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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Os pirilampos da alma....


Dora conversou com ele, como se ele estivesse lá. Conversava consigo mesma...
- Então, o que eu amei em você? A possibilidade!
- A possibilidade de sentir alegria. Não só a alegria daqueles rápidos encontros, mas de muito mais! A alegria de brincar com seu corpo, de sentir que suas mãos brincavam com o meu. A alegria do encontrar você, tantas vezes quantas fossem necessárias para matar as saudades de cada breve ausência. Porque amor é encontrar-se, muitas vezes, em alegria vivida de diferentes maneiras. E é também a fidelidade, a cada ausência, com a esperança do reencontro, como escreveu Rubem Alves.
- E eu concordo com ele. O amor " é evento de graça"... "e quando ele volta, a alegria volta com ele."

   Ela sempre soubera. Intuíra, que apesar de tanto prazer, era preciso cultivar as alegrias dos encontros, ou o amor se tornaria abatido e triste. Ah! como sabia disto! E assim, foi por isto que ela o amou. Porque era fiel ao sentimento de amor, e dele necessitava como do ar que se respira.
   E ali, no começo da noite, ela encontrava-se com sua alma e refletia... O amor apenas da convivência nas dificuldades e nos momentos de prazer que o sexo traz, acaba por ficar triste, constatou. É preciso a alegria sincera em cada reencontro. O amor precisa contentar-se com os encontros, nem que seja apenas do olhar, ou do tempo que se dedica a se ouvir o outro, do instante de se rir junto, do delicado toque num momento de cuidar, ou do impagável gesto de carinho quando o outro sofre, e ainda da gratidão por perceber a generosidade daquele que controlou em si a vontade de caçoar do outro no momento em que este mostrou sua fragilidade.
  A paz que se sente por estar com um outro desta maneira, com tal alegria por alguns momentos, é algo que faz brilhar o olhar. Mesmo depois de ter queimado o fogo da paixão, o brilho das brasas que deste modo não esfriam, basta para alegrar o que recebe este olhar. Era assim que ela sentia este amor -com toda esta possibilidade. Esperava demais? Não! Isto é apenas amor.
- Então...é isto! Foi isto que amei em você! Aconteceu. Foi este sentimento de fé absoluta de que não teria sido possível amar você sem sentirmos alegria por estarmos juntos, apesar de qualquer outra coisa.
- É claro, disse ela com seus botões, para se vivenciar o amor é preciso dois, ou não haverá jamais o encontro. Contudo, sentimento e desejo podem ser algo solitário. Pois é, preciso parar de falar sozinha.... mas afinal, estou apenas lembrando, conversando comigo mesma, refletindo como é moda hoje se dizer, e não é hábito esconder de mim mesma, evitar meus próprios sentimentos, não é? Apenas talvez um ou outro que seriam dolorosos demais. Amei você porque era um presente, luz num caminho que não tinha mais alegrias, apenas heróis de um passado glorioso de batalhas vividas e duramente vencidas. Batalhas que forjaram a resistência, perseverança, coragem, testaram o caráter, e apagaram os pirilampos da alma....
- Amei você como se pode amar um pássaro dourado que pousa em nosso jardim, à nossa janela e com o brilho de suas asas nos cega por momentos e faz o mundo exterior desaparecer na sombra. E nestes momentos voltamos nossa atenção para dentro do desejo mais antigo de nossa alma, e penetramos em nosso coração, para ver dentro dele o ouro que refletia em suas asas. Amei você porque pensei que finalmente poderia ter companhia para tocar este tesouro que tanta gente procura e tantos outros desperdiçam. Amei você mesmo quando se foi. Amei você para sempre!

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