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sábado, 19 de outubro de 2013

Doando livros...e enfrentando a tentação...

 Hoje, antes do almoço estávamos dando umas voltas de carro nas ruazinhas do bairro à procura de um serralheiro e eu estava entediada. Queria voltar logo pra casa, para curtir meu escritório. Então, eis que vejo uma Biblioteca Volante do SESC, estacionada em frente a Casa de Cultura Cora Coralina.
- Olha só! Pára, pára! Vamos ver!
- Vamos doar uns livros aí?
- Claro, vamos. E fomos. E levamos 3 livros que andam agora em nosso carro para doarmos sempre que houver chance. Meu marido perguntou como faríamos para doar, e a resposta me trouxe um problema. Era coisa simples, disse o funcionário gentil, só deixar os três livros ali sobre a mesa redonda logo na entrada, para que as pessoas pudessem levar para casa o que lhes interessasse.Aproximei-me, como mosca sobre um pingo de mel...
  Eu estava com os livros. Difícil demais para mim, apenas deixar os três livros ali.
- Não acredito, olha só, um livro de José Mauro de Vasconcelos! Esse não li! E olha aqui que interessante este de Reinaldo Pimenta - a Casa de mãe Joana.
- Vera. Viemos aqui para doar! Falou meu marido, sério.
Ele tinha razão. Comecei a me afastar da mesa como criança que a mãe ensina a dizer -não, obrigada - quando lhe oferecem uma bandeja de doces na casa de alguém que ainda é estranho. Ao meu lado, um pouco mais à frente, sentou-se no chão, indiferente, uma gata preta. E o funcionário às minhas costas, chamava-a para comer, enquanto ela, indiferente parecia alheia, cega e surda.
Eu a chamei. Ela me olhou com lindos olhos verdes e mostrei a ela, apontando, o seu provável dono que já balançava a vasilha com a ração da bichana. Falei com ela incentivando-a a olhar pra ele - que oferecia algo tentador. Sou boazinha, sempre incentivo outros a aproveitar o que a vida lhes oferece. Ela parece que acordou então, e não resistindo à tentação, foi correndo em direção a ele.
Eu pensei - meu marido diz isto porque não gosta de ler e ao mesmo tempo ouvi o funcionário que dizia:
- Pode pegar! E eu e a gata pegamos.
Ah! como ela, também não resisti à tentação. Corri para a mesa. O marido já saía pela porta mas eu ainda tive tempo de pegar também um de Crônicas! Tentação demais! Tudo acabou sendo apenas como uma troca. Elas por elas....rs...

Claro, passamos por lá na próxima semana e levamos mais 3, assim meu marido ficará contente, afinal estará "realmente" doando. Eu já fiquei contente no ato. E isto me fez pensar que talvez a troca, de um modo ou outro seja mais a minha praia, porque acredito que a gente sempre acaba dando e recebendo, como é na vida, nos gestos, no sexo, independente da intenção, não costumo crer que a gente apenas dê alguma coisa, e saia de mãos vazias. De um jeito ou outro, trocamos fluídos, energia, presentes ou saímos pelo menos com algum aprendizado a cada vez que "doamos" algo de nós.
- Tá bem, tá bom, pode ser até que devolva um deles, depois de ler. ( esta sou eu, respondendo ao meu grilo falante)....rs....
Foto retirada do Google
Texto: Vera Alvarenga

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