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sábado, 21 de setembro de 2013

Melancolia...


Desde ontem, após ler o email de um amigo, me volta ao pensamento,repetidamente, esta palavra que não sei bem definir...melancolia.
   Seria, quem sabe, sermos interrompidos insistentemente por lembranças do passado?  E muitas vezes nos sentirmos tomados por uma sensação de surpresa por ver que algumas coisas que nos pareciam certas, tomaram um rumo tão diferente daquele que imaginávamos?E frente a isto, à sensação de impotência,nos bate um cansaço, como se quiséssemos ser capazes de descer desta roda que gira e gira independente de nossa vontade e apesar de nós. Então, apenas ficamos ali, a nos convencer de que as coisas são assim mesmo e diante deste fato, que façamos o melhor, apesar da preguiça que nos rouba o entusiasmo de outrora!!
   Seria isto a melancolia?
  Ou seria o desejar ardentemente poder recomeçar outro caminho, novo, e reencontrar neste a nossa antiga energia ou motivação, para logo perceber que não é possível? Porque, para alguns de nós, este não é, não, um caminho que se faz solitariamente! Porque, para alguns de nós, o que se deseja é nos encontrarmos novamente apaixonados e amando alguém e como consequência, a própria vida. E não falo do amor, aquele que a gente encontra quando racional e maduramente lembra de tantas histórias, batalhas vencidas, dedicação pessoal para que consigamos, sob grande esforço, fazê-lo sobreviver. Falo do desejo de experimentar talvez um novo amor, um amor de outro tipo, seja com a mesma pessoa (embora isto exija igual empenho dos dois) ou com outra. Falo de sentir um amor que nos emocionasse novamente, nos tomasse, nos inundasse, simplesmente porque viria naturalmente do compromisso mútuo de fazer o outro tão feliz quanto a nós mesmos, e por isto, seria o sentimento que nos traria mansa alegria de termos finalmente encontrado nosso recanto de paz e prazer...
   Falo do amor que se constrói com respeito, carinho, amizade e a antiga bagagem dos que já se viram a caminhar corajosamente por caminhos solitários, quando deviam estar acompanhados.
   Melancolia seria a estranheza que nos assombra diante do próprio presente onde estamos agora, sem contudo sentir que ele realmente nos pertence? Seria nos perguntar com estranheza como chegamos ali?
   Ah, certamente o rumo de nossas vidas e sentimento não são coisas que podemos construir e controlar como se dependessem exclusivamente de nosso empenho, dedicação e sonhos! Há muitos outros aspectos que interferem, além de nossos próprios humanos erros, sem que possamos fazer muito a respeito. Tantos momentos nos quais tivemos de optar, e na maior parte das vezes fazemos a escolha no escuro, contando também com a sorte, além daquelas escolhas para as quais não pudemos nos sentir livres a seguir apenas o que nosso desejo mandava, porque o coração e o amor que nos liga a outros, nos fazem saber que não estamos sós a enfrentar as consequências daquilo que desejaríamos.
   Quando estamos mergulhados hoje numa ação qualquer e somos surpreendidos pelo desconforto, estranheza, e nos perguntamos se aquilo tem significado e então, nos esforçamos para novamente nos colocar por inteiro naquilo que estávamos fazendo antes de sermos interrompidos por tais pensamentos...seria isto a melancolia? Precisarmos nos distrair, nos deixar absorver pelo que está à frente de nosso nariz, o que é sábio porque nos leva ao presente, porém ao mesmo tempo para longe do que sentimos. E talvez o que sentíssemos se nos permitíssemos seria o desejo ardente de não ter nossa velhice permeada por esta sensação de solidão. Ou seria precisarmos nos dessensibilizar repetidas vezes e a tal ponto que não podemos mais sentir emoções e vida como coisas que estão coerentemente caminhando juntas e nos pertencem?
  Melancolia...algo que não sabíamos o significado porque antes não conhecíamos o tédio, nem a dúvida, nem a indecisão, nem a falta de entusiasmo, porque antes estávamos tomados pelo amor que nos vivifica?
Melancolia, talvez se misture com certa nostalgia.
  Um por de sol como o da foto, com uma ave em voo solo, é lindo, mas melancólico, porque nele nos despedimos da luz!
 
  Melancolia, para mim, é saudade de poder amar! E é amando que nos sentimos mais vivos!
  E por isto, melancolia é como o por do sol, é como ir morrendo aos poucos....
  Pode ser que, para cada um tenha um significado um pouco diferente... pode ser...
  Eu, de minha parte, refletindo sobre ela, vejo-a como filha da nostalgia. Nostalgia do sentimento que um dia nos envolveu e pelo qual nossa alma, por vezes inconformada anseia de novo sentir - o amor!
 
  E é por isto até, que alguns de nós, seres humanos já bem maduros, inconformados, ousaram enfrentar situações consideradas ridículas pelos que não sabem o que é viver este sentimento. Eu, não costumo julgá-los com rigor e me emociono pelo amor corajosamente vivido, seja em que idade for. Quisera eu ficar velhinha e sempre envolvida por este sentimento! Porque a alma não envelhece e por vezes demora a entregar-se à paz, aquela daquela natureza que advém de nada mais desejar e apenas espera a vela se apagar...

Texto e foto: Vera Alvarenga.  

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