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domingo, 6 de janeiro de 2013

A fugaz felicidade.


Entre os que iam e vinham ocupados com suas próprias distrações, ela estava lá, uma pessoa livre e comum no meio de outras. Adorava isto.
  Estava ali, já há alguns momentos olhando os reflexos no lago. E sentia-se bem. Sabia que a felicidade era feita de momentos...
   Aquela mulher, como tantas, fizera sua escolha. Entre carreira e todas as possibilidades, escolhera amar. Cuidar dos seus e transformar o ambiente ao redor em algo mais bonito e tranqüilo, usando os recursos de que dispunha, era o que decidira fazer com sua vida e criatividade.  
   Aquela mulher, às vezes, esquecia-se de si e do tempo.
   Aqueles momentos em que se dissolvia e penetrava no que estivesse fazendo ou amando, e neles sentia-se parte de algo maior, davam-lhe indescritível sensação de tranqüila felicidade. Mais do que nunca agora, tinha certeza que a perfeição individual não era alcançável, embora fosse de certa forma compreensível o nobre desejo de chegarmos próximo a ela, quando fosse dado a isto o devido valor. Nem mais, nem menos.
   Perdoara-se definitivamente por todas aquelas vezes que, exausta, pensara em desistir ou que simplesmente não fosse agüentar, porque era fato que as fontes secam. Apesar disto, um gesto de amor ou uma boa noite de sono costumavam devolver-lhe a energia.
   A vida tinha lhe mostrado o quanto ela era limitada e como havia sido pretensiosa por ter- se acreditado capaz de fazer tudo dar certo, como se pudesse possuir a felicidade.   
   Apesar de sentir-se penalizada por isto, era o que tinha de ter feito. Hoje ela conhecia o significado da fugaz felicidade. Quando falava de paz, nem sempre a ouviam, porque seu jeito simplório e tranqüilo de argumentar era por demais lento, até ultrapassado, para a vida que segue livre, cabelos ao vento, nas patas de musculosos e elegantes cavalos de corrida.
   Aquela mulher não tinha se dado conta, mas aprendera como parar o tempo.
E, quando parava de correr, ela aprendia a ser feliz.

Foto e texto: Vera Alvarenga

domingo, 2 de dezembro de 2012

O refrão daquela música, lembra?

   Coloco o Lap-top de lado. Fecho a página de um texto que não escrevi e que era tão branca como é a saudade que não se preenche de novas palavras. E, talvez porque seja uma tarde de domingo, uma preguiça imensa toma conta de mim. E porque a reconheço, deixo estar, me deixo levar pela calmaria.
   Lembro de você, que me perguntaria - tudo em paz? Digo que sim. Apesar do vazio na brancura do papel, tudo, no momento, está em paz. No fundo das águas calmas sei que há um grito de um animal ferido, uma ave faminta, um riso, o desejo contido de  uma mulher sem idade, um sorriso e gesto gentis que queriam ser para sempre, seus. Arrumo as almofadas no canto do sofá, pego um livro, me deito de modo a olhar para as árvores em frente ao terraço. Visão agradável. Tudo aqui é exatamente como sonhei. O que poderia querer mais? Colho da vida, neste momento, uma paz que dissolve qualquer sinal das lutas e do anterior cansaço. Me vem à lembrança um refrão de música: - " Agora só falta você, ie,iee, agora só falta você!"
   Lembro de como inúmeras palavras me brotavam no pensamento a cada vez que você vinha. E tudo efervescia, mesmo no meu jeito calmo de ser. E me parecia, talvez porque eu sonhasse, que ia haver um futuro. E fui ousada, e quase não tinha medo.
   Porque hoje é domingo, bem que você poderia voltar... eu sei, esta paz então, iria embora, substituída por certa inquietação que me faria vibrar, e muitas coisas talvez tivessem de mudar de lugar e, mesmo assim, ao fim, ainda haveria tranquilidade, se eu pudesse finalmente confiar. Eu teria sem demora, tantas palavras e uma história a continuar a escrever...
  Mas hoje é domingo. "Tá tudo bem", tudo em paz. Me invade apenas a saudade que ainda não sei controlar e uma persistente brancura de papel....
Texto e foto: Vera Alvarenga.
Música do youtube com Maria Rita -

segunda-feira, 14 de junho de 2010

- " Seria mais fácil, se eu tivesse um avatar..."

Seria mais fácil ter continuado com meu avatar, aquelas flores azuis que representavam o que eu queria dizer...
Hoje, sou eu mesma aqui, com meu nome, sobrenome, família, filhos, história de vida, uma amiga que existe e vem falar de algumas coisas que mexem com o sentimento e a emoção...
Queria falar sôbre alguns preconceitos, exageros, problemas sexuais até, e emocionais que as pessoas podem ter que enfrentar, na maturidade, e seria mais fácil se eu tivesse continuado com meu avatar! Com minha alma de artista, sensível ao problema de outros, às vezes, para agravar a situação, misturo tudo, o que é meu e o que me faz sentir empatia, e escrevo uma poesia mais emocional ainda!
    Se refletirem comigo, verão que, quando um assunto é enfatizado de modo impessoal, qualquer assunto, pode ser incansavelmente discutido, porque é mais fácil falarmos daquilo que afeta o outro, distante de nós...  Quando queremos enfatizar algo e o fazemos de modo pessoal, corremos o risco de ser encarados como "aquela pessoa chata" que "lá vem ela de novo com a saudade da filha que morreu, ou de como se sente deprimido ao pensar no filho que já não está aqui, ou de como se sente assustada por descobrir que não consegue ter em seu coração o mesmo tipo de amor que sentia antes..." E corremos o risco de esquecer o mais importante, que é o perceber que estes sentimentos estão muito próximos a nós...amanhã pode acontecer conosco, como a AIDS... melhor entender talvez como um alerta, o alerta de que, nenhum de nós consegue ser perfeito e isento de erro ou vulnerabilidade.
  Abraço,Vera.
texto: Vera Alvarenga
Foto : Vera Alvarenga

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