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sábado, 26 de julho de 2014

Não deixe sua criança interior morrer...

Hoje, passando pelo Face, vi esta imagem...
então pensei...
- rs.... também tenho meus segredos, meu balanço, meu céu estrelado, os sonhos ousados, o sorriso no coração...uma disponibilidade incrível e parece infinita para ser feliz ou ver um bom ângulo das coisas...sim isto nos salva... só não podemos exagerar porque então, a gente periga se desligar e ficar numa vida paralela, apenas observando esta... vai ver que é assim que o pessoal mais velho, cansado ou sábio,passa a viver com aquele tal alemão... e se vai de braços dados com ele, pra sempre...rs....
Por isto, mais uma vez digo a você que me conhece um pouco e me compreende..."Minha criança interior saúda e dá um beijo estalado na face da que você tem aí, dentro de você"!
Texto:Vera Alvarenga
Foto retirada do Facebook

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Descascando laranjas...


 Ontem escrevi sobre laranjas, com nostalgia de quando eu as chupava na porta da minha cozinha, depois de adulta. Saudades também da Cora, minha cocker esperta, inteligente, alegre e companheira. E chupar laranjas me lembrava a infância e trazia boas sensações.
  Uma amiga minha, a Sissy, comentou sobre como se lembrou, ao ler o que escrevi, do seu pai descascando as laranjas para ela.
  Muitas vezes meu pai descascava-as para mim. E com aquele jeito seu, calmo, paciente, tirava primeiro as cascas, depois toda a parte branca e finalmente, cortava os gomos ao meio e retirava as sementes. Isto, como contei à minha amiga, era como um ritual dele, um ritual de relaxamento, de encontro com a paz. E era bom, tão bom que ficou em mim e quando tive tempo de repetí-lo, a sensação de paz acompanhou-me por aqueles momentos que durava aquele simples ato de descascar e chupar laranjas, olhando para o quintal.Parece que, naquela época, o relógio não andava tão rápido e havia até algum tempo para se conversar alguma coisa, enquanto se chupava laranja, ou melhor, enquanto a gente esperava aquele ritual terminar. Ainda que hoje eu as prefira chupar de tampinha quando estão bem doces e ninguém está por perto, chupar laranjas me leva a um momento de prazer e paz.
   E eu vi meu pai fazer isto muitas vezes. Com mexericas também... e tirava as "pelinhas", os fios,e oferecia à minha mãe e a mim. Pais geralmente fazem isto para as filhas. É uma forma de cuidar. Se fosse com os meninos talvez ele pegasse um canivete e dissesse:
- Vai lá, pega uma laranja que vou te ensinar a descascar.
  E não deixa de ser uma forma de cuidar, preparando aquele garoto que, mais tarde vai descascar laranjas para suas "meninas". De qualquer modo, era um momento de intimidade, porque a TV geralmente não estava ligada a todo volume, nem os jogos de computador e, assim, eram instantes para se ficar lado a lado. Com "filha mulher", como se dizia antigamente, é diferente. Os pais ensinam mas gostam de ser gentis. Aliás, mesmo não tendo filha, eu vi uma vez meu marido em um momento como este. Ele, que costuma dizer que não tem paciência para nada, estava lá, sentado no sofá da sala descascando mexirica e tirando os fios, para uma garotinha pequenina, amiga de meu filho mais novo. Eu ouvi quando ela pediu, toda meiguinha, para o "tio" tirar os fiozinhos...E aquilo se transformou em um momento de ternura, de cuidado.
  Acho que os homens antigos, de um modo geral, esforçavam-se ou gostam naturalmente de "cuidar" das garotinhas, não naquele sentido de atender no cuidado com a saúde, que disto eles se pelam de medo, mas no da gentileza. E as garotinhas e nós mulheres, sempre gostamos destas gentilezas, por que não? Aceitá-las faz parte do processo de criar vínculos, escrever história, proporcionar ao outro a experiência do saber que seu gesto foi bem recebido.
  Tomara que homens e mulheres continuem assim hoje, com a oportunidade de dar e sentir-se aceitos, de receber e sentir gratidão. Seja num simples descascar laranjas ou não. Porque sem dúvida, isto preencherá nossa história e memória de boas sensações. E nós, ficaremos mais mansos.

Foto: retirado Google imagens
texto: Vera Alvarenga

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Ainda estás aí?


 Era uma noite silenciosa. Eu me demorava a dormir. Então, o som me envolveu. Não sabia de onde vinha porque até aquele momento o silêncio, o teu silêncio, era de morte. Havia uma ausência tão palpável que se podia até ouvir o pulsar daquelas paredes como se tivessem vida apesar do vazio. E no escuro daquela noite em que não consegui entregar-me ao sono, a respiração curta impedia o ar de preencher todo o espaço que ali havia para ser preenchido.
   E eu respirava como se tivesse preguiça de viver. Aquele espaço vazio e negro me assustou por momentos. Onde eu estava? Meus olhos, tanto quanto eu, estavam fechados. Lentamente os abri, por um segundo. Apenas por um rápido instante. Voltei a sentir o pulsar daquelas paredes. E naquele quarto, convenci a mim mesma que estava segura. Todo vazio assusta, pensei. Nada demais. É preciso apenas coragem para continuar a respirar e crer que tudo vai passar. Porque tudo passa.
   A saudade, a falta, o desejo daquilo que não podia mais ser sentido, culpa da ausência e do tempo,  passariam, não iriam mais atormentar meu sono. E eu recordaria tudo e esta noite, como vaga lembrança de algo que, um dia e por muito tempo, pareceu eterno. Tudo se transforma. Nada permanece como foi um dia. Nem eu! Seria mesmo verdade que tudo passa, mesmo as mais raras e valiosas presenças? Não estariam para sempre marcadas em nós? Ah! estes tesouros a ornamentar nosso aposento mais íntimo. Nem todos igualmente preciosos, mas cada um com inestimável valor. Talvez naquele mesmo aposento em que me encontrava agora, houvesse uma vida escondida dos olhares, e que pulsava, tão eterna quanto posso ser, e enquanto eu for.
   Então, tudo passa... mesmo a mais indispensável de nossas inspirações. Porque um dia, talvez deixemos de crer em nossa capacidade de amar ingenuamente e para sempre.
   Passa sim, pensei, tudo passa, nem que para isto tenhamos de perder a memória que nos faz ser o que somos. Nem que um dia, acordemos no meio de um quarto que não nos diga respeito, onde não possamos nos reconhecer, esquecidos de tudo e assustados, ou por tão esquecidos, talvez sossegados, para sempre ingênuos, eternas crianças.
   Tudo passa também ao olhar consciente mas superficial, embora muito fique escondido, quase silencioso, camuflado em nossa pele. Como de pele era aquele quarto. Aquele em que me encontrei naquela noite, incrivelmente consciente de uma ausência.   
   E ele, que pouco tempo antes tinha voltado a pulsar descompassado, quente, úmido e ansioso diante das promessas da vida, agora, a despeito de mim e do tempo, ainda batia, mais lento porém ritmado. E eu o ouvia, no silêncio da noite. Então, ainda estás aí, no meu peito?! Agora, eu o sabia ainda vivo e calmo, a despeito de tudo e do vazio. Porque o vazio é talvez um espaço necessário ou, por vezes, inevitável.
   De olhos fechados, a languidez foi tomando conta do meu corpo, embalado pelo som que vinha do pulsar daquelas paredes, que jamais foram frias e onde eu sempre podia me resguardar. Eu não sabia mais se estava nele ou ele em mim....
Texto: Vera Alvarenga
Foto retirada do Google
  

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

" O velho do rio..."

    Estavam indo para casa.
    - Estaciona aqui, por favor! Só um minuto, prometo.
   O marido estacionou o carro ali mesmo, na avenida, à beira do rio que passava dentro da cidade. Ela pegou a máquina fotográfica e caminhou uns poucos passos.Tinha visto patos na água. Duas ou três fotos, era do que precisava. Estava descobrindo o prazer de fotografar aves na água, com seus reflexos e cores que se ondulavam formando desenhos incríveis. A buzina a chamou, mas as fotos já estavam ali. Podia voltar ao carro.
   De repente o viu.
   E foi chegando mais perto. Tirou apenas uma foto, pois lhe veio a mente um cuidado..
   - Até que ponto poderia tirar fotos de uma pessoa, sem pedir-lhe licença? Mas ele estava recostado ali na árvore, cochilando. O lugar era público e ela não o exporia ao ridículo, não estava lhe fotografando para expor sua pobreza, mas simplesmente porque ele era belo. Ali naquela luz, naquele lugar, naquele exato segundo, ele era belo.
   A buzina tocou novamente. E ela se foi,querendo ficar. Entrou no carro perguntando ao marido:
  - Você viu que lindo?! O marido a olhou espantado.Ela completou - A figura dele, é interessante, não acha?
  Decidiu que iria pesquisar sôbre a ética na fotografia e que procuraria saber sôbre o homem. Na tarde seguinte, o marido disse que perguntou por ali e lhe contaram algo que parecia mais um boato. O homem, disseram, falava alguns idiomas e tinha sido importante profissional projetista, até que a mulher o deixou e.... Que história! Se ela fosse jornalista,seria uma história e tanto,mas ela não queria saber de sua vida, queria apenas fotografá-lo.O marido contou mais, que perguntou a uma assistente social, na Prefeitura, e que ela dissera que ele era "maluco", que tentaram ajudá-lo, tirá-lo da rua, mas ele era agressivo, dizia besteiras e não aceitava ajuda. Não havia para quem pedir licença para fotografá-lo, a não ser para o pobre louco.
   Outra tarde, estavam voltando do almoço e lá estava ele novamente. Ela desceu do carro e, com sua câmera se aproximou. Tirou uma foto. Ele estava desenhando! Desenhava num papelão. Chegou mais perto e assustou-se! O cão que estava deitado ao lado dele,levantou-se e latiu, como para avisá-la que ela não poderia se aproximar mais. Havia um limite a ser respeitado. Mesmo assim, ela arriscou perguntar a ele, se podia fotografá-lo. Sem olhar para ela, o homem ouviu, continuou desenhando e fez um gesto com os ombros, como para consentir. Seria mesmo maluco ou apenas um pobre homem, pobre? Ela quis conversar um pouco e ele respondeu, a maneira dele, com palavras que pareciam desconexas e que ela não podia compreender, por mais que se esforçasse. Então, ele disse algo como "homem nu" e ficou um pouco agitado.
    Ela o deixou em paz, com pena de ter de se afastar por medo e por não conseguir se comunicar com ele.
Afinal, disseram que era louco e podia ficar agressivo e ela não queria ser ferida, mas também não queria ferí-lo, nem invadir sua vida...pois talvez, ali debaixo daquela árvore,aquele cantinho fosse o seu espaço íntimo e, aquele momento que ele dividiu um pouco com ela, fosse seu momento de entrega a si, a suas lembranças ou a sua loucura.
   - Adeus, senhor. Obrigada.
   Só então ele olhou pra ela, levantou o papelão mostrando o desenho e, num instante,voltou ao seu mundo tão particular, como se nada mais existisse ali, além de seu cão amigo,sua arte e sua história.


 Texto e fotos: Vera Alvarenga                                                                        

terça-feira, 27 de julho de 2010

- " Fidelidade X traição,e a busca da verdadeira intimidade..."

Fidelidade,traição e a busca da verdadeira intimidade, foram assuntos debatidos hoje, em 2 programas na TV,por jornalistas, pesquisadores, psicólogos...
   Um ponto que me chamou a atenção,e com o qual concordo, foi que a fidelidade não é conceito tido como antiquado, mas atual, e está em primeiro lugar hoje, como motivo de se querer ter um relacionamento sério e real.      Como não há mais casamentos obrigatórios, pelo menos não no Brasil, e as pessoas casam mais tarde hoje, quando um casal decide viver junto, na maior parte das vezes, há um pacto subentendido entre eles. Ambos sabem que não lhes basta relacionar-se com várias pessoas ou amigos, mas que valorizam a intimidade e estão comprometidos com uma vida a dois. É necessário o comprometimento.
    Contudo,ainda existem traições e algumas pessoas acreditam que há maior facilidade com a internet. O que se discutia é que o motivo principal apontado para a traição, não é apenas sexo. As mulheres desejam e buscam a intimidade, que foi descrita como o sorrir juntos, a amizade, a confiança, o conversar, elogiar e serem elogiadas. Os homens, por sua vez, mesmo que façam sexo satisfatório com suas esposas, acabam traindo, pelo desejo de compreensão, elogio, interesse e atenção. Assim, com as facilidades da net ou não, o que vejo é que todos desejam encontrar o tesouro no arco-iris : intimidade verdadeira e reconhecimento.
   No meu tempo de menina, aprendi que amar era renunciar. Hoje sabemos, é normal e saudável que precisemos da atenção, sorrisos, amizade, cumplicidade e compreensão daquela pessoa com a qual escolhemos viver! E, se encontrarmos isto, seremos o melhor,pois o amor nos faz pessoas melhores, além de realizados. Seria normal, que casais não fizessem apenas sexo de maneira rotineira, sem cultivar entre si, a intimidade verdadeira. É ela que nos permite "criar o clima", namorar, colocar aquela mão um pouco acima do joelho e ainda provocar arrepios, querer agradar, se importar com o outro, conversar no restaurante ( e não apenas comer), olhar nos olhos e ter uma vida satisfatória na maior parte do restante do tempo, quando não estamos com a pessoa com quem a gente escolheu viver. Quando o casal a tem, não fica fragilizado. Muitos casais fazem "bom sexo", embora não consigam a tão sonhada intimidade verdadeira, e mantém seus relacionamentos com base nestes poucos momentos em que a satisfação lhes dá uma sensação de conforto, que pode durar pouco. Precisarão de muito esforço para manter-se juntos, quando as dificuldades se aproximam, como é normal que ocorra, vez ou outra.
   A intimidade verdadeira deveria ser algo que cada um buscasse encontrar, não se contentando com menos e que soubesse que deve ser conquistada a dois e depois cultivada com responsabilidade. Se a gente quer ter um relacionamento com intimidade e cuidados verdadeiros, e uma vida mais plena, precisa acreditar que merece isto, e então comprometer-se com a mente e o coração, para o realizarmos.
   E não é possível viver de ilusões,  implorar por este "tesouro" ou nos enganar a respeito, sem que o tempo nos cobre, mais cedo ou mais tarde! É necessário termos amor a nós mesmos, para entender que o amor real é este, que nos traz a intimidade verdadeira e que temos direito a isto, juntamente com as responsabilidades desta descoberta, mas seremos, com certeza, mais capazes de amar e mais felizes, se tivermos a coragem de fazer esta opção, lutar por isto. Foi muito bom poder refletir mais a respeito deste assunto.
Texto: Vera Alvarenga
foto: retirada da net; pode ter direitos autorais.

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