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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O romântico, culpado de traição!

Entrou sozinha, sentou-se, pediu café com canela.
Tentou colocar-se à vontade, como se estivesse habituada a ir sozinha a cafés. Não estava. Olhou as mesas ao redor. Mulheres conversando aqui e ali, uma mãe com sua filha adolescente, um homem de cabelos grisalhos olhando no relógio e, em seguida levantando-se para cumprimentar a mulher um pouco mais jovem, que acabava de chegar sorrindo.
  Ao sentir o cheirinho e experimentar o sabor do líquido quente que lhe foi servido, sentiu-se estranha. Como se o prazer não pudesse ser experimentado num momento solitário. Como se tudo que desse prazer tivesse de ser compartilhado. Era assim para ela, por isto parecia estar traindo alguém.
  Sorriu. Quem sabe aqueles dois...olhando-se com aquele ar de cumplicidade, sorvendo tão rapidamente o delicioso café como se tivessem urgência em sair dali. Algumas coisas a gente reconhece à longa distância, é como o aroma que se espalha no ar. E eles se levantaram. Ela baixou o olhar, evitando ser intrusa e também desejando voltar a si mesma. A gente se distrai muito com outras pessoas e pouco olha para si, pensou . Claro que seria muito melhor estar ali com companhia, como aqueles dois, mas sentia prazer assim mesmo.Solitário prazer que deveria ter seu tempo alongado. Então, pediu torta de chocolate.
   Não tinha dito a ninguém que ia tomar café ali, sozinha, nem poderia imaginar que isto lhe daria prazer. Mas dava! E não, não estava traindo ninguém. Aliás, o que seria a traição? Tanto se fala sobre traição. Traição, algo sempre imperdoável. Ela não podia estar traindo com algo tão simples, para o que sabia não ter companhia apesar de ser desejo antigo, apesar de ser apenas uma das coisas que não podia compartilhar. Então, havia prazeres que devia buscar por si! Isto de querer companhia era um "problema seu", uma vez que há muito tempo sabia que o companheiro nem sempre esperava sua companhia para satisfazer seus desejos. Ah, e o que é o desejo? Algo que cresce em nós mas podemos sempre sublimar, transformar sua energia em algo "produtivo"? Por vezes, o que precisamos, e com certeza queremos, é satisfazê-lo ou matá-lo. Então seremos culpados, cúmplices de um crime. Seja porque matamos o desejo ou porque vem de algo que tanto nos fazia falta que cresceu em nós e acabou por ser imperiosa necessidade para sobrevivermos. E de tudo seremos capazes, até tomar para nós o que nos vai nutrir! Seríamos, por isto, menos culpados? Ah, mas se assim fosse, os que roubam para matar a fome cometem crime mas não seriam condenados. Imaginou alguém, num palco, dizendo: - Cortem-lhes as mãos, tirem-lhes a liberdade, olho por olho...!
  Esta coisa de traição era mesmo um assunto complicado. Para ela, era mais sério do que fazer sexo, ou mesmo amor, com outra pessoa! Traição era desprezar o amor que você tanto quis para si e substituir o acordo mútuo por uma atitude falsa e descomprometida.
   Sorriu mais uma vez, reconhecendo que seus pensamentos vinham-lhe de modo teatral, de certa forma. A vida em si, parecia um teatro de fantasias mesmo para ela que gostava da verdade. A vida estava no centro do palco, não porque fosse falsa, mas porque era vibrante e dramática. Quem seria o inocente? e o maior culpado naquele ato, qual seria? Certamente é aquele que, de olhos fechados,  com nada se contenta. Não dá valor ao que tem ou ao que veio a suas mãos porque  tomou pra si e conquistou, e transforma esta conquista no motivo de seu desinteresse, na certeza de que o poder sobre o conquistado é eterno. O que tem fome, vai buscar alimento por instinto de sobrevivência ou definhará. Mesmo o insaciável vai buscar o prazer em outro lugar, porque ainda tem fome!
   Contudo, o egoísta, este é o pior. Ainda que apenas suspire pelo que está distante não despreza totalmente o que possui, ao contrário, o desvaloriza e o enfraquece mas apega-se porque lhe dá prazer e o mantém junto a si com promessas que sabe serem uma ilusão, porque teme comprometer-se, dar igualmente de si. Irresponsável traidor de si mesmo, extrativista em busca de mais e mais para viver é como o homem que suga da terra tudo que ela lhe pode dar, sem notar que fertilidade é um processo de relacionamento e que demanda cuidado. Não há solo fértil que se mantenha assim, sem uma relação de respeito.
   Não era, no entanto, nos traidores cínicos que ela pensava. Era nos inocentes, nos que nunca antes pensaram trair.
   Os românticos que se entregam totalmente. E fiéis, e confiantes, seguem a lutar por uma bandeira, até o dia que percebem que, por quase todo o tempo, estiveram mais sós que acompanhados? Ah, estes apenas fantasiam, imaginam um amor para si com tanta ternura que todos ririam, se soubessem o que sua sensibilidade esconde. São ingênuos, estão perdoados! Não sabem que querem o impossível? diriam todos. Pobres coitados, não sobrevivem sem amor, como os artistas não vivem sem o belo. Contudo, atentos, os competitivos diriam: - Prendam-nos! eles são os piores, porque traem com alguém que jamais poderia ser vencido!
  O objeto de seu amor, pensarão, seria tão idealizado e perfeito, que ser humano algum poderia competir com ele. É como aquele cheirinho do café que a gente sentiu na nossa infância, ou daquele bolo que só a mãe ou a avó faziam...nunca mais alguém conseguirá vencer este desafio com o que se iguale a tão apetitosa lembrança e desejo. Seria por isto que os românticos e ingênuos são os piores?
  Não, não por isto. Eles apenas acreditam na partilha. Na verdade, são os piores sim, porque sem que muitos saibam,  eles se apaixonam por algo tão real, e muito simples, e fundamental - pelo amor. Simplesmente pelo amor que contém amizade e respeito, e quem puder lhes oferecer isto, realmente  terá toda a sua atenção. Eles sabem que serão saciados se encontrarem o amor. Porque já o provaram, já provaram de seu próprio amor. Não conseguem fazer de conta que nada sentem. Eles só desejam poder amar de novo.Conhecem o amor, porque foram capazes de amar, talvez durante muito tempo, uma vez. De fato, eles não trairiam jamais! O que ocorre é que, diante do que é amor, o que não é, finalmente a seus olhos livres da nebulosa ilusão, não sobreviveria.
   O sensível "trai" tudo o que não é mais amor, ou o que nunca foi.
   O que mais se sensibiliza com as sombras e demora a conformar-se com viver nelas, é o que já conhece a luz.
 Então, ao contrário do que parece, os sensíveis não desejam nem sonham com o que o companheiro jamais poderia ser para reconquistá-los novamente. Não desejam o impossível. Não como aqueles que fingem não sentir, não como os que se dizem traídos e que, se um dia são vencidos não é por um fantasma mas por sua incapacidade de compartilhar ou viver na luz. Porque na luz, descortina-se o simples no real, enquanto que no escuro, apenas o que é glamour consegue ser valorizado, e os sentimentos se escondem na penumbra. Os sensíveis desejam algo que está facilmente ao alcance, embora muitos não o percebam. Por isto sofrem. Os românticos, os sensíveis sofrem porque vêem a possibilidade na simplicidade, onde outros não conseguem ver. E, para não trair sofrem, mas acabam traindo de uma maneira ou outra. Porque traem a seu próprio ideal quando não encontram mais seu antigo objeto de amor, que se tornou inalcansável porque não quis descobrir-se do véu que o isola e o impede de compartilhar de si. O egoísta que não se mostra contente e exige cada vez mais, traiu primeiro a quem se uniu para compartilhar. E, ao trair, atrai para si, mais cedo ou mais tarde, o mesmo.
  Quando se fala em traição, não daqueles que traem porque é assim que entendem a vida, que traem em inúmeras pequenas e irresponsáveis atitudes, mas daqueles que gostariam de não fazê-lo, é porque no final das contas, seu desejo, saudade e carência tornaram-se imensos. E quando se fala em traição, na maior parte das vezes é porque já sofreram antes inúmeras pequenas traições, que passaram desapercebidas ou   não puderam encarar, porque o sol acabava encobrindo-lhes a visão. A traição que dói é aquela por amor, quando um não consegue mais evitar o desejo  de apaixonar-se outra vez, quando percebe que esteve vivendo parte do tempo no Ades, e quer sair à luz, banhar-se nela, mesmo que por isto fique momentâneamente cego.
   Podemos cegar-nos num ambiente triste, úmido e escuro, ou igualmente, com os raios de uma manhã de sol, ou com o pólen de dourado brilho das asas de um pássaro!
   O sensível adapta-se à sombra, mas prefere a luz.  Então acontece que, aquele que nunca desejou trair, trai, mesmo que por um segundo e em pensamento.  Apaixona-se pelo amor que conhece, pelo amor que sentiu e que o satisfará, porque já o experimentou. Trai ao outro porque apaixona-se pelo amor que o outro não pode lhe dar. Antes, já traiu a si mesmo, ainda que sem perceber, insistindo em amar mais ao outro do que a si próprio, apesar de tudo.
   O romântico e sensível num último olhar ao centro do palco percebe que mesmo aquele que o traiu por não cumprir sua promessa de partilha da benção do maná, também aquele foi vencido antes mesmo de se unir a alguém,  talvez porque nele, o desejo de amor estivesse desde o início, tão voltado para si mesmo que jamais poderia ser saciado.
Texto: Vera Alvarenga
Foto: retirada do Google -não está citado o autor da foto.

terça-feira, 27 de julho de 2010

- " Fidelidade X traição,e a busca da verdadeira intimidade..."

Fidelidade,traição e a busca da verdadeira intimidade, foram assuntos debatidos hoje, em 2 programas na TV,por jornalistas, pesquisadores, psicólogos...
   Um ponto que me chamou a atenção,e com o qual concordo, foi que a fidelidade não é conceito tido como antiquado, mas atual, e está em primeiro lugar hoje, como motivo de se querer ter um relacionamento sério e real.      Como não há mais casamentos obrigatórios, pelo menos não no Brasil, e as pessoas casam mais tarde hoje, quando um casal decide viver junto, na maior parte das vezes, há um pacto subentendido entre eles. Ambos sabem que não lhes basta relacionar-se com várias pessoas ou amigos, mas que valorizam a intimidade e estão comprometidos com uma vida a dois. É necessário o comprometimento.
    Contudo,ainda existem traições e algumas pessoas acreditam que há maior facilidade com a internet. O que se discutia é que o motivo principal apontado para a traição, não é apenas sexo. As mulheres desejam e buscam a intimidade, que foi descrita como o sorrir juntos, a amizade, a confiança, o conversar, elogiar e serem elogiadas. Os homens, por sua vez, mesmo que façam sexo satisfatório com suas esposas, acabam traindo, pelo desejo de compreensão, elogio, interesse e atenção. Assim, com as facilidades da net ou não, o que vejo é que todos desejam encontrar o tesouro no arco-iris : intimidade verdadeira e reconhecimento.
   No meu tempo de menina, aprendi que amar era renunciar. Hoje sabemos, é normal e saudável que precisemos da atenção, sorrisos, amizade, cumplicidade e compreensão daquela pessoa com a qual escolhemos viver! E, se encontrarmos isto, seremos o melhor,pois o amor nos faz pessoas melhores, além de realizados. Seria normal, que casais não fizessem apenas sexo de maneira rotineira, sem cultivar entre si, a intimidade verdadeira. É ela que nos permite "criar o clima", namorar, colocar aquela mão um pouco acima do joelho e ainda provocar arrepios, querer agradar, se importar com o outro, conversar no restaurante ( e não apenas comer), olhar nos olhos e ter uma vida satisfatória na maior parte do restante do tempo, quando não estamos com a pessoa com quem a gente escolheu viver. Quando o casal a tem, não fica fragilizado. Muitos casais fazem "bom sexo", embora não consigam a tão sonhada intimidade verdadeira, e mantém seus relacionamentos com base nestes poucos momentos em que a satisfação lhes dá uma sensação de conforto, que pode durar pouco. Precisarão de muito esforço para manter-se juntos, quando as dificuldades se aproximam, como é normal que ocorra, vez ou outra.
   A intimidade verdadeira deveria ser algo que cada um buscasse encontrar, não se contentando com menos e que soubesse que deve ser conquistada a dois e depois cultivada com responsabilidade. Se a gente quer ter um relacionamento com intimidade e cuidados verdadeiros, e uma vida mais plena, precisa acreditar que merece isto, e então comprometer-se com a mente e o coração, para o realizarmos.
   E não é possível viver de ilusões,  implorar por este "tesouro" ou nos enganar a respeito, sem que o tempo nos cobre, mais cedo ou mais tarde! É necessário termos amor a nós mesmos, para entender que o amor real é este, que nos traz a intimidade verdadeira e que temos direito a isto, juntamente com as responsabilidades desta descoberta, mas seremos, com certeza, mais capazes de amar e mais felizes, se tivermos a coragem de fazer esta opção, lutar por isto. Foi muito bom poder refletir mais a respeito deste assunto.
Texto: Vera Alvarenga
foto: retirada da net; pode ter direitos autorais.

sábado, 12 de junho de 2010

- " Sôbre estar apaixonado e amar..."

 Acabo de ler um texto que fala sôbre a diferença entre o que um homem sente quando ama e quando está apaixonado. Me fez refletir bastante.      
Concordo que quando a gente ama é algo que depende mais do que temos em nós, do que daquilo que o outro nos está oferecendo, no momento. E acho que o amor vem com a maturidade do relacionamento. E é imenso,sim, mas não tão aparente..é mais discreto, do que a paixão!
Só que, estamos falando da CAPACIDADE DE AMAR, de cada um, claro. O apaixonar-se pode nos levar ao amor. E, que maravilha quando isto ocorre e pode ser vivenciado a dois!Porque, quando pensamos no amor entre um casal, e no sentimento que os une, então, este precisa ser alimentado por ambos e cultivado, sim, e até por ser "entre os dois", precisa de ambos,não pode existir só pra um. O texto comenta que "Quem ama, continua a amar, mesmo em presença da traição". Sei disto, quem ama, perdoa.E foi assim que "eu" sabia amar. Contudo, aqui está onde discordo em relação à repetição desta atitude, pois traição pode ocorrer de várias formas.O sentimento de uma pessoa que é traída pela outra, de diferentes formas, não pode perdurar como amor incondicional,pra sempre... O amor existe, mas o sentimento muda e não é mais tão nobre, leve e belo.
  Na minha história de amor, eu sinto que meu sentimento por ele vai perdurar para sempre,de uma forma ou outra, mais do que os 40 anos de nosso relacionamento, mas, o sentimento que nos une, o que caracteriza o relacionamento "entre dois", infelizmente não é tão bonito, altruístico e não conseguiu ser cúmplice. Meu companheiro diz que me ama e acredita nisto...mas, em minha opinião, como o texto tambem afirma, o amor é algo que, quando existe, é, está lá , brota do coração naturalmente, em atitudes nas quais nem se cogita mais em traição no momento de se escolher entre a pessoa amada e outro objeto qualquer de desejo egoístico. E esta é uma decisão intrínseca que traz a tranquilidade de nunca se estar "sacrificando" por amor, pois não é sacrifício fazer uma escolha natural.
  E, neste caso, uma pessoa pode não saber o que fazer com sua capacidade de amar, então pode direcionar este sentimento para outras formas de amor e de se apaixonar, até que encontre a cumplicidade e comprometimento que pode valorizar imensamente a vida. E este sentimento pode ser oferecido a uma pessoa, muitas ou a uma ação, onde o amor possa florescer.
  Quem ama de verdade, quem tem a capacidade de amar, pode ter este sentimento de amor às vezes, ameaçado por uma atitude egoística,oposta e constante do outro. E, quando isto se dá, o sentimento "entre os dois", pode perder sua força, e a pessoa que realmente amava, pode desejar sim, amar outra pessoa, que perceba que este sentimento poderá trazer a cumplicidade e uma vida imensamente mais significativa, para os dois. Então, apaixonar-se pode ser este caminho, na tentativa de realização deste "amor entre dois" que não se realizou da primeira tentativa..
  Porque, penso que o amor, aquele que vive em nosso coração, se não é alimentado pelo outro, só pode perdurar apenas dentro do coração, e não no relacionamento. Amor totalmente incondicional, na minha opinião, é algo que o ser humano só alcança sentir, mas não consegue vivenciar dentro de seu relacionamento com o seu companheiro(a), porque mesmo que não queira, vai desejar ver-se refletido no outro. O amor, em presença do persistente egoísmo se retrai, ou vira em outra direção para poder brilhar e distribuir suas bençãos.

texto: Vera Alvarenga
foto : que tirei da foto lindíssima, que ficou em 2º lugar no Concurso (Re) Tratando o Rio Sorocaba.
 A foto é de Carlos Alberto Muzzili.

sábado, 5 de junho de 2010

Há quem diga que se fechou para o amor...

" Há quem diga que se fechou para o amor".
Eu não!
 Há quem diga: "Se suspeita que não o ama mais, porque ele não soube te amar, por que está com ele? apenas a ternura é suficiente?"
 Mesmo que sinta que já não há mais tempo para mim, por que continuo desejando amar?
 Porque tenho uma linda história de amor, na qual acredito e quero lhes contar.
  Ela era uma jovem menina/mulher. Ele, um homem.
  Ela, inexperiente, nem pensava em tão cedo amar ou sofrer como seus pais que estavam se separando. Ele, experiente, decidido a finalmente conhecer o amor, precisava ser amado e se apaixonou por ela.
  Assim,sem querer, ela se deixou tocar pelo beijo e carinho de um homem apaixonado, que a tomou pela mão e a conduziu. Ela, nada sabia sôbre o amor, mas se deixou levar. Seguiu docemente com ele.
  Depois de algum tempo, foi tocada por eles, pelo homem e pelo anjo do Amor. E se apaixonou perdidamente, por ambos, mas pensava que eram um só. Ao homem, deu seu primeiro beijo,seu corpo e seu coração... ao Anjo, sua alma! Jamais poderia esquecer o gosto daquele beijo...o primeiro e eterno beijo do Amor.
  A vida seguiu seus caminhos, lutaram batalhas, perderam umas, venceram muitas outras, durante mais de 32 anos, juntos, os tres. Os tres?? Ela o traía, então? Não ! Entre eles só havia o anjo... o amor. E ela não o idolatrava, era para o homem que dirigia seu olhar.
  - "Ah! então era o amor romântico. Aquele culpado por todas as decepções! Esperava demais de quem não tinha o que dar?"
  Não ,não era,não! Era apenas o amor, que ela trazia no peito, na forma de viver, de sentir, de se dar, de ser, de compreender... O anjo velava por ambos, ensinava a compartilhar, coexistir em paz, sublimar, ultrapassar limites. Não, não era o amor romântico, não, não era ilusão! Era verdadeiro, foi provado, desafiado, vestiu-se em armadura, lutou batalhas, despiu-se, deitou-se nos leitos, deixou-se experimentar de mil formas, testou seus limites, brindou a cada crise que insistia em renascer vitorioso, como Fênix. Era simplesmente o amor, pois amor não trai, não desmerece, não caçoa, não abandona, compreende diferenças, fortalece o outro e a si, e se reproduz em mil gestos de retribuição e do compartilhar alegremente a vida, com todos ao redor.
   E a vida continuou a seguir seus caminhos... mas ela percebeu que algo havia de errado, pois estava cada vez mais só, digo, não eram mais os tres, apenas ela e o Amor. O homem? Tinha olhos para si mesmo. E perdia-se na imagem do espelho. Talvez o espelho, com sua magia inebriante e ilusórias promessas, tivesse enfim conseguido sair vencedor, enganar seu homem amado. Talvez ele já a estivesse traindo com a imagem, há muito mais tempo! Talvez ela tivesse baixado a guarda. Talvez o próprio Amor, tivesse deixado de os proteger com suas asas...talvez...
E então, ela finalmente percebeu a existência do outro. Percebeu que o estava traindo!
   Meu Deus, após tantos anos, ela o traía!  Ficara tanto tempo sozinha com o tal amor, que o sentia dentro de si, verdadeiro e potente. Foi inevitável. Sem poder escolher entre os dois, hoje, sua alma chora ao olhar o homem e ver que está apaixonada apenas pelo Amor, e este, não pode expressar-se por si. Não tem mais um nome e assim, um tanto frio, flutua num espaço sem gravidade, não podendo ocupar um lugar palpável.  Ao homem, oferece sua ternura, quando pode perdoá-lo por ter se deixado enfeitiçar pela imagem do espelho, tantas e tantas vezes. E neste momento, revive as emoções do melhor papel que interpretou em sua vida, porque era o mais verdadeiro! Ao amor, dirige um olhar de tristeza, pois ele está dentro de si mesma e distante ao mesmo tempo. Não pode mais vivenciar seu papel, em plenitude, com a alegria de outrora, como uma mulher que é amada pelo homem amado e por este amor se sente preenchida, e deste amor transborda para a vida. E o amor, fragmentado, terá que viver em outras personagens -  na fraternidade, na amizade."
   Esta é a história que está tatuada em mim, com todos os seus sinais.
   Por isto, não posso dizer que "me fechei para o amor" - ele está em mim, e jamais poderei esquecer o seu beijo... mesmo que minha pele tenha todos os anos de uma existência, todas as rugas e sinais do tempo... mesmo que a tristeza já me tenha dito que é muito tarde para encontrar alguém, com quem pudesse consumir o verdadeiro ato, da traição e reconciliação com a felicidade, alguém que tivesse podido compreender que o Amor nunca deveria ser o par de um só, mas viver entre os dois, para uní-los!Por isto, vou sempre brindar ao amor e desejar que os jovens amantes nunca se percam no espelho...Por isto, tenho que dizer :
-Que sejas bem-vindo, amor!Quis te afastar de mim,pois és sentimento que também faz sofrer. Não o farei mais. Tu és bem-vindo, pois já estás em mim e não sei viver sem ti. E espero que possa guardar-te para viver-te plenamente em muitos momentos, talvez, um dia novamente. Porque quero amar. Sou apaixonada pelo amor, sentimento que pulsa em mim, corre em minhas veias, vem do meu íntimo ser e me conta que estou viva.
  Contudo, o amor que é dele, que é do homem e ele diz que tem pra mim... se o tem, só o poderei ir buscar, no ponto exato do meio do caminho. Só até aí, eu poderei chegar..
texto: Vera Alvarenga
foto : internet - pode ter direitos autorais

sábado, 29 de maio de 2010

_ " Motel : Solução para um casal que se ama, mas entrou na rotina?..."

Hoje, uma amiga, que conheço há muitos anos, mandou email, contando que, em uma de suas viagens a trabalho, ela e o marido não acharam nenhuma vaga em hotéis de a cidade que chegaram para pernoitar. Cansados pelo trabalho do dia e, prevendo dia cheio a partir da manhã seguinte, entraram em um motel.
   Minha amiga comentou : - "o Motel era ÓTIMO e por um preço muito melhor que dos melhores hotéis da cidade"e então sugeriu que eu trouxesse o assunto para o blog:

"essa poderia ser uma boa atitude a ser tomada por casais que ainda se amam, mas, estão caindo na desagradável rotina".
    Ainda confessou que ela e o marido tinham certo preconceito quanto a isto, pois achavam que a maioria era próximo do adjetivo - "espelunca". Ela também não compreendia, quando eu comentava que, por um tempo, convidava meu marido para irmos ao motel em noites de Ano Novo ou outras ocasiões, e quando contei que houve uma época que íamos a cada 15 dias, conhecer novos motéis em São Paulo e arredores.
   Bem, este é um assunto delicado. Cada casal sabe de si e, há os que pensam que o casamento não deveria ser estruturado tendo como base principal o sexo entre o casal. Há poucos anos eu diria que um bom entendimento nesta área, é realmente um bom motivo para um casal manter-se unido, sim. Ultimamente, tenho refletido diferentemente sôbre o assunto, e cheguei à conclusaõ que, amizade e cumplicidade, são melhores motivos, e o relacionamento sexual poderia vir em terceiro lugar ( ou em segundo!).   
    Talvez seja porque a prioridade muda, com o passar dos anos e a maturidade. Não que ao ficarmos maduros tenhamos que fazer amor em menor quantidade( isto depende da saúde e entrosamento de cada casal), ou mesmo que deixemos de gostar de sexo. Mas, verdadeiramente, cumplicidade passa a ser muito mais importante, mesmo porque, quando um casal se conhece há mais tempo, sabe como satisfazer um ao outro, de uma forma tão completa e sem as preocupações do "performance", que qualidade passa a ser mais importante do que quantidade. Quando há cumplicidade e alegria, "a vontade de fazer amor" é tão natural, como comer uma sobremesa depois de um belo jantar, ou como dar um gostoso beijo, depois de passar um dia inteiro feliz, com alguém que a gente ama. E não digo isto para me conformar... sei que isto é verdadeiro. E na maturidade, "uma vez por semana" se for totalmente satisfatório para ambos, é uma quantidade tão boa, quanto será para um casal entre 35 e 45 anos. Ou não...depende...É claro, todos sabemos que isto é relativo. Andam dizendo na TV, que todos deveriam "fazer mais sexo" e ouvi um médico recomendar fazê-lo, todos os dias que fosse possível ou 4 vezes por semana. Uau! Será que alguém com mais de 30 anos consegue fazer isto? Quem tem filhos pequenos em casa, ou quem tem mais de 60 anos, com certeza não! Nenhuma inveja ou despeito de minha parte. Se você consegue, seja feliz! Se alguém conseguir, desde que não seja movido apenas por inseguranças e outros motivos que não, o desejo real pelo parceiro, ou pelo menos, motivado por ele, então ótimo!! apenas estou tendo aqui uma "conversa" realista a respeito do assunto. Se houver desejo e alegria somados a possibilidade de satisfação deste desejo, por que não? 
   Bem, o que importa é que trouxe para cá este assunto "a pedidos" e para que a gente possa refletir. 
   Se algum casal está mesmo se enredando nas malhas da rotina, é bom que pensem nesta alternativa. Pode ser interessante. E para as mulheres, quero lembrar que, o homem, muitas vezes trai sua mulher, não com uma mulher mais bonita do que a esposa, necessàriamente, mas com uma colega de trabalho até, porque quer relaxar, ou provar a si mesmo que ainda tem poder( e isto tem muito a ver com potência). Evidente, que isto não desculpa a traição.Aliás, traição não cabe no amor! Mas, para o casal que se ama, sexo mais divertido ou em ambiente em que possam realmente relaxar, pode ser ótimo, e um presente que os dois se darão, como o foi para esta minha amiga e seu marido. Ela comentou que, sua disposição para o trabalho melhorou muito e que notou no marido, até um certo "bom humor", que não via há algum tempo.
  Enfim, é apenas uma sugestão que vale a pena se pensar...
  
 texto:Vera Alvarenga
 foto: Vera Alvarenga

   
   

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