domingo, 17 de janeiro de 2010

- "É preciso ver, refletir, compreender..."

Este é um vídeo muito comovente e lindo, que vi no blog da Mariana Fulfaro, terapeuta ocupacional.
Vale a pena ver. Vocês vão se emocionar.

       
   Pouco mais de 1 mes antes de ver o vídeo, por perceber que minha memória,que nunca foi lá grande coisa,estava me deixando na mão, fui a um neurologista, que me pediu um exame. O exame era moderno, caro, com um bonito nome e serviria para poder medir o funcionando da minha memória,além de outras coisas : "Ressonância Magnética do Cérebro com Espectropia do Giro do Cíngulo".
   Fico maravilhada com toda tecnologia moderna e grata por estar trabalhando e poder pagar por isto, pois me disseram que este exame, não era coberto por meu seguro saúde.
  Dias depois, na sala de espera, durante mais de uma hora, pude ver pessoas que tinham problemas mais sérios do que o meu - isto, se eu não estivesse com o início de uma doença que apavora a nós todos, que beiramos os 60 anos, e que sabemos agora, pode se instalar mais cedo do que pensávamos antes. Frente ao neurologista, homem sério e solícito, pude ver o quanto eu estava apreensiva pois, assim que  me afirmou que "tudo estava bem" e me certifiquei que não estava com a doença, me levantei e dei por encerrada a consulta .Saí do consultório feliz.
  Ao contar o resultado à norinha, depois ao marido, mais tarde ao filho, fui ficando novamente preocupada, pois me lembrei de algo que o neurologista disse, ao comentar sôbre o número que media exatamente o funcionamento da memória ( o que mais me preocupava), e era mais ou menos assim: ... "e seu resultado aqui é 6.9, e está dentro do normal."  Maravilha,tudo resolvido, pensei ! Contudo, logo depois ele comentou que só começavam a se preocupar, com o resultado acima de 7.0.
 Por que minha memória não "apagou" esta última frase? ela ficou martelando em minha cabeça durante parte da noite e metade da manhã, do dia seguinte, enquanto eu tentava trabalhar. E eu não iria deixar uma minhoquinha virar serpente (como dizia minha avó). Logo me vi tendo a coragem de repetir, pausadamente para o médico, ao telefone : " Então, doutor, o que me separa de ter que ficar preocupada com o mal de Alzeimer é apenas este.... 0.1 ??? " Já me pesava o medo de não poder mais trabalhar, ou manter minha independência para fazer coisas simples, e acima de tudo, de "dar a quem nos ama, mais trabalho do que podem aguentar."  Não é este, o medo de todos nós?
  Gente, vocês tem que convir que, 0.1 de alguma coisa com as consequências de uma doença como esta, não é algo que se possa passar batido, não é? É MUITO POUCO! UM QUASE NADA!
  Como sempre quero ver um lado bom das coisas, brinquei  com meu marido, que ele teria  que finalmente, deixar de se fazer de durão e, todos os dias, tentar me conquistar, dizendo o quanto me amava, ou eu poderia gritar quando ele viesse para a cama à noite ( ou vice e versa). Feito aquele filme, sabem? Romântico, não?! (certamente, ele não teria jeito pra isto!) E sei, pelo que comecei a vivenciar com minha mãe, quando veio morar conosco e começou com os sintomas, e pelo que já li a respeito, que esta fase romântica é logo substituída por outra, na realidade, menos interessante.
  Só me despreocupei quando o médico me esclareceu que, em se tratando desta medição , 0.1 era uma distância "quiloméééétriiiica!" e que eu não deveria me preocupar.

  Fiquei grata por poder contar com esta péssima, mas adorável e saudável memória, que me faz esquecer de certos detalhes, mas não dos sentimentos, de nomes, mas não das impressões que me causam,que é ruim há tanto tempo que já montei minhas rotinas e aprendi a respeitar a organização para ser eficiente , que me faz viver muito mais no presente, do que no passado e me ajudou a desprender-me daquilo que não vale a pena querer segurar. Minha mente sempre foi tão repleta de tantas idéias, sensações, vida e cores, que talvez, esta memória assim deficiente, seja apenas mais uma característica da minha "boa adaptação", ao mundo como ele é, e faça parte até de meu caráter.
  De qualquer modo, ainda estou aqui para os que eu amo e os novos amigos e isto, pra mim, é maravilhoso.
E quero passar para vocês, antes que eu me esqueça, um conselho que o neurologista disse que foi a melhor
descoberta, até hoje (no último congresso), como prevenção. Receita ?
  " LER  UM LIVRO( ou equivalente)  DE 200 PÁGS. POR MES !"  E isto serve para os mais jovens também!

 Quero comentar como é maravilhoso  o trabalho de um terapeuta ocupacional!
Parabéns a ela pelo Blog e obrigada por divulgar um vídeo tão importante p/ conscientizar nossos jovens a cultivar a paciência e o cuidado para com aqueles que, já não tem mais a carinha inocente da criança, mas podem habitar seu mundo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

- "Hoje vou botar pra quebrar!"

 Algumas coisas me distraíram ultimamente - coisas novas, pelas quais estou me apaixonando devagar.
 Então, fui deixando pra lá, para um amanhã, que ia dormir sem presenciar a realização da promessa feita a mim mesma desde há 3 meses atrás. Mas hoje decidi ! VOU BOTAR PRA QUEBRAR !

  ...e botei! Quebrei em cacos, que espalhei sem medo. Deixei minha mente vagar sem rumo, mas de repente, ela voltava para o mesmo ponto, preocupada com a dor de um amigo virtual, que perdeu um filho. Eu imaginava, que a gente é impotente diante destas coisas, me percebia balançando a cabeça e lembrando do que eu digo algumas vezes, para os filhos e noras, quando os vejo meio atrapalhados com o inesperado:
- " a única coisa que não tem jeito, é a morte!"
   Sim, a vida é assim... as vezes a gente se desmancha em cacos, que mais cedo ou mais tarde, tem que catar e transformar em outra vida. Após alguns minutos, olhei para os meus, e os peguei, e os aparei e os juntei novamente.

  Cacos... retratos de momentos esparsos... pedaços sem eira (com beira) ... ai ! alguns machucam com suas beiradas cortantes. Outros perfeitos, sem necessidade de aparar, quase parecem fazer sentido por si só, mas não, não fazem. Sòzinho, cada caco é apenas lembrança, do que já foi . E o que foi, não será jamais igual.
Embora seja importante, sòzinho, cada caco é apenas... um caco!
   Sòzinho, já não tem mais sentido. Tá morto, acabado !
   Hei, mas espere aí ! ( ai,ai,ai, lá vou eu, de novo... é uma mania que tenho...juntar aqui, ali, transformar... porque há em mim um grito de sobrevivência, uma compassividade ou esperança de que, tudo ainda poderá viver, mesmo que de outra forma).

  Então vou juntando, de novo. Antes mesmo da ação, o que me moveu foi a inspiração, a idéia de que é possível, a fé na minha criatividade e na criação. Em minha mente eu planejo, idealizo, vislumbro e os cacos, ao meu olhar já fazem sentido, não estão mais soltos, nem me parecem desconexos. Às vezes, nem fui eu que os quebrei, mas com carinho, eu os cato, junto em meu colo, limpo, recrio, transformo, construo, dou a vida...uma nova vida. Isto eu posso fazer! Recriar. É minha opção me deixar, ou não, ser movida pela fé em minha habilidade de consertar, curar, criar beleza, mesmo que seja só no meu mundinho, porque amo o bom e o belo. O que me move não é apenas vaidade, mas querer "enfeitar" o mundo ao meu redor...porque preciso.

  Por isto gosto dos cacos e do mosaico - ele nos faz lembrar a vida,  a importância que cada um tem no quebra cabeça, no mosaico do trabalho, da existência. Gosto do transformar : o que parece velho com sua textura carcomida pelo tempo, com suas rachaduras e rugas, em algo com novo significado... por isto tenho o vício de procurar o que há de belo, e de juntar os opostos. Uma de minhas primeiras esculturas, premiada em Taubaté, foi feita com um pedaço de pedra, metade de uma máscara e um copo de vinho, que uma amiga quebrou em meu aniversário. Ela e eu, imediatamente corremos para pegar o copo - ela para o jogar no lixo e eu, para salvá-lo, pois estava quebrado de uma forma tão interessante, que logo vi que seria algo belo... e esta escultura chamava-se : " Brindando a Vida!"
  Vou colocar sua foto aqui.

   Bem, e agora, vou voltar para o meu mosaico, que vai demorar alguns dias para ficar pronto. É um espelho e uma pequena penteadeira, para minha netinha.  Quando estiverem prontos, coloco a foto aqui, se eu lembrar!
   Mas, antes de parar, me pergunto... se eu...que sou um nada,nadica mesmo, um caquinho neste mundão, que faço os mosaicos mais simples... sou capaz de sentir assim, uma ternura em minha alma quando estou a criar... imagine só Deus, se existir, ( como eu  necessito ardentemente acreditar), quanto amor deve ter sentido, quando imaginou a idéia e teve fé em sua criação !..... Imagine o quanto de energia amorosa, o quanto de seu próprio espírito, estão lá, no mais íntimo de cada uma de suas obras....



segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

- "Certamente ele vai morrer esta noite! "


 Lendo o poema " Entardecer" no blog de uma amiga do diHitt, é inevitável pensar que, a gente deixou vez ou outra, coisas para trás, que poderiam ter sido feitas, mas que foram adiadas para um amanhã qualquer.
  O poema, escrito por Victtoria Rossini, faz pensar.
  Bom seria, que pudessemos lembrar a cada manhã de um novo dia, de o vivermos como que fôssemos quase morrer, ao dormir à noite. Porque, o dia, com certeza, terá acabado para sempre... e ficaremos nós, lembrando as coisas que fizemos, ou não.
  Melhor aproveitar cada dia, não com a ansiedade de pensarmos que será o último de nossa vida, porque então, a gente fica escrava do medo de "perder o tempo" (que na verdade nunca pode ser "nosso"). Contudo, é quase isto!
  Ao nos aproximarmos dos 60 anos de vida, com certeza, mesmo que tudo esteja bem, talvez já tenhamos notado, que o tempo escorre pelos dedos das mãos, se o tentarmos agarrar, e que, ao mesmo tempo, não pode mais ser desperdiçado, pois o amanhã é menos importante do que o hoje e viver cada dia, no ritmo que nos convém, é a melhor coisa a fazer.
  Mesmo tendo tido a tendência a valorizar muito mais o presente, do que o futuro ou passado, pelo menos para mim, a vida passou a ser vivida passo a passo ...  e o dia ? 
   ...bem, tento estar nele  com a consciência que o estou vivendo do melhor modo que escolho viver "este" dia, ou pelo menos as horas em que sou livre para fazer opções. Sou hoje plena e irremediavelmente consciente de que ele será único e que morrerá ao nascer de uma nova manhã!
   Por isto, mais que nunca, estou inteiramente presente nele- no agora !
   Nem sempre a gente pode escolher tudo o que fazer, a cada dia, mas certamente, posso escolher como agir e me sentir, diante da maior parte das coisas, que não puder controlar . Será maravilhoso se pudermos aprender como sentir que não estamos desperdiçando nosso dia, porque o estamos vivendo plenamente e dentro dos padrões de nossas escolhas, sempre que possível, não é?

  Boa semana, meus amigos. Vera.

Obs.: o site onde vi o poema é o da Rose Nakamura.

sábado, 9 de janeiro de 2010

"Depois do silêncio, as palavras transbordam"...

   Depois de muito silêncio, é impossível evitar escrever demais quando o tema interessa.
   Bem que eu intuia que esta história de blogar ia dar pano pra manga! Confessei,logo no início que estava ficando apaixonada por Sr. Blog e suas possibilidades!
   ... houve um tempo, quando morava em São Paulo, em que não importando  o tamanho da crise eu sentia que, se estivesse apaixonada por uma ideia ou projeto meu, nada poderia me abater, pois ainda estaria apaixonada pela vida. Mesmo um projeto simples, se me apaixonasse por ele, me entregava por inteiro encontrava significados e isto me fazia feliz, apesar de qualquer outra circunstância. Além disto, quando voltei para faculdade, ou quando voltei a trabalhar, fiz amigos com quem vez ou outra podia realmente conversar sobre mim, sobre eles, sobre a vida. Sempre gostei de conversar. Note-se que eu disse que sempre gostei de conversar, o que supõe ouvir e ser ouvida, e não discutir!
   Após uma séria crise financeira e algumas decepções por que passou meu marido, fomos morar em Florianópolis, como já comentei no meu Blog de fotos. Deixamos os amigos, filhos, compadres, e lá fomos nós... e lá ficamos à beira mar, por 10 anos! Cumprimentávamos todos, sorríamos para todos, mas não tínhamos ninguém mais íntimo com quem contar e atolados até o pescoço no trabalho. Não tínhamos tempo, nem saúde para fazer amigos. Foi uma benção poder morar naquele paraíso, enquanto recomeçávamos, mas percebi que era necessário voltar a conversar, encontrar semelhantes.
   Somos muito diferentes, eu e meu marido. Mesmo apesar do amor e batalhas vencidas juntos, nossas conversas, muitas vezes, se transformam em discussões. Nos adoramos, quando estamos abraçados e quietinhos ou quando precisamos lutar batalhas. Eu, sou uma pessoa crédula, mas reservada e cheia de questionamentos, pois preciso acreditar no que tenho que fazer. Ele, é um batalhador corajoso que age por impulso, nada reservado, crítico, mas que também acredita no que faz. No final, meu marido entrou na política (algo que odeio por ser um ambiente cercado de corrupção impune) e eu me vi sendo entrevistada sobre o que faria se fosse a primeira dama! Indo com ele para debates! Então, já não podia falar, nem o que pensava, nem o que via nos bastidores! Fora o fato de que recebemos ameaças anônimas em casa! As ameaças eram resultantes,é claro, da atitude de um "metido e destemido" como ele, que ia aos debates só para falar claramente sobre tudo que estava absurdamente errado ( ele era povo- nunca foi político!).
  Resumindo, antes da eleição, decidi que desta vez, eu iria por um caminho diferente do dele. Meus olhos já viam novamente o trem ir chegando à estação... ou eu entrava nele ou perdia o que restava de mim. Entrei, com destino a uma pequenina cidade do interior de São Paulo, onde meu filho e norinha me chamavam para acabarmos com nossa solidão e saudades "de familia". Ganhei de quebra um netinho que alegrou e curou minha alma e, um ano depois, mais uma neta . Meu marido? Ele veio junto, porque, é claro, não foi eleito! Como o seria? sem comprometer-se com ninguém em troca de patrocínio e sem conhecer o significado da palavra diplomacia...? Na minha opinião, político deveria ser obrigado a fazer um curso de formação e entrar por concurso honesto, e ali permanecer apenas por competência! Bem, pelo menos dele, eu conhecia as honestas e idealísticas intenções !
   Assim, após 13 anos de quase silêncio, em que minhas idéias se expressavam através da arte, cerâmica e do artesanato que nos sustentou nestes 10 anos em Florianópolis, quando descobri que podia criar um Blog para escrever, "conversar" com amigos virtuais, me apaixonei pela ideia. Criei um Blog de fotos, entrei no Flickr, para mostrar o que encanta meu olhar e comecei timidamente a escrever comentários no DiHitt.

  Começo a conhecer pessoas interessantes e animada escrevo. Me emociono com a amizade e palavras dirigidas a mim, pela nova amiga Maria Souza, e pelo elogio recebido do Sérgio. E eu, afastada dos amigos há tanto tempo e habituada mais a críticas e debates, logo desconfio e penso :
 - " Ah meu Deus, fui muito indelicada no site do Sérgio! Meu comentário foi longo demais! E ele, muito educadamente, em poucas palavras, usou um elogio para indicar isto! "
  Logo depois, dou uma risadinha amarela e penso : " Nossa Vera, que lástima! Não consegue receber um elogio? E se não fosse, onde está sua capacidade de transformar as coisas ? Você não disse que aprendeu que não tem que ser perfeita? " Então um novo pensamento me anima. Talvez eu tenha que acreditar no elogio sim, afinal pode haver entre os blogueiros, alguns semelhantes a mim... talvez ele esteja querendo me incentivar e eu deva usar isto para aprender algo. Afinal, como o tema que comentei, estou num período de transição, após mais uma imensa mudança de vida e preciso ser tolerante comigo mesma, como aconselho a outros.
   "Desculpe, Sérgio, fui indelicada. Estou aprendendo. Obrigada pelo incentivo".
   Estarei aprendendo em blogs como os dele, a me comunicar de um modo mais objetivo e com o tempo,  emoções e  mente se acalmarão e as palavras saberão que serão "ouvidas" e eu poderei voltar ao silêncio, sem medo de emudecer pra sempre!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

" Em 2010, não faria mal refletirmos sôbre o Bambu de Jardim"...


Eu o admirava, por sua flexibilidade diante do inevitável ! Muitos já aconselharam seguirmos seu exemplo, sendo  flexíveis, diante dos inesperados temporais da vida...
Sabemos que, quando o tronco é muito duro e inflexível, pode quebrar-se ao meio, afinal, viver não é estar apenas sob o céu a espera de que tudo seja perfeito. Quando o tempo está bom, sol brilhando, temperatura amena, há que se aproveitar, claro, mas não é sempre assim.
A vida também é feita de dias de chuva, temporais, vendavais e até tornados! Quanto aos últimos, não há remédio, a não ser ir pra "toca segura" e proteger-se como puder, pois não adianta nos fazermos de heróis, saindo a campo, de peito aberto! É preciso reconhecer nossos limites.
Contudo, flexibilidade é imprescindível, se não quisermos ficar "escondidos" o tempo todo, e nos será útil, para aguentar as mudanças inesperadas do "clima".
É sôbre uma outra característica do Bambu que quero falar. Li, há alguns meses, que um tipo de Bambu, plantado em semente, não dá sinais externos de vida, por quase 5 anos. O ser humano que o observa, necessita aprender a ter "paciência" para no final deste tempo, ve-lo brotar e crescer até atingir, por vezes, a altura de 25 metros! Nossa, não é pouco! 


E o que ele fazia por todo este tempo? Desenvolvia-se para  realizar o melhor daquilo que é de sua natureza.Para isto,passo a passo formava uma base sólida,maciça e fibrosa. Se a semente fosse "o sonho", diria que ela teve persistência e paciência para fortalecer sua estrutura, a fim de realizar seu intento de subir em direção aos céus!

 No ano de 2010, não faria mal refletirmos sôbre como anda nossa perseverança em relação aos nossos sonhos, nossa paciência em relação ao tempo em que estaremos gestando a realização deles e, sôbre nossa flexibilidade diante dos ventos que fazem parte do movimento da vida, sempre contínuo, sempre mutante... 
  Se é preciso muita fibra para chegar às alturas, convém não esquecer também da humildade para nos curvarmos,quando necessário!!
Pra onde nos levarão nossos sonhos, no próximo ano? Teremos paciência e perseverança para não desistirmos de escolher pra nós, o melhor que pudermos ser ( não "ter") ?  Seremos flexíveis ou humildes o bastante ?  É uma questão de escolha, não acham?
 Um Bom Ano pra todos !

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

" 10 coisas pra fazer imediatamente, antes do Natal"

Ah! O Natal já está aí, tá chegando.. já ouço os sinos, já vejo mais luzes iluminando e enfeitando as noites..
Estamos na metade do mes. O tempo passa depressa e logo estaremos na véspera do Natal !

Há 10 coisas que a gente pode fazer já, imediatamente.. ou será tarde demais! Ele virá, passará tão rápido como uma estrela cadente e, no dia seguinte, acordaremos com uma sensação de moleza, de desejo não realizado, de cansaço ou simplesmente, sacudiremos os ombros e pensaremos :
- " Mais um Natal, e daí? Já passou, nada mudou e tudo voltou ao normal. Vamos seguir a vida na nossa rotina mais do que comum... até o próximo feriado e, aí sim, vai ser Ano Novo e eu posso pensar em coisas novas pra fazer no próximo ano, pra ser mais feliz!"

Hei! E porque não começar agora a fazer alguma coisa  pra eu ser mais feliz ? e se de quebra for bom para mais alguém que estiver a meu lado, melhor, mas meu compromisso vai ser comigo mesma!
Então pensei em 10 coisas que posso fazer imediatamente :

1. Vou decidir que : - vale a pena que eu seja feliz, neste Natal como em outros, ou mais do que nos outros!

2.  Não vou ter vergonha de fazer a lista de presentes que quero dar, mesmo que eu saiba que o Natal não é apenas algo comercial. Adoro dar presentes, então, o Natal é uma ótima ocasião, por que não?

3. Vou encarar realísticamente minha situação financeira, colocar como prioridade as contas que preciso pagar e ver o quanto vai sobrar - este será o dinheiro que vou investir em Presentes!

4. Deste valor, vou tirar uma pequena parte para gastar com algo especial - um Presente para mim ! ( pode ser pagar aquele exame que o médico me pediu há 6 meses atrás e o convênio saúde não cobre; pode ser aquele livro ou item importante que eu preciso desde há muito tempo; algo necessário e especial pra mim ).
Vou comprar meu presente AMANHÃ mesmo! ( ou em 2 dias, no máximo!)

5. Do que sobrar, vou tirar uma pequena parte para presentear uma criança, que não tenha possibilidade de ganhar presentes. Vou fazer esta criança um pouquinho mais feliz e, a mim também, claro! Não vou me importar com quem diz que a gente só faz isto para tranquilizar a consciência. (vai ser mais um presente especial pra mim e para uma criança ).

6. A partir daí, vou decidir com bom senso e criatividade, o que comprar e quem presentear. Talvez escolha um pequeno livro, daqueles que tem um grande conteúdo, que esteja dentro do meu orçamento ( tipo : "Fernão Capelo Gaivota" ) e que possa agradar a diferentes idades. Talvez faça desta minha escolha, o "meu presente" para todos, neste Natal! Ah! só darei presentes para aquelas pessoas pelas quais eu sinta realmente carinho, pois não quero fazer do Natal, uma data comercial onde se troca presentes "por obrigação"!

7. Não vou sentir vergonha se tiver que deixar alguém de fora. Amanhã mesmo vou escrever um bilhete, (email só para quem estiver muito longe), ou cartão carinhoso para elas e vou enviar IMEDIATAMENTE! Ou, se eu tiver tempo, começo amanhã a fazer um presente artesanal, ou alguns bombons, ou uma "lembrancinha", ou até uma "receita de biscoito" que eu possa guardar e levar no Natal ( será um presente simples, mas especial).

8. Vou planejar, comprar e organizar, com antecedência, algo simples e gostoso para saborear na noite de Natal, para que eu não fique na maior correria, nem me aborreça... para que não seja uma noite comum, um jantar comum... algo que eu possa talvez já deixar congelado, ou semi preparado. E vou comprar um vinho delicioso, ou aquela champagne que eu gosto muito, com antecedência !

9. Não importa se eu esteja só, com meu companheiro de 37 anos de casados, ou com meus filhos e mais familiares para dividir a ceia de Natal, nem quantas iguarias estejam prontas para serem servidas -  a mesa estará bem posta e bonita, vou estar vestindo uma roupa especial para a ocasião e, como em outros natais, meu coração estará feliz e cheio de gratidão por tudo que eu e meus filhos temos recebido de bom em nossas vidas. Não vou sentir vergonha de agradecer a Deus por isto!

10. Não vou sentir vergonha de convidar alguém muito especial, para estar comigo neste Natal! Antes de começar a saborear o jantar, ou fazer os brindes, vou pedir a Deus que se faça presente em meu coração, de uma forma especial, para que eu possa sentir que não estamos sós neste "mundo louco", que ele realmente se importa até mesmo comigo e para que me dê o maior e mais desejado presente que um filho gostaria de receber :  - A certeza de seu amor por mim!

Desejo um Feliz Natal para todos !

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Permanecer casada por Gratidão... Vale a Pena ?




Eles estão enfrentando um período difícil! São um casal amoroso, cúmplices, um do outro, que no momento encara desafios e mudanças profissionais que os mantem separados, em alguns dias por semana. Sobrecarregados com trabalho e viagens extras, ainda tem que transmitir segurança aos filhos pequenos, que estranham tais mudanças na rotina de suas vidas.
Quem já passou por isto, sabe como é. Nós, mulheres, nos sentimos inseguras, quando nosso homem sai para uma nova e dificil "aventura" no trabalho, deixando-nos preocupadas e sozinhas com tudo o que antes, era dividido. Além disto, temos que aguentar o mau-humor que sempre "sobra" para aquela (nós), com quem eles sabem que podem desabafar seu stress, sem que a sociedade os julgue " uns fracos".
Eu posso ver claramente o quanto eles se amam e estão a desperdiçar o tempo com grosserias ou dúvidas a  respeito deste amor, ao invés de perceberem que o grande vilão é, na verdade, o stress que vem com toda grande mudança e desafia nosso desejo de mantermos nossa vida confortável e sob controle.
Afinal, se a guerra bate à nossa porta e nos derruba do leito ( onde amorosa e calmamente fazemos amor), há que se tornar forte, colocar armaduras e sair valente para a batalha !
E, convenhamos, assim transformados, tanto o homem como a mulher, para enfrentar o inimigo (entenda-se as dificuldades da vida adulta), vestidos de coragem e da armadura que nos endurece a pele, preparados para golpear e nos defender, armados até os dentes... bem, difícil não "sobrar" algum golpe desferido cegamente, contra aquele pelo qual, tudo vale a pena!
No fundo a gente sabe que, tudo sempre vai dar certo, "se nos mantivermos unidos", apesar de tudo. É neste momento que percebo a necessidade de chamarmos para entrar em cena, nosso maior aliado - um sentimento que pode colocar tudo a perder, mesmo que ganhemos a batalha, se ele não estiver presente no palco - a Gratidão !
Neste momento, em que parece que fomos abandonados pelo outro que até ontem, era cúmplice... que parece que ele (ou ela) está sòmente a se preocupar com sua própria batalha pessoal, vaidade e desejo de ser um herói...é, neste momento,  imprescindível levarmos conosco, por baixo da armadura e dentro do  coração, o item mágico, único capaz de evitar que a dureza do aço cole em nossa pele, para sempre - a Gratidão !
Se não formos capazes de senti-la, por tantos outros momentos que passamos juntos, por tantas pequenas coisas que recebemos um do outro até um momento antes da guerra... até pelas idas ao supermercado ou farmácia ( o que nos poupou deste trabalho cansativo)... pela ajuda com os filhos pequenos ou com cargas maiores ( quando nosso corpo pedia mais alguns momentos de descanso), pelos olhares e atitudes de cumplicidade que pudemos trocar ... pela coragem de enfrentar o que não pudemos enfrentar sòzinhos... pelo incentivo ou elogio que nos ajudou a levantar a cabeça, quando pensávamos que o pescoço já havia quebrado... pelo abraço silencioso quando precisávamos tanto de aconchego... pelo chacoalhar dos ombros, quando a gente estava se deixando abater pela vida... pela comida e contas pagas no final de mais um mes... pelo dinheiro que um emprestou ao outro, quando o salário não deu... pelo perdão recebido quando a gente sabia que tinha cometido um erro imperdoável...enfim... se não pudermos carregar em nosso coração, para lembrar, a gratidão, antes de tudo o mais, então, sinto muito, mas metade da batalha já estará perdida!
Vai ser muito difícil e já entraremos nela, parte derrotados, pois lutaremos 2 batalhas - uma com a vida e outra com a parte melhor de nós- aquela que até ontem, podia acreditar que era amada e podia dar amor. E exatamente quando resolvemos acreditar que não somos amados, plantamos uma semente da discórdia, que nos enfraquece e deixamos o inimigo entrar. Nosso maior medo terá tomado conta de nós ! O medo de estarmos lutando por algo, que não fará mais sentido se perdermos o que mais nos interessa!
Então, tudo se confundirá em nossa mente. Já não saberemos mais se estamos lutando porque a dificuldade bateu a nossa porta, já que nem tudo aconteceu como planejávamos idealmente para nós e quem amamos. Podemos ser levados a crer, que o outro tem razão em duvidar de nosso intento, já que demoramos um pouco a guardar as armas, quando o motivo da batalha deixou de existir.
Talvez por isto, nas histórias e lendas, seja importante o simbolismo do herói (hoje homem ou mulher), que vai à luta longe de sua amada ( de sua capacidade de amar, de entregar-se docemente), para que ela não presencie como ele pode ser rude, na batalha. E ele ( hoje ele ou ela), pode lutar com coragem e bravura, porque tem como objetivo, trazer para ela os louros da vitória e então desnudar-se novamente, para receber o verdadeiro prêmio por sua conquista.
Hoje, homens e mulheres batalham juntos. É necessário que, durante a batalha, principalmente nós, mulheres ( mas também os homens, em algumas circunstâncias), possamos saber nos afastar um pouco, para evitar recebermos golpes dados às cegas e que não é o momento propício, para esperar que, nosso herói, se dispa para nós ( a menos que estejamos em terreno seguro).
Durante a batalha, não podemos deixar que a dúvida, plantada talvez pelo inimigo, se aproprie do que é nosso! E ao término, seria melhor, pedir perdão se cometemos abusos e ao mesmo tempo, mostrarmos que, em nosso coração, sempre houve o reconhecimento pelo que o outro é em nossa vida. Então, colocaremos  aos pés do nosso amado(a) os louros da vitória.
No momento que a vida exige de nós, total atenção, seja porque um bebê que depende de nós pra viver quer nosso seio para mamar, seja por outro problema , não é o momento certo para nos sentir preparadas(os) para fazer amor. Mas, se tivermos pelo outro a gratidão, viva em nosso coração, ela manterá a chama acesa a tal ponto, que teremos cuidado com o outro e poderemos até " dar uma escapadela" para um momento de idílio. Nossa amada (simbolicamente a capacidade de amar) não estará abandonada à própria sorte e não se deixará levar por inimigos e, nós, heróis, sentiremos nossas forças redobradas, pois andaremos de cabeça erguida em meio ao inimigo, que não poderá nos roubar o premio maior.
Sairemos vencedores ao final, qualquer que seja o resultado.
Ao pensar nisto, lá fui eu, escrever um email para meus amigos( resumindo tudo em poucas frases, claro !) , para lembrá-los disto. Passando em frente a um espelho, olhei para mim mesma e então, perguntei:
- " Ah! então é por isto, não é ? É por gratidão, que você está com um homem tão diferente de você, há tantos anos e depois de tantas batalhas? "
Alguns poderiam se ofender com isto, mas eu não. Se meu marido me dissesse que hoje, após 37 anos de casados, sente por mim, também uma enorme gratidão, eu me sentiria feliz. As pessoas que não sentem gratidão, também não se sentem amadas, pois nada lhes parece satisfazer, e acabam tendo de enfrentar sozinhas, o seu maior medo ( o de ficar sozinhas) !
Claro que gostaria,que meu homem tivesse podido perceber mais cedo, quando os motivos para as batalhas já não existiam... ou quando entrava em batalhas que não eram as dele... ou que ele pudesse ter demonstrado, mais vezes, seu amor por mim... mas sei que ele me ama, pelas pequenas coisas que recebo dele e, não me passam desapercebidas, não!
Posso dizer que foi algo que aprendi com a maturidade : Se a gente não conseguir sentir gratidão o suficiente para ficar com alguém, talvez não valha a pena mesmo, continuar... e
Quanto mais gratidão a gente sente, porque decidiu perceber as pequenas coisas que recebe, mais a gente se sente amada ! (e talvez isto não seja apenas uma ilusão, mas apenas a disposição para ver e receber uma expressão verdadeira de amor, que o outro pode dar ! )

E o que escrevi, entenda-se que pode servir tanto para homens como para nós, mulheres.
Abraço. Boa Semana!


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