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sábado, 24 de setembro de 2011

Um pequeno ritual mágico...


 É possível mudar uma rotina com a qual a gente não se sinta bem. De algum modo a gente pode mudar o que é possível mudar.
Não é como nadar contra a maré, não desgasta, ao contrário, suaviza.
Gosto de poder criar momentos diferentes dentro da rotina, não para desafiar estruturas. Não ligo a mínima pra esta história de desafiar padrões estabelecidos, mesmo porque, rotinas me deixam segura. Mas se faço isto é porque me dá prazer poder sentir-me relativamente livre para criar e, fazer diferente.Nem sempre é contestar, mas apreciar algo mais agradável.
 Assim, em minha casa hoje, uma 2ª feira não começa mais como aquele dia chato...não temos ninguém a trabalhar em casa neste dia, assim, meu marido não precisa levantar cedo para abrir a porta para a funcionária que não tocará a campainha pela manhã...rs....
Mesmo sendo 2ª feira, nós a tornamos mais agradável, como é uma manhã de feriado no meio da semana. Dá para acordar de manhã, com o canto dos passarinhos e, ao invés de levantar, fazer ainda um momento de preguiça...colocar a cabeça no ombro daquele que dorme em paz a seu lado. Dá pra sonhar acordada, sonhos de paz.
 Depois de alguns momentos,virar-se,puxar o braço preguiçoso e deixar-se abraçar, porque receber o que se deu é sempre bom. Em pouco tempo, torna-se um ritual - e rituais mágicos são sempre bem vindos até mesmo para os mais resistentes. Tudo para mudar na memória e aliviar o peso que antes tinha uma 2ª feira rançosa, ou que tenha qualquer rotina que nos desgasta sem que seja imprescindível!
 São estas pequenas coisas que a gente pode mudar, sem que dependa apenas do outro.Tudo pra começar o dia com bom humor e ouvir com mais prazer o canto dos passarinhos.
Tudo para proporcionar pequenos momentos de gostosura para a vida, e que podem se tornar rituais que chamo de mágicos, porque não são os necessários, mas fazem uma pequena e doce diferença, que os sensíveis notarão e os que não o forem, assim mesmo aproveitarão e sentirão seus efeitos, por mais que não queiram reconhecê-los..rs.....
 Isto de cuidar do ninho e proporcionar gostosuras, aconchego e suavidade, é mesmo coisa que mulher gosta de fazer e oferecer como um presente, não é mesmo? Mas, tanto homens como mulheres, podem criar seus rituais mágicos para uma vida melhor.
Texto e fotos: Vera Alvarenga

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O que permanece...

   Podemos ficar alegres no verão,mais introspectivos e tristes no outono, encarar nossos medos no inverno, nos disponibilizar para o amor na primavera, porque temos em nós uma semelhante materialidade que se insere no ritmo e clima do ambiente.

   Nosso mundo se movimenta continuamente, o tempo passa e alterna complementares estações e, em cada fase de nossa vida, lidamos com nossas emoções que se apresentam com roupagens novas, mas as emoções já estão lá, dentro de nós, de nossa humanidade.
   As emoções pertencem a nós, não às estações do ano ou ao ambiente externo. Estes, seguramente, podem fazer aflorar, para que tomemos consciência e nos surpreendamos com o que já era nosso. E como controlar as emoções, o que sentimos? Não sei. Preciso lembrar de não tentar fazer mais do que manter tudo num equilíbrio viável. Não o equilíbrio de quando, num grave esforço, tento manter-me firme, durante e após as ventanias, mas o que permite me curvar feito bambu e levantar, quando possível.
   Não podemos controlar todo o conteúdo das nossas emoções. Nossa alma, guardiã deste conteúdo, tem uma característica própria, não se prende ao tempo externo. Por isto mesmo, pode nos parecer, às vezes, que ela teime em ser eternamente jovem ou inadequada, só para nos deixar encabulados, se a quisermos moldar ao que somos, por fora. Outros momentos, ela nos parecerá velha e indiferente, diante de um evento aparentemente espetacular e festivo.
   O tempo não marca o que somos e como estamos, da mesma forma.
   Quantas estações meu corpo já viveu, nestes sessenta anos! E minha alma, que eternidade terá? O que marcará a eternidade de minha alma? Para onde irá,quando este corpo, que sei de mim não estiver mais aqui?
  Como ouso querer aprisionar minha alma e seus conteúdos, como se tudo pudesse conformar-se com o que sou em carne? Como aprisionar o espírito diante do que tem valor e sobrevive ao tempo, como um gesto, um verdadeiro afeto? Minha memória carnal poderá um dia até esquecer o que não pode ser contabilizado, mas a marca que ficou impressa na alma, ali permanecerá, por um tempo que não saberia medir, talvez até que a alma pudesse dispor de mais camadas de si mesma. Mas isto, eu não entendo.
   O que sei é que, as estações vão e vem, mas minha alma tem um quê de caráter rebelde e independente e, acredito, mais permanente do que tudo o mais que posso imaginar. Por isto, sempre me surpreendo quando ela vem e me dá uma rasteira, e se ri de minha ilusão, só pra mostrar que não sou só o que penso ser.
 Foto e Texto: Vera Alvarenga


domingo, 17 de janeiro de 2010

- "É preciso ver, refletir, compreender..."

Este é um vídeo muito comovente e lindo, que vi no blog da Mariana Fulfaro, terapeuta ocupacional.
Vale a pena ver. Vocês vão se emocionar.

       
   Pouco mais de 1 mes antes de ver o vídeo, por perceber que minha memória,que nunca foi lá grande coisa,estava me deixando na mão, fui a um neurologista, que me pediu um exame. O exame era moderno, caro, com um bonito nome e serviria para poder medir o funcionando da minha memória,além de outras coisas : "Ressonância Magnética do Cérebro com Espectropia do Giro do Cíngulo".
   Fico maravilhada com toda tecnologia moderna e grata por estar trabalhando e poder pagar por isto, pois me disseram que este exame, não era coberto por meu seguro saúde.
  Dias depois, na sala de espera, durante mais de uma hora, pude ver pessoas que tinham problemas mais sérios do que o meu - isto, se eu não estivesse com o início de uma doença que apavora a nós todos, que beiramos os 60 anos, e que sabemos agora, pode se instalar mais cedo do que pensávamos antes. Frente ao neurologista, homem sério e solícito, pude ver o quanto eu estava apreensiva pois, assim que  me afirmou que "tudo estava bem" e me certifiquei que não estava com a doença, me levantei e dei por encerrada a consulta .Saí do consultório feliz.
  Ao contar o resultado à norinha, depois ao marido, mais tarde ao filho, fui ficando novamente preocupada, pois me lembrei de algo que o neurologista disse, ao comentar sôbre o número que media exatamente o funcionamento da memória ( o que mais me preocupava), e era mais ou menos assim: ... "e seu resultado aqui é 6.9, e está dentro do normal."  Maravilha,tudo resolvido, pensei ! Contudo, logo depois ele comentou que só começavam a se preocupar, com o resultado acima de 7.0.
 Por que minha memória não "apagou" esta última frase? ela ficou martelando em minha cabeça durante parte da noite e metade da manhã, do dia seguinte, enquanto eu tentava trabalhar. E eu não iria deixar uma minhoquinha virar serpente (como dizia minha avó). Logo me vi tendo a coragem de repetir, pausadamente para o médico, ao telefone : " Então, doutor, o que me separa de ter que ficar preocupada com o mal de Alzeimer é apenas este.... 0.1 ??? " Já me pesava o medo de não poder mais trabalhar, ou manter minha independência para fazer coisas simples, e acima de tudo, de "dar a quem nos ama, mais trabalho do que podem aguentar."  Não é este, o medo de todos nós?
  Gente, vocês tem que convir que, 0.1 de alguma coisa com as consequências de uma doença como esta, não é algo que se possa passar batido, não é? É MUITO POUCO! UM QUASE NADA!
  Como sempre quero ver um lado bom das coisas, brinquei  com meu marido, que ele teria  que finalmente, deixar de se fazer de durão e, todos os dias, tentar me conquistar, dizendo o quanto me amava, ou eu poderia gritar quando ele viesse para a cama à noite ( ou vice e versa). Feito aquele filme, sabem? Romântico, não?! (certamente, ele não teria jeito pra isto!) E sei, pelo que comecei a vivenciar com minha mãe, quando veio morar conosco e começou com os sintomas, e pelo que já li a respeito, que esta fase romântica é logo substituída por outra, na realidade, menos interessante.
  Só me despreocupei quando o médico me esclareceu que, em se tratando desta medição , 0.1 era uma distância "quiloméééétriiiica!" e que eu não deveria me preocupar.

  Fiquei grata por poder contar com esta péssima, mas adorável e saudável memória, que me faz esquecer de certos detalhes, mas não dos sentimentos, de nomes, mas não das impressões que me causam,que é ruim há tanto tempo que já montei minhas rotinas e aprendi a respeitar a organização para ser eficiente , que me faz viver muito mais no presente, do que no passado e me ajudou a desprender-me daquilo que não vale a pena querer segurar. Minha mente sempre foi tão repleta de tantas idéias, sensações, vida e cores, que talvez, esta memória assim deficiente, seja apenas mais uma característica da minha "boa adaptação", ao mundo como ele é, e faça parte até de meu caráter.
  De qualquer modo, ainda estou aqui para os que eu amo e os novos amigos e isto, pra mim, é maravilhoso.
E quero passar para vocês, antes que eu me esqueça, um conselho que o neurologista disse que foi a melhor
descoberta, até hoje (no último congresso), como prevenção. Receita ?
  " LER  UM LIVRO( ou equivalente)  DE 200 PÁGS. POR MES !"  E isto serve para os mais jovens também!

 Quero comentar como é maravilhoso  o trabalho de um terapeuta ocupacional!
Parabéns a ela pelo Blog e obrigada por divulgar um vídeo tão importante p/ conscientizar nossos jovens a cultivar a paciência e o cuidado para com aqueles que, já não tem mais a carinha inocente da criança, mas podem habitar seu mundo.

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