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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Saudade Renato Teixeira(poesia de Mário Palmério)


- Hoje to triste, cara.
- É o vinho, Moraes. Você não tá comendo nada. Pega aí o provolone.
- Não é não. É que me bateu uma saudade danada, sabe, daquele sentimento que quando a gente tem, faz todo sentido, faz a gente...
- Ou daquela mulher?
- É. Dá no mesmo. Você sabe, a gente se sentir vivo novamente, pulsante, como dizia o Silva. Aliás, aquele, entendeu-se lá com aquela amiga dele, bem mais nova. Bonita até.
- Mas a tua, não era nova, né?
- É. Tem a minha idade. Portanto não é velha! Madura eu diria. E me fazia sentir o maior e o melhor dos homens... Sabia o que queria.
- Ela estava apaixonada, não é? Sem dúvida, meu amigo, isto é bom. Eu, por mim, desconfio um pouco dessas que agradam tanto...
- Não é isso. Você tá enganado. Para ela, eu era melhor do que aquele com quem convivia. Sei lá, um relacionamento daqueles que a gente não entende porque duram tanto! Não é por nada, mas acho que ela cometeu aquele erro que é fatal para a efêmera felicidade. Comparação. De repente, como ela mesma disse várias vezes, ficou perdida lá naquele quintal dela. Sabe o que ela me disse? Que diante do amor..o que não é amor, de repente, parece grosseiro. Parecia ter uma sede de pular aquele muro, de conhecer o mundo. Pular, não! Voar comigo, como ela dizia. Até emociona, viu? Aquela ingenuidade com a qual me falava do que sentia, lembrar o jeito como ela me via, como alguém que...
- Ah! e quem ia pagar este voo para um novo mundo?
- Você não acredita em ninguém? Ela era diferente, confia em mim. Era sincera. Acho que me superestimava até! Como pessoa, porque não sabia o que tenho. Hã... Ela queria poder conversar, aprender, ouvir, enfim, queria alguém um pouco mais parecido com ela, sabe como é. Tinha uma solidão tamanha que... Bom, confesso que seria melhor se tivesse também uns anos a menos.
- E por que você não foi atrás dela? Por que, aliás, não vai atrás dela?
- Águas passadas meu caro. E não quero problemas, alguém me endeusando, mimando, somos de mundos diferentes.
- Talvez de nível diferente, eu diria. Mas eu me lembro que você me disse que ela tinha uma simplicidade que o encantava. Tinha ou não tinha? Não era nenhuma ignorante ou coisa que o valha?!
- Não, claro que não! Mas, começar tudo de novo? Sei lá. E ela certamente não pensa mais em mim. O meu silêncio foi bem eloquente. Foi só uma lembrança...
- Poxa Moraes. Então tá resolvido. Esquece. Toma mais vinho e come provolone que a saudade passa. Eu te falei. Isso é fome, amigo. E falta de..
- Você me subestima. Me dá a garrafa. E vamos mudar de assunto, que não quero problema na minha vida. Passa o provolone também...

( o ser humano é criativo em momentos de crise, ou de saudade. Fazemos de tudo para viver bem, até inventamos histórias...rsrs....) texto: vera alvarenga






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