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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A música......

 
 Ela caminhava lentamente pelo longo corredor e se perguntava porque, ás vezes, era tão difícil deixar a luz entrar e ver as coisas como realmente estavam, sem que seus olhos se ferissem com a claridade e preferissem continuar à meia luz . O tempo havia passado tanto para ela quanto para tudo o mais naquela casa. E de novo, naquele dia, sentia que a vida fora escrita com movimentos, tons e compassos nem sempre harmoniosos, mas que ela procurou acompanhar.
  Sentia-se desanimada. Por mais uma vez sua segurança estar sendo abalada por movimentos concebidos no passado, inspirados por impulso num ritmo desordenado, muitas vezes, diferente do dela. A vida, entretanto, era assim. E ela dançava conforme a música! Contudo, por vezes, sentia-se exaurida de toda a sua força. Como agora. Era assim que se sentia. E andava por aquele corredor que parecia não levar a lugar nenhum. Andava. Simplesmente andava, movida pelo movimento destituído de razão esquecido de si mesmo, como pela inércia que instiga o ir para a frente até encontrar uma barreira.
  Nossa! como ela desejaria poder parar, com um objetivo em mente e um significado no coração a inspirar o próximo passo daquela dança da sua vida! Abrir os olhos realmente e abrir uma nova porta, sem medo de entrar, de olhar e de ser olhada, apesar do tempo que passou.
 ........... E ele estaria lá, sentado na cadeira preferida, com uma gatinha no colo, absorto, ouvindo música e lembrando do cheiro das parreiras. Talvez tomasse vinho. Haveria uma cadeira ao lado da dele, só para ela. Ela teria companhia para ouvir música. Se emocionariam juntos. Talvez...
   Ela tinha vindo pelo corredor a ouvir música. A música a emocionava. Curava-a de muitas coisas. Fazia seu espírito flutuar para um lugar distante daquela incerteza, daquela falta de tranquilidade, daquela ausência de paz e da alegre mansidão que acompanha os que, verdadeiramente, não estão sozinhos quando lhes chega o período do início da velhice.
  Então ela se aproximou dele. Deixou-se envolver pela música que ele ouvia. Tocou delicadamente seu ombro. Seria bem vinda?
  Ele surpreendeu-se mas a recebeu como se a estivesse esperando. Pegou sua mão e a puxou para perto de si. Ela sentiu uma sensação boa tomar conta do corpo todo. Acarinhou o rosto dele, tirou-lhe os óculos e delicadamente beijou-lhe a testa, depois as faces. Ele procurou seus lábios. Beijaram-se num beijo que só não foi mais longo, porque ela não pode conter o riso. Na verdade, foi um sorriso.
  Então, riram juntos. Eles desejavam poder sorrir! Ah! Finalmente ela podia descansar nele. E ele, receber o carinho dela. Eles, embora de nada tivessem esquecido, estavam imaculados, como uma pauta em branco. Este beijo e a música a curavam de tudo, até do tempo e da idade. Ele, poderia aceitar a idéia de curar-se de antigas dores. Ela podia ser feliz, sem receio de que sua felicidade por pequenas coisas fossem incomodá-lo. Havia só aquela nova canção, agora! Para os dois.
  Pediu desculpas por não ter conseguido conter o sorriso. Ele já sabia porém, que ela ria com este jeito bobo, quando adorava o beijo. Ela era assim. Ria quando o beijo era bom demais. E este era, sem dúvida!
   Aqueles livros na estante, o pássaro dourado na janela, a gatinha e tudo o mais testemunhavam um encontro tardio, mas de um verdadeiro e prazeroso amor a ser vivido a partir daquele instante. Não importavam as razões, as motivações, apenas a certeza de que estavam decididos a viver, da vida, os momentos que lhes restavam, numa dança harmoniosa, de quem sabe acompanhar, com passos firmes, o ritmo da música que escolheram ouvir.

foto/texto; vera alvarenga  

domingo, 16 de outubro de 2011

Queria ser brisa para beijar-te...

    Hoje eu queria poder ser como o vento de primavera que leva consigo o perfume das flores, e passando por teu rosto, o faria levantar-se. Te distrairias, por curiosidade, do que te mantinha dentro do espaço cujos portões de ferro são pesados demais para minhas mãos abrirem e sairias para sentir o vento. E ele seria, em teu rosto, o meu beijo.
  Feliz e forte, como ventania, aos teus olhos incrédulos, varreria folhas secas e rugosas que o inverno teima em mostrar-te para te fazer sofrer. Num segundo me tornaria cálida e terna como brisa de verão para aquecer teu coração. Como brisa fresca, traria leve frescor para nossos corpos e libertaria nosso espírito.
   Eu me sentiria bela e te faria belo, e juntos, sem pressa dançaríamos a nossa dança. E eu iria envolver-te inteira, varrer do teu tempo e do meu, tudo o que fosse mau. E em nós e nossas lembranças traríamos todo amor que aprendemos e já pudemos sentir por alguém, o mesmo amor que já nos alimentou, ele que nos alimentaria ainda e  através de nós e de outros, alimentará o mundo, sempre e sempre.
   E antes que tivesses medo e te fechasses pra mim, ou que tua face se tornasse de novo séria e dura, ou triste, e que em sua fronte se fizessem as marcas de um olhar novamente descrente e distante, e que por isto minha alegria se dissolvesse, eu me afastaria de ti. Porque tenho medo de ficar novamente do lado de fora de qualquer fortaleza, porque sei que não sou perfeição nem solução, mas apenas amor que precisa se dar e receber, então, por este meu próprio medo e minha fraqueza, eu me afastaria, mesmo que longe de ti me sentisse morrer de um amor que não se fez por inteiro.
   E, no fundo do meu coração, prisioneira, esperaria que um dia tua mão viesse me buscar...
Texto: Vera Alvarenga
Fotos: retiradas do Google images-não estava citada a autoria.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

- " Estou aprendendo a gostar e respeitar você..."

- Vera, você tem um minuto?
- Olá amiga.Estou trabalhando,mas podemos falar um pouco.
- Acho que tô apaixonada.
- Ah, que maravilha de notícia!então você tá feliz!
- Hoje não. Tô com saudades. Não falei com ele.
- Por que?
- É horrível estar apaixonada outra vez.
- Eu não acho...
- ..quando só você está, é.
- Xiiii...o que aconteceu? Ele sabe?
- Ele disse, outro dia, que não sabia.
- Bom, mas agora,sabe,não é? E então? Espere um momento..meu celular...preciso atender..
...................................................................
- O que você tava "falando"?
-  Que eu não queria que isto acontecesse, mas, aconteceu. E nem quero que ele faça nada. Só gostaria que não deixasse de fazer...
- O que ? Não entendi.
- Depois que falo com ele, meu dia fica mais alegre, parece que tudo fica mais fácil. Eu, às vezes, me pego sorrindo sòzinha. Coisa pra lá de boba. Ele é especial para mim. É como aquilo tudo que vocês escrevem nos blogs...não só ele, mas, o que sinto...
- Ué! E não é bom ficar assim mais alegre? Será que, para ele você é especial?
- Ele está sempre comigo, me manda uma flor,quase todos os dias ,ultimamente.
- Nossa, que lindo! Não é o que você queria? Mas,qual é o problema,então? Viva o momento!
- É fácil falar! É que...sabe tudo o que você escreveu sôbre ter auto-estima...ir só até o meio do caminho? ele me elogiou, me disse que eu sou especial porque dou carinho e não cobro...
- Xiii..... e daí?
- Acho que não sei receber elogio..não estou acostumada.. Fiquei sem graça, hoje não sou uma mulher tão desprendida assim, acho que estou mesmo uma mulher sem esperança..não gosto quando digam que não cobro nada, como se esperar retribuição fosse errado. Só que, somos só amigos, e tá bom assim.
- Olha só, isto é problema de auto-estima baixa. Gozado isto, né? Alto, auto, baixa...
- Não tô entendendo!
- Desculpa,amiga.Tava aqui só divagando...
- Falei umas coisas, até para elogiá-lo também,sabe, mas não sei se ele entendeu.Falei que até na amizade, a gente só pode ir até o meio do caminho!Lembrei do que você escreveu naquele lindo post! Exatamente porque ele está vindo sempre até o meio do caminho. Você pode achar pouco, mas isto me faz feliz!
- Preciso tomar mais cuidado com o que escrevo! Você só pode falar do que VOCÊ  acredita.
- Eu acredito! Sei que é isto mesmo. Não é só você que é uma mulher madura, né? Mas tenho que tomar cuidado com o que falo.
- Você é jovem,mas te conheço há algum tempo e você toma cuidado com o que fala! Bom, e daí? Tô ficando agoniada!
- Eu também, porque ele,às vezes some. E, é aí que me dá esta saudade toda. Sinto falta do sorriso dele, da flor. Não tô cobrando, mas sinto falta. É horrivel estar carente assim !
- A gente fica tanto tempo sem receber carinho,daquele espontâneo, que quando recebe, fica assim. Dá até raiva desta fragilidade toda. Olha, querida, eu vou te dizer uma coisa.. será que não era mesmo melhor você ver se esta sua amizade vale a pena?
- Nem diga isto! Já não te falei que ele é como você diz, lá no seu blog... o raio de sol da minha manhã? Eu fico mais feliz, fico mais resistente, eu não preciso mesmo muito mais do que isto, sabe? Pode me chamar de tola, de ingênua, sou uma "bundona" mesmo! Não sei se você pode me entender...Você é uma mulher madura, forte, experiente, muito mais velha que eu...
- Vixiii... Calma! Claro que posso te entender. Você nem sabe como posso te entender.
- É um sentimento tão bom. Receber um elogio, incentivo, um sorriso, uma flor dele! Você sabe que isto cura um coração que estava machucado, não é? E você sabe que o meu estava. Eu estou com medo de ficar sem nada disto, apesar de todos acharem que aparentemente, tenho tudo.
- Olha, eu tenho que desligar agora. Não fica triste. Eu não posso te ajudar, mas posso compreender,viu?
Vou colocar umas rosas bem bonitas no meu próximo post, só pra você. E vou torcer pra você se curar logo e poder ser feliz (com ele ou sem,amiga).
- Prefiro com... eu devo cultivar só a amizade...assim, vai poder ser pra sempre...que lindo...É isto mesmo! Como vocês falam lá nos blogs! E, sem dependência! Bem, isto é difícil...
- Hãn..A gente fala, você faz! Você é mesmo romântica! Sabe, eu estou aprendendo a gostar muito de você e te respeitar, viu amiga? Queria ter a sua idade e sua esperança! Tchau, fica bem!
- Vou ficar...mas torce pra ele continuar querendo, de coração, me dar aquelas flores, tá bem? Se forem de alumínio, também não interessa, né? Se esta amizade for pra sempre, acho que vou ficar feliz. Beijos.
- Beijo.

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