nos levar ao amor. E, que maravilha quando isto ocorre e pode ser vivenciado a dois!Porque, quando pensamos no amor entre um casal, e no sentimento que os une, então, este precisa ser alimentado por ambos e cultivado, sim, e até por ser "entre os dois", precisa de ambos,não pode existir só pra um. O texto comenta que "Quem ama, continua a amar, mesmo em presença da traição". Sei disto, quem ama, perdoa.E foi assim que "eu" sabia amar. Contudo, aqui está onde discordo em relação à repetição desta atitude, pois traição pode ocorrer de várias formas.O sentimento de uma pessoa que é traída pela outra, de diferentes formas, não pode perdurar como amor incondicional,pra sempre... O amor existe, mas o sentimento muda e não é mais tão nobre, leve e belo.
  Na minha história de amor, eu sinto que meu sentimento por ele vai perdurar para sempre,de uma forma ou outra, mais do que os 40 anos de nosso relacionamento, mas, o sentimento que nos une, o que caracteriza o relacionamento "entre dois", infelizmente não é tão bonito, altruístico e não conseguiu ser cúmplice. Meu companheiro diz que me ama e acredita nisto...mas, em minha opinião, como o texto tambem afirma, o amor é algo que, quando existe, é, está lá , brota do coração naturalmente, em atitudes nas quais nem se cogita mais em traição no momento de se escolher entre a pessoa amada e outro objeto qualquer de desejo egoístico. E esta é uma decisão intrínseca que traz a tranquilidade de nunca se estar "sacrificando" por amor, pois não é sacrifício fazer uma escolha natural.
  E, neste caso, uma pessoa pode não saber o que fazer com sua capacidade de amar, então pode direcionar este sentimento para outras formas de amor e de se apaixonar, até que encontre a cumplicidade e comprometimento que pode valorizar imensamente a vida. E este sentimento pode ser oferecido a uma pessoa, muitas ou a uma ação, onde o amor possa florescer.
  Quem ama de verdade, quem tem a capacidade de amar, pode ter este sentimento de amor às vezes, ameaçado por uma atitude egoística,oposta e constante do outro. E, quando isto se dá, o sentimento "entre os dois", pode perder sua força, e a pessoa que realmente amava, pode desejar sim, amar outra pessoa, que perceba que este sentimento poderá trazer a cumplicidade e uma vida imensamente mais significativa, para os dois. Então, apaixonar-se pode ser este caminho, na tentativa de realização deste "amor entre dois" que não se realizou da primeira tentativa..
  Porque, penso que o amor, aquele que vive em nosso coração, se não é alimentado pelo outro, só pode perdurar apenas dentro do coração, e não no relacionamento. Amor totalmente incondicional, na minha opinião, é algo que o ser humano só alcança sentir, mas não consegue vivenciar dentro de seu relacionamento com o seu companheiro(a), porque mesmo que não queira, vai desejar ver-se refletido no outro. O amor, em presença do persistente egoísmo se retrai, ou vira em outra direção para poder brilhar e distribuir suas bençãos.

texto: Vera Alvarenga
foto : que tirei da foto lindíssima, que ficou em 2º lugar no Concurso (Re) Tratando o Rio Sorocaba.
 A foto é de Carlos Alberto Muzzili.

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