Mostrando postagens com marcador luz. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador luz. Mostrar todas as postagens

sábado, 28 de novembro de 2015

Faltou energia..e agora?!

                                         
                                              Com a Primavera vieram as chuvas e com elas, o vento forte e  pluft, lá se vai a luz.
E agora? Dá aquele susto. O que vamos fazer sem a TV, sem a Internet, em plena tarde de sábado? Caminhando pelo condomínio logo vimos o motivo. Desta vez não foram galhos de árvores caídos sobre os fios na esquina lá fora, mas uma grande folha de palmeira que sacudiu, com a ventania, o cabo do poste que se soltou com um estouro.
- Cuidado, não passa por aí!
   Avisavam os rapazes enquanto colocavam sinais e faixas para impedir que alguém passasse por baixo do grosso fio de alta tensão que estava apoiado lá em cima e por um triz não caía balançando sobre a calçada e sabe-se lá, sobre algum carro ou pior, sobre alguém!
Depois de algum tempo, caminhão e homens da Eletropaulo estavam lá para dar jeito na situação.
   Nada mesmo pra fazer, então resolvi descer e ver tudo de perto. Um dos homens já lá em cima, naquele pequeno compartimento que sobe e desce a seu comando. Eu acho um barato! Coisa importante para facilitar o trabalho destes homens que precisam fazer emendas nos fios.
   Ao chegar perto percebo que muita gente teve a mesma idéia - distrair-se olhando os homens consertarem o cabo para que cada um de nós pudesse se recolher e voltar logo à intimidade de suas casas, tomando uma cervejinha gelada ou um banho ( hoje está muito quente), sentar-se à frente de uma TV ou computador.
   Enquanto a vida não voltava ao normal, a televisão improvisada na rua, bem no meio do condomínio, mostrava para alguns, as cenas dos homens trabalhando. Cada um dos espectadores sentou-se num banco ou pedaço da mureta. Uns comentavam que os homens bem que poderiam cortar as folhas da palmeira que continuariam a representar um perigo. Discutiam sobre o absurdo que já acontecera semanas antes num dia de chuva, quando o pessoal da Eletropaulo não cortou galhos de uma árvore próxima dali porque diziam que só a Prefeitura poderia fazê-lo. E disto resultou horas de falta de energia quando um destes galhos caiu de fato como estava previsto, e se enrolou nos fios! Nosso bairro, como alguns outros, tem muitas árvores lindas e antigas mas que deveriam ter seus galhos cortados na altura em que encontram com os postes de luz. Contudo, ninguém toma providência, a menos quando um acidente acontece. Evidentemente deve ser muito mais caro consertar do que prevenir, por esta razão não compreendo porque a prefeitura não toma as medidas preventivas necessárias.
   Eu acho que me cansei um pouco de ter vivido tão quietinha no meu canto. Ali sentada, junto ao marido, conversei com um recente amigo, animado e divertido. Ouvi comentários de alguns que achavam que tudo era muito simples para demorar tanto tempo para ser consertado - sempre tem quem apenas observa mas acha que faria melhor. Conversei com um homem jovem que por sinal tem a idade de meu filho mais novo. Acabamos falando sobre crises, recomeços de vida - a nossa e a dele- pequenos milagres que surgem em momentos de grande dificuldade - e eu tinha alguns exemplos para contar - falamos de sonhos, projetos, fé, força apesar de tudo e sobre os filhos e ele falou igualmente de suas coisas porque foram alguns minutos de uma conversa que podemos honestamente chamar de diálogo. Interessante como  gostei de ter saído do meu cantinho para ir até aquela imitação de TV comunitária, onde, por um acidente, as pessoas se viram compelidas a se aproximar e olhar para a mesma direção, enquanto jogavam conversa fora.
   Alguém bateu palmas( confesso, fui eu). Viva! o homem na cadeirinha suspensa cortou 2 galhos da palmeira. Beleza. Além de emendar os cabos, fez o serviço completo! Mereceu as palmas.
   E logo, todos voltamos para nossos apartamentos. E lembrei-me de minha adolescência quando morava numa casa térrea lá em Moema e aos sábados meu pai assistia futebol ou tirava um cochilo na sala, minha mãe fazia pipoca e eu tocava violão no jardim da casa e conversávamos com os amigos e irmãos, ou jogávamos ping pong. Em meu tempo de casada, raras vezes recebemos amigos em casa. Meu marido é carioca e sempre preferia sair, a receber. Crises, a vida corrida enfim, falta de hábito dificultado também por muitas mudanças de residência, o que nos impedia de conhecer as pessoas por tempo suficiente para convidá-las para nossa casa. Me deu saudades também de uma amizade adulta num tempo mais recente, quando eu tinha um amigo com quem era muito bom conversar.
   Apesar de eu ser uma pessoa que gosta de seus momentos de solidão criativa ou relaxante, que é mais introspectiva do que social, acho que hoje em dia muitos de nós sente falta de amigos com quem conversar e mais que isto, com quem apenas conviver, ficar ao lado pra relaxar sem a obrigação de puxar conversa mas partilhando momentos.
   Quem diria que alguns momentos de falta de energia pudessem me trazer tantas lembranças, um bom papo, um convite para o almoço amanhã e o prazer de presenciar um homem que soube tomar sob sua responsabilidade, além do dever de consertar algo, a decisão de prevenir para evitar novos acidentes. Beleza.
   


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Tem gente que não acredita em magia...

- Você está tão bem naquela foto! Parece que está serena, feliz.
- E por que não estaria? Há tantas coisas pelas quais posso agradecer...e sentimentos que posso resgatar na lembrança...
- Mas ontem à noite você... afinal, o que ainda a comove para que...
- Ah este mundo é mesmo feito de contrastes! quando nos sentimos impotentes diante de realidades difíceis de aceitar, seja na vida pessoal ou em aspecto mais amplo, é isto que acontece : a gente precisa sonhar! Mesmo que no final acabe dando de ombros porque não consegue fazer toda uma mudança sozinhos, mesmo que acabe voltando apenas para os pequenos sonhos do "um dia de cada vez"...é para isto que existem os sonhos, a imaginação criativa, pra gente recordar ou criar na mente imagens e felizes momentos, enfim, pra gente pensar naquilo que nos deixa a alma mais mansa.  
- Mas ontem... o que houve?
- Você não soube? Logo você, que não acredita em magia me diga, do que se tratou então?
- Explique-se ! Não estou entendendo patavina!
- Ora, aquela luzinha verde, aquela sensação boa que vinha junto com as palavras daquela canção, você sabe tudo era real! Você também ouviu, lembra?
- Sim, ouvi, e daí?

- Pois dizem que aquela cidade inteira desmoronou, como se tivesse sido implodida! Sumiu do mapa, virou poeira e depois...simplesmente sumiu!
- Mas como foi isto? Aquela cidade era imensa, tinha até aeroporto, indústrias, o que foi? Uma bomba? um terremoto?
- Não, minha cara. Apenas magia às avessas! Como se o mágico tivesse cansado de deslumbrar quem lhe dirigia aquele olhar de sonho, como se ele tivesse se cansado de ser afeto, de ser lembrança dos melhores sentimentos, de ser sorriso na boca dos inocentes, como se ele não quisesse mais inspirar...Pode pesquisar aí e depois me diga o que pensa a respeito.
- Estou vendo aqui na internet...é verdade! não está mais aqui já faz algum tempo. Fala sério! Onde está?
- Estou lhe dizendo...apenas magia, uma cruel magia que se transforma na mais pura, nua e crua realidade! uma cidade inteira sumiu! Tudo porque aquela pequena luz verde se apagou... eu não a vejo mais, nem ouço a canção dos pássaros, nem sinto o vento que me trazia as folhas de outono, nem os raios de sol da manhã... Eu não a vejo mais acesa, você a vê?
- Você tem razão. Agora acredito em magia, mesmo que seja às avessas...rs...como você diz.
- Pois eu, não acredito mais! E pra sempre vou ter cem anos de idade.....
- !!!???....


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Entre a razão e o coração...

E naquela pequena aldeia onde morava, ela viveu por muito tempo, foi feliz, lutou, trabalhou, riu e chorou, como todo o mundo. Até que chegou um dia, quando se incomodava com a fraca luz que iluminava suas noites, em que soube de alguém que tinha outros costumes, vivia em outro lugar.  Quando era noite escura aquele, que distante vivia, trouxe consigo uma lanterna, porque também procurava algo que perdeu.
 - Onde mora? ela perguntou.
E ele lhe mostrou. Lá...
- É longe...muito longe...Mas, por algum tempo, ao olhar para o mapa do mundo, ela podia ver lá, bem distante naquela outra cidade, a pequenina luz verde, fosforescente, que se acendia para ela.
   Então, a cada vez que via, na penumbra, aquele sinal, em seu rosto um sorriso iluminava sua noite, e também o seu dia. E, apesar de seu olhar sonhar com o distante lugar, não era apenas de sonho que vivia. Porque a luz que antes pertencia apenas à janela daquele que estava distante, entrava em seu coração diariamente até que, em poucos meses, também lhe pertencia. Não que a tivesse roubado dele, não! É que, de tanto que aquela existência lhe fazia bem, tomou-a para si, em pensamento, e a interiorizou. Nela ocorria o mesmo fenômeno que a tanta gente que busca a luz, que ama - resplandecia! E tudo ao seu redor ficava mais iluminado, e assim, não cometia nem o crime de roubo, nem o de ausentar-se do que era sua responsabilidade viver. Era o que a razão lhe fazia crer. Contudo, a experiência era com os sentidos e, se houvesse alguma verdade ali, era a de que seu coração assim iluminado, era capaz de iluminar novamente. E era para isto que acreditava viver.
   Algum tempo passou. Um dia, à sua alma ingênua, a própria razão, talvez pela inquietude que traz a ausência do que nos alimenta a fé, plantou-lhe uma dúvida impiedosa.
 - Tudo é ilusão. Como sabes que aquela é a mesma luz que te acompanhava antes? Neste silêncio, como sabe de quem é aquela janela? Quem estará atrás das máscaras que todos usamos? Logo tu, tola que foste. Nem ao menos quisestes conhecer outras pessoas que lhe trouxessem outras notícias, outros sorrisos e mais sentido para o mundo que conheces.
- Se sabes tudo, não deverias esquecer que a inquieta é você, não eu. Sou fiel ao que sinto, e não costumo procurar, como você. Não posso mudar tanto de mim, só por ter visto algo que não tinha mais e desejei, ou mesmo que tenha sido uma criação de meu próprio desejo.
E a mulher virou as costas para a razão. Mas seu coração, com certa tristeza pressentia que aquela luz poderia apagar-se de dentro dele, porque já não sabia de onde vinha, nem se algum dia, verdadeiramente tinha se iluminado para ela... talvez viesse apenas de um anseio...de si, ou do outro que um dia passou por ali.

Texto: Vera Alvarenga
Foto retirada do Google.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

" A arte é luz que resgata..."

Hoje,relembrando descobri,
que das vezes que senti medo
e achei que quase me perdi,
em todas eu reagia,
me debatia,reclamava,
me conhecia, me reencontrava,
e estancava naquele degrau,
apoiada por minha teimosia
providencial.
E ali ficava, criando algo belo
e esperava...
até a tempestade passar.
Foi a arte que me resgatou
quando eu não podia te amar!
Foi o trabalho honrado,
foi o sorriso tantas vezes dado
junto com os meus meninos!
Foi o modo de não prostituir
minhas crenças, de não me sabotar!
                                                            
Então, até quando me senti                    
vazia e sem sentido,
não foi porque tivesse me perdido!
Pois ainda me vejo aqui,
e em mim, em tudo me reconheço.
Ah, mas você me roubou algum tempo
que me pertencia,
e muitas vezes calou a alegria e o canto,
no instante que já quase brotavam,em mim.
Mas, o dom de poder criar,
era a luz que me resgatava,
me elevava a outro patamar,
só hoje compreendo.
Eu ainda estava ali,
só não sabia!
O que me apavorava era
a ausência de luz do amor
que naquele momento,não podia sentir
por quem não olhava pra mim.
Mesmo assim, eu ainda era eu.
Começo a perceber que não me perdi...
O tempo? inexoravelmente passou,
e foi o teu rosto, que em algum canto
do meu coração se perdeu....

Fotos e Poesia : Vera Alvarenga

sábado, 23 de outubro de 2010

Como a Felicidade se veste hoje pra mim...

A Felicidade não é feita apenas dos raros momentos que nos tiram o fôlego! Hoje,para mim, é feita também da rotina confortável e segura do conhecido.
Felicidade, para mim, é acordar pelas manhãs, abraçar meu companheiro que está ao meu lado, e ouvir o canto dos sanhaços, sabiás,cambacicas e pardais no quintal.
Felicidade é ter o meu trabalho e liberdade de escolher meus horários, e é finalmente o salário no final de cada mes, que me permite comprar meus remédios, o essencial e pequenos extras e cuidar da minha saúde, que melhorou tanto que já posso dormir sem dor, por ter a artrose controlada...
É ter os filhos abençoados...e noras e netos.É saber que os criei com mais exemplos do que restrições e livres para escolherem seus caminhos, e é sentir orgulho do que são e de suas escolhas.
Felicidade é ter a experiência de uma filha postiça!! e de 3 netos.
É perceber que ainda tenho momentos de raiva que não posso controlar,mas que, apesar disto, ainda há muito mais ternura em mim, do que este péssimo sentimento.
   Felicidade é sentir gratidão pela minha vida; é aprender a sossegar meu coração e desejar apenas o que posso ter, e mesmo assim, ainda me emocionar!
  Contudo, felicidade também são os momentos que puder sentir que o outro me olha, me vê e me aceita.
  Felicidade serão todos os momentos em que meus gestos de carinho puder realmente tocar você, que se tornou tão importante em minha vida...
   e, toda vez que soubermos, sem nenhuma sombra de dúvida, que nossas palavras só serão ditas com sinceridade, e que a troca só existirá por opção do coração -e estes momentos são como a luz de um pequenino diamante - não pode ser falso, e ilumina todo nosso ser, como uma flor rara a ser cultivada com atenção e cuidado. É como a presença do sol em nossa janela, que brilhará só quando for real.

   Felicidade é reconhecer que nada sei, mas que deve haver um pouco de Deus em mim, porque se sonhamos com o mais belo e perfeito sentimento de amor, e temos uma amostra em nós, talvez seja uma nostalgia do amor verdadeiro que já tivemos Dele e um dia vamos reencontrar...
Texto e foto : Vera Alvarenga

quarta-feira, 10 de março de 2010

- " Sôbre a Sensibilidade..."

CARTA Á AMIGA MARIA MARÇAL E A TODAS QUE JÁ PENSARAM QUE A SENSIBILIDADE... ÀS VEZES, É CARGA DIFÍCIL DE CARREGAR
    Sabe, Maria, depois de ler seu post,decidi - vale a pena me expor mais um pouquinho, pra te dar a mão...já estou mesmo, quase nua. E também a todas aquelas que já pensaram que sensibilidade é uma carga difícil de carregar.
    Percebi, neste susto que levei outro dia, com meu coração batendo fora do ritmo, e por sentir anseios por viver “um amor mais bonito” , que muito tenho que aceitar sobre meus limites e sobre este mundo em que vivemos. Eu tenho uma historia de amor muito bonita! E o que a gente “tem” é algo que a gente vive, está dentro de nós.Se e como foi compartilhado pelo outro, é outra história.Nossa história de amor depende da capacidade de amar, de cada um.
   Pode ser que meus anseios não sejam por um relacionamento que possa existir aqui. Esta coisa de me encontrar, de tempos em tempos, sem energia, não é porque tive uma infância problemática, ou porque sou uma depressiva. Não. Acabo, isto sim, “ficando" deprimida, talvez por ter muita sensibilidade. Daí, pensei :
    - Nós,homens e mulheres,somos todos sensíveis. As mulheres , geralmente mais conscientes das emoções, soltam-se um pouco mais. Contudo, há pessoas, que são mais sensíveis que outras. Sou obrigada a reconhecer que sou uma delas, o que me proporciona ver o mundo e as pessoas de uma maneira um pouco diferente. Por exemplo, uma vez, não fui capaz de conseguir lembrar se meu marido estava usando bigode, ou não, quando alguém me pediu para descrevê-lo. Acredita nisto? Sou capaz de não me lembrar como era o vestido de alguém, na festa ou casamento do dia anterior. Sempre fui assim. Entretanto, sou capaz de sentir uma enorme empatia por ele, ou por outras pessoas, como se algo me ligasse a elas que não é da aparência objetiva, mas da emoção ou da alma! Graças a isto, talvez eu tenha sido poeta desde os 10 anos, tenha começado a compor músicas por esta idade também, e veja sempre em tudo o que é o concreto uma possibilidade de transformar-se em algo mais bonito.
    Eu não choro à toa não, nem me emociono facilmente, com qualquer tipo de coisa, como seria de se esperar. Sei ser forte e desprendida quando é necessário, mas quando algo me toca, sofro de uma empatia exagerada e desejo de compreender o ser humano. O que me faz sentir compaixão realmente, é quando vejo alguém ou um animal, sofrer emocionalmente. Um professor de astrologia, uma vez me disse que eu teria que aprender a deixar a pele engrossar e a não absorver para mim, o problema emocional de outros, pois é este que me sensibiliza mais. O corpo de uma criança morta repentinamente na guerra, me choca, mas talvez me sensibilize um pouco menos, do que se me dissessem que esta criança correu para apanhar um pacote jogado por um avião, porque lhe prometeram comida e doces, e ao se aproximar, este pacote estourasse e a ferisse somente na mão. Uma amiga contou que isto acontecia na guerra, que ela viu isto! Você pode me entender? A dor é algo ainda mais terrível, quando faz sofrer a alma. Destruir a alma de alguém, a fé, a bondade que tiver em si, a confiança no outro, é o pior crime.

Conto tudo isto para dizer-lhe que, quando a gente é assim, é capaz de doar-se para a mãe, que tem um câncer e não sabe, para um marido que, por causa de uma doença se encontra debilitado, para um amigo que sofre a dor da perda de alguém que amava, enfim, a gente faz isto, não porque se alimente do que é negativo, não porque espere gratidão, ou por ser masoquista. Ao contrário! A gente é assim, ou melhor, eu sou assim, porque não consigo conviver com o sofrimento emocional mantendo-me indiferente, ou sem tentar minimizá-lo - e geralmente nem sei como fazer isto, a não ser dar um abraço ou tentar ouvir. Acho que o faço também por mim mesma, não por ser boazinha. Eu apenas não suporto a dor do outro, quando a vejo, quero abraçar, porque desejaria um mundo melhor.
   Quanto mais pessoas felizes houvesse, melhor seria o mundo. Minha sensibilidade artística que me traz a criatividade para buscar o belo, também é a mesma que me traz empatia, ou me dá a consciência do que é belo na natureza e dentro de cada um de nós. Por esta mesma razão, ter a pele assim tão fina, acabo por sentir-me triste quando me deparo com o desperdício do que poderia ser bom, e não é por preguiça de comprometer-se com o ser e fazer feliz. Talvez a gente traga escondida na memória, um sonho ou uma lembrança enevoada de alguma outra vida ou situação em que tudo seja calmo e bom. Não sei...
    Sensibilidade para sentir o outro, idealismo, altruímo, arte como a realização do belo, empatia, sofrimento, “flor da pele”, gratidão, ilusão, tudo faz parte do mesmo saco, minha amiga. Se temos um, temos os outros.Na astrologia seria relacionado com Netuno, e tudo seria uma potencialidade só.  Somos feitas de muitas outras coisas também. E assim, acho que tenho mesmo que aprender a me perdoar por isto, por ser o que sou - sensível e sonhadora. Não é possível sermos compassivas e sensíveis, sem ser sonhadoras.  Perdoar a mim e aos outros porque nenhum de nós consegue ser emocionalmente perfeito. Temos que perdoar a nós mesmas, meninas, porque, de tempos em tempos, nos sentimos sufocadas nesta sensibilidade humana e desejamos sair por aí, buscando algo que nos alimente, nos recarregue.Seja uma palavra, um abraço, uma presença, Deus, uma flor, um raio de sol, um sorriso... E vamos com sede ao pote! Precisamos nos perdoar porque, de vez em quando, precisamos de colo. Mas pedir colo, é algo totalmente novo pra mim. É preciso coragem para pedir, para demonstrar necessidades, para ser auto afirmativa em busca do que se precisa... e isto tudo já é uma coisa de outro planeta, por assim dizer, estaria num outro saco...rs...

    Temos que nos perdoar, Maria, porque desejamos o que é belo no ser humano ( mas é porque nós o vemos dentro de cada ser).

    Talvez nunca encontremos o que nossa alma almeja em outro ser humano, ou pelo menos somente em um. Talvez alguém pense que somos apenas tolas românticas a choramingar pelos cantos, por realizar caprichos. Não se trata disto, uma vez que soubemos enfrentar os perigos com garra e fomos capazes de, docemente, estender a mão ao outro para voar conosco, sair da lama e ir em direção ao sol, aos girassóis, ou apenas até o jardim.
   Por isto, precisamos nos perdoar quando estamos tristes, e nos aceitar quando desejamos sair novamente, confiantes, e buscamos tanto a luz mágica do sol... é porque somos muito sensíveis à inexistência dele!
   Com um carinhoso beijo,
   Vera Alvarenga                  
( imagem retirada do google- pode ter direitos autorais)

Clic para compartilhar com...

Compartilhe, mas mantenha minha autoria, não modifique,não uso comercial

 
BlogBlogs.Com.Br
diHITT - Notícias