segunda-feira, 10 de maio de 2010

- " Como aprendi a me "prostituir"...e o fiz com gosto!


(contin. de -"Como o artesanato em Cerâmica entrou em minha Vida" )

Foi assim que, numa feira de artesanato que participei, uma pintora de um quadro que eu admirava,após conversarmos por 5 minutos, me chamou de lado e me deu um papel, com a Oração do Artista. Foi a resposta que eu procurava! Me enchi da certeza de que, fazer "coisas bonitas" com amor, colocar "boas energias" em meu artesanato, iria proporcionar aos meus clientes, o contato com o belo. E, há muito tempo eu sabia, que um ambiente organizado e bonito pode ajudar o ser humano a se sentir melhor. Pode lembrá-lo que é sua alma que também contém o belo, que o admira e o deseja também fora e perto de si. O belo em nós, reconhece e deseja aproximar-se de seu igual, que há no outro ou nos objetos. " O divino em nós respeita o divino que há no outro!"   Assim, convidei meu marido para fazermos do artesanato em cerâmica,nosso único "modo de sobreviver a crise".Eu sabia como fazer barro e idéia transformarem-se em um artesanato bonito e especial, e ele,com seu espírito empresarial, sabia como vender e transformar isto em dinheiro. Para minha alma de artista, era como aprisionar as asas da liberdade,em uma gaiola! Contudo, o dinheiro andava muito curto.
   Nossa "fábrica" artesanal caseira, como a chamei no início, quando não sabia o quanto seria importante, exigiu de mim aprender com meu marido, a disciplina, a concretude das necessidades do corpo, mais do que do espírito. Alimentar o corpo é fundamental e, de certo modo, heróico! Aprendi a ser mais humilde, a compreender,mais que nunca, aquela tola discussão sôbre a tão falada "prostituição da arte". isto era frescura. Eu aprendi, desde que fiz um curso de escultura com o renomado artista Calabrone, que grandes artistas tiveram sempre que fazer "múltiplos" ou grandes tiragens de algumas de suas obras, para poder sobreviver...que diria eu, uma ilustre desconhecida,que da arte nada sabia, a não ser a prática das pesquisas, que minha curiosidade me levavam a empreender!
   Fiquei indignada quando um cliente,proprietário de loja importante do Shopping Beira Mar, sugeriu-me fazer a ponte de Florianópolis em cinzeirinhos, e ainda escrever o nome da cidade! Sem dizer a ele, para não parecer presunçosa, presunçosamente pensei :
   - " Sou artista, gosto de criar peças diferentes, não sou uma fábrica ! ainda mais de cinzeirinhos ?!"
   Foi então, que aprendi a me "prostituir" !! E o fiz com gosto!
   Claro, de um modo que me fazia sentir recompensada..como eu sempre brincava : se eu tivesse que me prostituir, teria que ser com classe e com prazer!
   Fiz uma encomenda de muitas que vieram por anos e, aos poucos, fui introduzindo pratinhos e quadrinhos no lugar dos cinzeiros. Me tornei uma artesã. E foi assim que aprendi a respeitar o artesão, o que trabalha com sua criatividade, muito suor e amor, e busca aprimorar-se em seu trabalho!
   Este é o profissional que não tem falsa modéstia, porque acima de tudo, ele trabalha primeiro para contentar a seus próprios padrões de exigência, sabe o quanto isto lhe custa e no final, ao olhar seu trabalho, só o entrega ao cliente se puder orgulhar-se dele, não por ser perfeito, mas por saber que neste trabalho, está o melhor de si. Este é o tipo de artesã que sou.

(por favor, continue parte III )
texto: Vera Alvarenga
foto: Vera Alvarenga

domingo, 9 de maio de 2010

- " Como o Artesanato em Cerâmica entrou em minha Vida..."

   Ao mudar de cidade,em 2010,deixei para trás de vez, a atividade de ceramista. Estes 3 próximos posts e a exposição de fotos, é uma despedida e homenagem a todos os artesãos, e ceramistas (seu dia é o 28 de maio, dia em que, por "coincidência", faço aniversário !)
   Há 13 anos atrás,após uma séria crise financeira que durou 6 anos, meu marido,ex empresário que já tivera 600 funcionários,arregaçou as mangas e fazia qualquer serviço que aparecesse.  Havíamos deixado nossos filhos e amigos em São Paulo,para tentarmos viver nosso "destino", tentando evitar que nossos filhos, em vésperas de se casarem e o mais novo fazendo faculdade, tivessem que "rodar conosco ladeira abaixo".
   Eles eram jovens.Tinham força e impulso para continuarem suas vidas daquele ponto, com as bases que pudemos lhes dar, até então.Nosso destino era incerto,tínhamos de recomeçar "do nada". Contávamos apenas com o dinheiro a receber, da venda do ponto do nosso 2º restaurante, ao qual tinhamos dedicado os 2 últimos anos, mas que começava a nos dar prejuizo, porque o comprador do restaurante anterior, suspendeu inesperadamente o pagamento. Deste modo, nos mudamos para Florianópolis,em busca de uma vida mais "barata". Longe de tudo e todos que conhecíamos, nos aventurávamos mais uma vez, sem que eles pudessem presenciar cada detalhe desta luta: só nós dois, "por nossa conta e risco"... contudo, eu e meu marido estávamos juntos, unidos no mesmo barco, para o que desse e viesse e para mim, era o suficiente para encarar tudo, apenas como um desafio a mais para vencer.
   Pouco tempo após nossa mudança para aquela praia bucólica e sentindo-nos abençoados por Deus por podermos atravessar momentos de crise, em local tão bonito como aquele, veio um golpe que quase nos derrubou. O comprador do 2º ponto do restaurante que havíamos vendido, em pleno funcionamento e com 270 clientes, de repente também parou de pagar e, embora sua família continuasse a trabalhar no local, ele sumiu, o que impedia, a então cega "Justiça", entregar-lhe os papéis, que nos permitiriam continuar com um processo para receber o que nos devia! O dinheiro acabava.... e eu, comecei a ter problemas com minhas mãos, pois abusara muito do meu corpo nos 4 anos do restaurante. Deste modo, o artesanato que eu fazia e vendia aos poucos, começou a me parecer algo sem importância e supérfluo, diante da situação. Comecei a me perguntar se não deveria deixar "aquela mania de trabalhar com coisas bonitas", para arregaçar as mangas e também "fazer qualquer coisa", mais importante. Reconheço que Deus, nunca me deixou verdadeiramente, sem resposta....
   (por favor...veja continuação no próximo post )
texto: Vera Alvarenga
foto: Vera  Alvarenga

sexta-feira, 7 de maio de 2010

- " 10 coisas que uma Mãe tem que aprender..."

   Aqui estou lembrando de quando eu tinha meus 32 anos e meus 3 filhos eram meninos ainda!
   Daí por diante, foi quando eles começaram a entrar na adolescência.Comecei a achar que era mais difícil ser mãe! Eles,se tornavam mais independentes, saíam debaixo das minhas asas protetoras, e eu, já não sabia mais como brincar com eles ou dar-lhes respostas tão inteligentes,como seria o esperado!Ou ainda, como convencê-los a fazer o que eu achava que era mais seguro para eles.
  Ah! Desde que nossos filhos nascem, nós mães, temos que aprender, inclusive a desenvolver capacidades e "profissões" extras.
Na minha experiência, aprendi que algumas coisas são fundamentais, mas nem todas consegui fazer :
1. Mãe tem que ter olhos de lince... e pular feito felino...
   Quem é mãe, sabe que é verdade!  o lince,dizem, enxerga longe, pressente o perigo e isto é fundamental quando um filho vai animado, encantado, se aproximando de algo perigoso... como quando pulei e tirei meu filho mais novo, da frente de uma filhote de jararacuçu, quando ele ainda bebê estendia sua mão para o bicho que levantava sua cabeça...
2. Mãe tem que aprender a voar como uma águia...
   E o vôo tem que ser suave e silencioso, para não assustar, mas muito rápido, para com suas garras certeiras, apanhar os filhos ainda no ar! Uma vez, quando meu filho mais velho tinhas seus 2 anos e meio e estava subindo na janela de um apartamento num andar bem alto... bem eu aprendi a voar. Já não consegui, o mesmo feito, quando o filho do meio, com 6 anos resolveu sentar-se no balcão da escada de um sobrado e... meu Deus,eu abracei apenas o ar! porque ele, num piscar de olhos se desequilibrou e, caiu no vão da escada, indo direto no vazio, até ser barrado pelos primeiros degraus no andar de baixo! Conseguimos voar até lá em segundos... e ele levantou-se tonto, mas perfeitamente bem.Milagre! Arrepia, só de lembrar!
3. Mãe tem que ter abraço macio, quentinho e aconchegante, feito mamãe ursa...
   E tem que dar mil abraços, pra esquentar o corpo do filhote, ou mesmo para abraçá-lo depois de homem feito, quando ele parece ser maior do que ela, mas se sente pequeno como um menino, diante de uma situação que o deixa, por alguns momentos, com a impressão de que aquele momento ruim, não vai passar...
4. Mãe, ao mesmo tempo, tem que aprender a parecer indiferente, como uma gata...
  Quando este mesmo filho homem atravessa um momento difícil na sua vida, e ela não pode mostrar-se penalizada, porque outras pessoas dirão que ela está deixando de transmitir ao filho que confia nele! Que bobagem! Claro que mãe confia nos filhos, sabe de suas capacidades, mas...que mãe não sente pena, quando vê o filho sofrer? A gente só quer abraçar, como quem diz: " Filho, acredita, você consegue, isto vai passar! Só te abracei pra te dizer isto!"
5. Mãe, tem que aprender a ter coragem e soltar fogo pelas ventas! feito dragão!
   Mesmo que seja calma, discreta como eu era... mãe tem que aprender a proteger seus filhotes quando pequenos! O difícil, é saber dosar isto, mas como ela também tem que aprender a ter bom senso, vai saber quanta lenha pode queimar em suas investidas.
6. Mãe,como disse acima, tem que aprender a ter bom senso...e muita coragem...
   Pra conseguir mostrar ao filho que está sempre ali para defendê-lo, mas que não poderá fazê-lo quando ele estiver errado, ou quando houver coisas, que só ele terá que enfrentar ou viver. Poderá apenas, continuar a seu lado, enquanto ele aprende as consequências de seus atos, ou enfrenta uma doença ou cirurgia....Isto é difícil demais!!
7. Mãe tem que aprender a falar como papagaio...
   E como um disco quebrado, tem que persistir em repetir coisas como princípios, mas principalmente as palavras ... "Filho, eu te amo"... "eu gosto de você"... "eu te admiro"... "desculpa, eu errei!" "Te amo, mas você tá errado, desta vez"... ( esta última frase é um pouco difícil pra mim, mas eu digo,mesmo sem muito jeito)...
8. Mãe tem que aprender, como os morcegos, a não temer o escuro !
   Se ela quer que seu filho adolescente chegue em segurança em casa e não dependa de caronas de estranhos (o que pode significar grandes riscos), ela tem que perder o medo da noite, vestir sua capa de mulher morcego e ir, de madrugada buscar os filhos nas saídas das festas ou discotecas, até que eles possam ter seus próprios carros. É muito desconfortável isto, mas é muito melhor do que ficar noites sem dormir, porque se é comodista ou medrosa. Este foi um erro que cometi e me arrependi muito.
9. Mãe tem que aprender a ser leal, como um cachorro amigo...
  Desde que os filhos são pequenos, a gente precisa perceber que eles merecem nosso respeito, e que se não devemos mimá-los demais, também não devemos colocá-los em situações difíceis ou ridículas, por causa de amigos ou convenções sociais que não se sustentam por seu valor. Ah, isto eu consegui fazer e podem crer, os filhos crescem e, sem que a gente espere, sentirão isto e serão gratos, e também vão oferecer sua lealdade aqueles que eles amarem! ( e a nós também, é claro). E isto é muito bom!
10. Mãe, às vezes já nasce sabendo,que é melhor se afastar como os elefantes...
   Quando o elefante está doente, ele se afasta da família... mãe, parece saber agir deste modo, às vezes, quando as coisas não vão bem pra ela, quando ela está muito doente... ou quando sua presença possa significar perigo, para o filho... Por mais que a mãe se sinta só, ou tenha vontade de pedir ajuda, é natural que não o faça todas as vezes que sente esta vontade, ou que não diga tudo o que pensa, ou que saiba afastar-se quando a nora é ciumenta ... pelo menos até que esta perceba que, como nora, jamais vai tomar o lugar da mãe no coração e lembranças do filho... e que a mãe dele, jamais poderia pretender tomar seu lugar como mulher, ao lado deste homem. Mãe sabe que seu filho sentirá amor por duas mulheres, e que estas diferentes formas de amor não se excluem, nem precisam competir, pois mãe sabe que a mulher que seu filho escolheu representa seu presente e seu futuro,  e, ficará feliz por isto, pois sabe que filhos são tesouros... para outros desfrutarem . Não queremos criar nossos filhos na nossa barra de saia!!
  Quero homenagear minha mãe, por tudo o que ela conseguiu ser e me ensinar, e a todas nós, mães ( inclusive minhas queridas noras) que procuramos amar nossos filhos e fazê-los sentir isto.
  Quero homenagear meus filhos, hoje 3 homens, com quem aprendi muito, tentando ser uma boa mãe e percebendo que cometia erros, e agradecer a eles, sem falsidades (eles sabem),nem demagogia, pois eu recebo deles hoje, carinho e amizade que, quando são pequenos, a gente nem pensa em receber. Não os amei visando algo em troca, mas agradeço a retribuição, sinal de que aprenderam que amar é comprometer-se com o outro e retribuir sem que isto seja sentido como um peso. São uma benção em minha vida e me orgulho deles, por tentarem amar,demonstrar seu amor e acreditar que a vida vale mais se a vivermos por princípios honrados em que acreditarmos.
   Agradeço a meu marido por ter sido um pai presente como provedor... e por,mais tarde, ter conseguido perceber que demonstrar amor por outras formas, também era uma valorosa forma de amar.
   Agradeço a Deus, todas as vezes que, através de minha intuição ou de outros fatores, Ele me ajudou a proteger ou ajudar meus meninos quando,ainda pequenos, precisavam que eu lhes garantisse segurança e apoio.
   FELIZ DIA DAS MÃES PARA TODAS AS FAMÍLIAS !
texto: Vera Alvarenga
foto: Vera Alvarenga

sábado, 24 de abril de 2010

- " Minha criança e você..."

   Quem acompanhou alguns de meus posts, sabe...A mulher madura que sou está há algum tempo neste trabalho interior, que culminou com minha mudança de cidade também, e quase com o rompimento de um relacionamento de 38 anos!
    Não dá pra fugir...Comecei a tirar a poeira do baú, jogar fora o que não serve mais e a aprender a amar e integrar em mim, a minha querida criança, aquela que existe em cada um de nós. Mas, além desta, estavam escondidas, no fundo da arca, algumas fotos de uma jovem mulher, apaixonada, crédula, forte e meiga, quase adolescente, sempre menina, por isto vou chamá-la também de “minha criança”, pois hoje, que estou tão mais velha, a criança que fui e ela são quase uma só!
Lembro que uma vez, quando ainda não tinha 30 anos, me dei uma ordem:
   - “ Amadurece menina! Não há lugar nem tempo, para romantismos. Você não vai mais sofrer com estes seus tolos desejos! Cresce!” 
   E fui logo atender aos chamados de algumas tarefas, como mãe de tres garotos, dona de uma casa grande com dois pastores alemães e um enorme jardim para cuidar. Naquela noite, quando as crianças dormiram, muito triste, fiz um ritual - um enterro simbólico daquela jovem tola... mas, devia ser noite de lua cheia e minha pastora inteligente, logo a desenterrou!
   Até hoje, na lua cheia eu... bem, não importa...como eu dizia, era uma caixinha nem sei de que, contendo nada mais do que meus pensamentos, é claro! Era só simbólico, lembram?! Decepcionada, joguei a caixa no lixo, mas daquele dia em diante, tornei-me de vez, uma amadurecida “mulher adulta”, mais paciente, mais forte, mais séria, que se envergonhava quando a tal garotinha alegre teimava em me preencher de sonhos ou desejos de travessuras. Mas a vergonha não vinha evidentemente do desejo por elas e sim, quando não podia satisfazê-las alegremente com um companheiro igualmente disposto.
   Acho que todos nós, de uma forma ou outra, passamos por uma fase assim. Felizes são os que não conseguem “enterrar” em si mesmos a sua criança/ adolescente ingênua, cheia de vida e desejos, nem aquela jovem mulher idealista e sonhadora. Confesso que foi conveniente que Luana a tenha desenterrado, pois para nós, como casal, sempre foi muito bom quando esta jovem mulher decidia mostrar que ainda estava viva em mim.
  E foi ela que me manteve criativa em meu trabalho, e que ainda hoje reage e encarava a vida de frente, sem medo porque ama e crê que tudo vale a pena. E para me dar juízo, tenho em mim, à frente de minhas ações, a que pacientemente vem envelhecendo e aprendendo com o viver. Psicologismos à parte, sou muitas! todos somos! Adoecemos ou nos deprimimos quando ficamos divididos, quando o coração deseja diferentemente da razão, quando não podemos ser íntegros, quando parece que a alegria é pecado, e por isto, deixamos de alimentar parte do que somos. E infelizmente é bem aquela parte boa que nutriria a nós e a outros.
   Quando anos depois, em depressão, vim de Florianópolis, foi meu netinho que deu a mão para minha criança interior e uniu nós todas outra vez, com seu sorriso! E eu, sorrindo com ele,curei minha alma. Sou-lhe grata eternamente por aquele sorriso e pelo amor que pudemos trocar.
    A vida é assim. Ninguém disse que todos estão no mundo só para nos fazer felizes. E não podem ser culpados, se desistimos do que somos! Há momentos difíceis. E há dias tristes e chuvosos, sim, para todos.
    Há contudo os que nunca se adaptam quando as coisas não são exatamente como determinam, e azedam, ou azedam outros com seu mau humor e indisponibilidade.
   Mas se temos sorte, podemos nos curar e sempre recomeçar, graças a um raio de sol, ou a um pássaro, ou a um anjo – alguém que aparece em nossa vida e se comunica conosco, com o melhor de si, exatamente a parte jovem ou criança que está no coração do ser humano que é. Algumas pessoas se comunicam de coração a coração! e, às vezes, apenas assim.
   Há pouco tempo, o coração da jovem que há em mim e que se assusta quando olha no espelho e se surpreende tão envelhecida, foi despertado por outro coração, que ousou expressar-se também com ternura. Me surpreendi, pois não imaginava que esta jovem mulher pudesse existir ainda. Mesmo pelo desconforto que isto me causa, às vezes, por parecer tão “inadequado” ou inoportuno porque tardio, é sempre um anjo que vem nos trazer à vida, e um raio de sol que vem trazer luz ao nosso dia, e por isto sou grata. Como já disse uma amiga, a Sissym, um simples “olá, como vai”, de alguém que se importa, ilumina nossas noites.Coloca mais estrelas no céu.
   Não é “impróprio” dizer-lhes que não vou mais envergonhar-me pela minha criança interior, nem querer mais “desensibilisar” o coração da jovem mulher que há no meu ser, porque faz parte da minha história, do que sou! E serei uma "senhora", mãe, mulher, mais terna e melhor, se me permitir a integridade. Me permitirei pelo menos ser digna assim, desta forma.
   A todos os amigos que me lerem, a todos os que estiverem procurando mudanças interiores e buscam ser uma pessoa melhor, minha criança interior quer abraçar e enviar um recado. Em nome dos interesses de sua criança interior:
    - " Me deixa existir pra sempre em você! Sou crédula, tenho uma índole feliz, sou uma de suas partes boas. Se um dia você sentir-se sozinho ou desrespeitado, olha pra mim, porque nunca deixarei de te dar um sorriso e de acreditar em você! Não me sufoque! Somos mais humanos e felizes, juntos!"

Abraço,Vera.
texto: Vera Alvarenga
foto: Vera Alvarenga

sexta-feira, 23 de abril de 2010

-"Uma Gde. Mudança - P.III - Preparando um cantinho para Compartilhar"

  " Preparando meu cantinho para Compartilhar com os Amigos" -
   Enfim,esta foi uma grande mudança, tão grande que pensei que ia morar em Sorocaba e, no entando, estou em outra cidade! Acreditam?! É que a casa que alugamos fica na divisa das duas cidades, mas já em Votorantim! Vim de coração para Sorocaba, onde passei dias da minha infância, e me entrego de peito aberto a Votorantin. De qualquer modo, daqui a algum tempo, vou pedir pra fecharem a "porrrta", que eu tô tomando um "leiiiTE quennnTE"! Cresci ouvindo este sotaque interiorano característico daqui.
   Foi em Sorocaba que fui ao meu primeiro baile com minhas primas e coloquei meu primeiro salto alto!Aqui viveram alguns tios, tias, primos, avó. Fazia mais de 20 anos que não vinha para cá! É uma bela cidade! Agradável, culturalmente organizada em eventos a que temos fácil acesso. Uma cidade onde filhos e netos convivem habitualmente numa praça ou em suas casas.
   No ano passado, foi em Birigui que decidi aprender a nadar, por minha conta. E consegui! Como tenho artrose,com a natação minhas dores sumiram e a cada vez que entrava naquela linda piscina rodeada de coqueiros, me sentia renovada e orgulhosa de mim, por ter "vencido" meu medo de água.rsrsrs...
  Sorocaba é muito grande, comparada a Birigui e eu estava preocupada por ter que deixar pra trás a natação, que fizera tão bem à minha saúde!! Imaginem o que descobri outro dia!! que alugamos a casa exatamente na rua paralela à do SESI de Votorantim. Só não podemos frequentar a piscina até outubro por causa do frio, mas no verão, estarei lá, com certeza. Não é mesmo destes pequenos milagres da vida?!
   Agora já sei que vou poder continuar a trabalhar para o meu filho...Graças a Deus haverá trabalho! estou feliz!! e muito grata.
  Nunca temi mudanças. Sempre temi apenas não ser amada, não poder amar ou não saber sorrir com gratidão para a vida. Hoje sei que o amor não deve limitar-se a uma só forma. Pessoas mais velhas precisam de amores diferentes, ou seja, de todas as possibilidades de amar e serem amadas.
   Há mudanças acontecendo também na minha mente e coração. Continuo a crer que não devemos magoar as pessoas ligadas a nós, mas agora sei que posso alegrar minha alma com o que seja imprescindível para o significado na minha vida.
   Continuo a ser uma pessoa leal, compassiva, carinhosa, mas hoje é claramente espantoso constatar que o tempo passa depressa, e não volta jamais para compensar o que não fizemos pelos outros e, principalmente por nós mesmos. Está mais claro também pra mim, que se por um lado devo ser mais responsável pela minha felicidade, e não só o outro, então eu também preciso deixar que o outro aprenda as consequências de suas escolhas. Não devo querer proteger aqueles que amo o tempo todo, pois parece que isto seria pretensão maior do que o limite a que posso ir.
   Estou inteira nesta cidade, Sorocaba ( hiii, mas com um pé em Votorantim! Meu coração terá 2 lugares para se aconchegar). Tenho que aprender a sair sozinha, de vez em quando,  para o teatro, zoo, tirar fotos, shows de graça na praça, nos domingos, enfim, colher da vida o que nem preciso pagar para ter.
   Afinal, sentar numa cadeira confortável à sombra de uma árvore, numa bela praça daqui, ouvir música, ler um jornal, ver as pessoas e sair de lá apenas na hora e ritmo que for o meu, deve ser algo muito bom que talvez valha a pena aprender a fazer. Claro que seria melhor ter companhia, mas não posso mais insistir com o outro ser humano que está a meu lado, só porque EU acredito que isto seria bom para ambos.
   Só agora percebo que passei muito tempo da minha vida tentando controlar tudo, pois não percebia que algo só é bom para "dois", quando "ambos" desejam espontâneamente a mesma coisa, ou decidem se revesar no comprometimento! E, desistir sempre das coisas que gosto, levaram-me a ter uma história bonita e dramática de amor, me ensinaram a dominar minhas vontades, a viver de modo realista, porém não me levaram a viver um amor  daqueles onde as duas pessoas crescem e ajudam o outro a se tornar uma pessoa melhor.
   Continuo de olhos atentos para as coisas boas.Em frente à minha casa há um pé de amora, onde vi um casal de Saíra de cor turquesa! Olhem só que lindo!
   Eu e meu marido adoramos pássaros, soltos.
   Coloquei uma mesinha para dois no terracinho  - para jogar baralho, ou para quem queira vir e conversar. Minha Rainha da Noite, abriu uma bela flor diferente de cada vez, por quatro noites seguidas, só pra me dizer que continua misteriosa e imprevisível, como a vida! e que nada se repete igualzinho o que foi!! Cada coisa, que perdemos,era nossa única chance de ter tal tesouro.
   No quintal, sem nenhum pedaço de terra, coloquei quase 30 vasos que trouxemos da outra casa...é meu cantinho, meu jardim para compartilhar com os amigos que vierem para tomar uma limonada conosco, uma cervejinha rsrs... que quiserem ver os beija-flores que começam a vir ou para aqueles que quiserem apenas conversar comigo, ouvir música,ou ficar em silêncio, se necessário...  Sou tímida, mas não sou mais orgulhosa, preciso de amigos para ser uma pessoa melhor...
Tem jaboticaba, mexirica, lichia... e flores!
   Meu lar sempre foi algo que eu mantinha "protegido", um ninho para a intimidade resguardada e disponível para o amor entre dois, e seus filhotes amados. Nele deveríamos poder pendurar nossas pesadas armaduras de pais heróis e confiar uns nos outros. O amor tem várias formas e fases. Crescemos, amadurecemos.
   O amor verdadeiro, se e quando existe, igualará os direitos, respeitará as fraquezas de cada um e as diferenças, multiplicará as bençãos, nos fará capazes de amar a muitos outros, de outras formas, não precisará mais do isolamento e florescerá mais quando dividir a alegria, que poderá ser compartilhada com quem vier em busca de amizade.
Os amigos do coração são importantes pra mim! e são os meus convidados. Serão sempre bem vindos por quem me amar e pela minha família!
 E hoje tenho alguns amigos especiais novamente.
Quero resgatar o sonho que tinha desde que me casei - viver o refrão que canto há anos!...
" Eu quero uma casa no campo ou em qualquer lugar, onde eu possa plantar meus AMIGOS, minhas "músicas" e livros...e nada mais!"  e quero poder sentir o amor por tudo, a gratidão, é claro, porque sem amor, nada vale a pena, e as flores murcharão....!
Somente o sentimento de amor e amizade, acalmam o coração do ser humano.
Com carinho, aos amigos do coração, ofereço minha casa.
texto:Vera Alvarenga

quarta-feira, 21 de abril de 2010

- " Uma Grande Mudança - Parte II - Sôbre meu cão Willie..."

   Como dizia no post anterior,esta foi uma grande mudança, inclusive de decisões tomadas anteriormente.
    No ano passado juntei dinheiro e comprei meu filhote de Shih Tzu - Willie. Desde menina convivi com cães. Foram vira-latas,fox paulistinha, uma mini poodle inteligente,mas com um latido fininho que irritava meu marido e porque ele ralhava com ela, a danadinha começou a fazer cocô, bem na porta de entrada do aptº,e somente à noite. Até hoje desconfio que ela quis chamar-lhe a atenção.Na disputa,ela perdeu e, claro, mudou-se para uma nova família. Depois,tive pastores alemães por causa dos meninos que me diziam que queriam cachorro "de homens"...
Finalmente uma Cocker, a primeira adorável companheira de verdade, pois ficou comigo dentro de casa, mais próxima portanto, e me acompanhou por 14 anos, e no tempo em que moramos em Florianópolis.
  Ela entendia tudo o que dizíamos. Grande caçadora! Por algumas vezes,quando suspeitava que tínhamos um bicho em casa,como um camundongo, lagarto ou gambá, eu ficava apavorada e pedia socorro ao marido. Este me dizia se tratar de "cisma" minha, que era medrosa, ou apenas um cocozinho de lagartixa (hã, hãn?).
  Mas Cora, sabia das coisas! Eu a chamava e ela, imediatamente começava a farejar. Logo descobria o rastro do invasor e onde estava escondido. Não falhava! Era minha heroína junto com o maridão que acabava tendo que ir tirar o bicho encurralado no lugar, onde não deveria ter ousado se alojar! Grande amiguinha e companheira corajosa, a nossa Cora! Nós a admirávamos por sua inteligência.
   Ela foi adotada, nos primeiros meses,por nossa pastora alemã e aprendeu com esta, a ficar de guarda na porta do local onde eu estivesse trabalhando. Era destemida, obediente, talvez pensasse ser também uma pastora! Mas, tinha um cheiro horrível, de vez em quando...Depois que ela morreu, pensei em não ter mais cães em casa.
   Aguentei firme até ano passado. Pesquisei. Queria um cão pequeno, leve para eu poder carregar, companheiro,que latisse pouco, que convivesse bem com outros cães e com meus netinhos, e que não tivesse cheiro ruim, quando molhado... Willie foi a escolha perfeita!    Contudo, nesta mudança,desisti também dele, que era de inteira responsabilidade minha, como havíamos combinado quando decidi comprá-lo. Foi uma escolha que fiz pensando no bem estar dele e em respeitar meus novos limites, dos quais ainda não tinha me dado conta, tão claramente. Fui imprudente ao levá-lo para casa,pensando na alegria que sua presença traria a mim e aos netinhos.
  "Precisamos ser responsáveis por aqueles a quem cativamos", não é? Ele ficou com uma amiga que o adora e suas duas jovens filhas, que vão mimá-lo, numa casa alegre, onde não ficará sozinho, como quando eu passava o dia todo no trabalho.
   Recentemente, quando quase me separei de meu marido entrei em contato com realidades que me fizeram pensar... não quero ter um adorável amiguinho dependente de mim, se não posso dar-lhe o que ele poderia precisar receber. Sei que sentirei falta dele, cujo caráter era ideal para quem queria um amigo macio, alegre e que gostasse de receber e dar carinho. Quando fôssemos viajar para visitar um filho ou para trabalhar, não teria com quem deixá-lo. Fica mais fácil termos "alguém" que dependa de nós,quando temos mais alguém com quem dividir esta tarefa.
   Já tive uma gata quando adolescente. É mais independente e não requer tanta atenção. O cão é diferente. Fica triste quando estamos tristes, ou quando não lhe dirigimos o nosso olhar. Gosta de tranquilidade mas não de solidão, quer agradar seu dono e adora receber reconhecimento. Quem tem um cão sabe, que ele retribui em dobro o carinho que lhe damos!
   Eu e os cães temos muito em comum (he,he,he). Ele é o animal que "toca" você e gosta de ser tocado, de se aconchegar. Se formos ter esta responsabilidade é preciso ponderar sôbre as condições reais que temos para mantê-lo bem e decidir pelo melhor para ele.
   Não posso me arrepender por esta decisão, pois neste assunto, não tive coragem para arriscar. Não seria justo! Nossos gentis amigos cães, companheirinhos fiéis para toda  hora, merecem o melhor de nós.
   É interessante que neste momento, percebo que me sinto como uma cebola, a ser descascada por mim mesma, é claro. Meu coração não chora, mas se recente sim, por algumas perdas. São cascas que não nos servem mais, são pesos a menos para carregar, talvez sejam algumas perdas necessárias, outras, que machucam ao deixarmos que se desprendam de vez... espero que eu possa descobrir que uma essência melhor, talvez mais saborosa e até doce, macia e clara, ainda possa me restar em mim, depois de tudo.
  Vocês já se sentiram assim, como se estivessem descascando a si mesmos?

autoria: Vera Alvarenga
fotos: Vera. 

segunda-feira, 19 de abril de 2010

- " Uma grande Mudança!... parte I"

  
  Na Páscoa, finalmente mudamos!
   E vou compartilhar com vocês. Venham, sentem-se, vou lhe contar...Mudei! de casa,de cidade,de clima! Uma grande mudança!
   Deixei objetos,móveis,roupas que não iam servir mais, para trás. A convivência agradável com jovens, no trabalho,também ficou lá, em Birigui.Contudo,boas lembranças ficam no coração,para sempre.
   Mudar cansa muito! todas as minhas articulações doem, mas comemorei com vinho!
   Dei todos os meus discos! Abandonei a intenção de continuar como ceramista- o pesado forno para queima da cerâmica,caixas de esmaltes, peças por pintar - objetos de um atelier, ferramentas que me acompanharam por muitos anos. Não havia espaço para o que nós dois queríamos manter a fim de resguardar alguma sensação de segurança quanto ao futuro.Eu precisava arriscar,sem garantias, dar o passo, subir no trem e não olhar para trás.
   A cerâmica? eu a conhecia bem! e me trazia a possibilidade de dar aulas.Não saberia o que fazer além disto, se precisasse de outro "emprego"! De quebra, me permitiria continuar com meu projeto de Mosaico com crianças na comunidade desta nova cidade. Eram idéias que me apaixonavam, alimentavam um pouco meu ego,confesso, quando eu via o resultado. Contudo, era uma atividade solitária.Alguém tinha que deixar coisas para trás...e decidi ser eu a sair como a lagarta, sem um caracol nas costas, pois já arrastei por muito tempo, toda tralha de dois ateliers. Assim,mais leve, quem sabe um dia ganhe asas como as borboletas! Mesmo não as tendo ainda,posso voar com meus pensamentos,criar e transformar outros materiais,e de outras formas...afinal, o que a gente precisa além do material a transformar...é a idéia!
   Embora sentindo pena,dei as coisas que podiam me ligar a esta paixão - " a arte cerâmica e a escultura". Na realidade, já não podia ficar horas mexendo com argila fria, nem adianta criar peças bonitas se não tenho o dom de saber vendê-las. É um grande esforço também que demanda muito tempo, o vender o que se faz.    Arte e artesanato são um pouco de talento,inspiração e criatividade,mas muito de solidão e transpiração e, como dizia minha mãe ainda que com um tom crítico do qual não posso culpá-la, eu sabia transformar materiais numa verdadeira alquimia que me encantava, mas "nunca soube transformar arte em dinheiro"!
   Se vendia minhas esculturas e peças em Raku (minha grande paixão!),era graças a intermediários que as mostravam, pois  não domino a difícil arte de "vender" e "fazer dinheiro". E precisamos dele, é claro! Há 3 anos, meu filho me ofereceu outro trabalho e, se este pudesse continuar, a cerâmica seria só para o meu prazer,no futuro. Dá até um aperto na barriga agora, ao pensar nisto, pois acabei com esta possibilidade, e sei que vivemos em um mundo onde tantos, tem necessidades tão atrozes, que jamais poderiam pensar em trabalhar por prazer! Eu tive a sorte de fazer isto e sempre acreditei que tenho que valorizar as oportunidades que chegam a mim (costumo chamá-las de bençãos), por isto,aproveitei muito o que pude. Mas sei que há muito mais para fazer.
   Não costumo sofrer de tédio! apenas preciso me apaixonar... e vou!
   Vou voltar a escrever, tentar terminar mais um livro infantil,batalhar para encontrar uma editora que publique outros já escritos. Ou,talvez,decida apenas viver! e trabalhar com a oportunidade que surgir. Continuarei a me apaixonar por pessoas e tentarei me aproximar mais de algumas que sei que valem a pena, apesar do receio de não ser o que elas poderiam preferir que eu fosse. Vou tentar cultivar,mais que nunca, os verdadeiros amigos, pois não quero mais perde-los sem saber o que gostariam de me dizer ou me pedir. Eles são os que se importam,que compreendem que temos em nós um fervilhar de emoções, que sabem que precisamos encontrar no mundo algo que nos alimente de vez em quando, com a mesma substância que nossos sonhos idealísticos costumam nos encantar e atrair,como moscas no mel. Gestos de amizade e ternura são como anjos que nos conseguem tirar de nosso vício da abstração no criar, idealizar,sonhar,transformar letras,sons,barro,tinta,cacos,caos,visões, em outros significados...
   Vou tentar não me deixar envolver pela magia do meu cantinho solitário,agradável e seguro que costumo criar ao redor de mim, mas que rouba minha atenção do convívio com outros, neste mundo ao qual chamamos de realidade. Vou me convencer que tenho coisas a dar e que outros a querem receber, assim, do modo como posso ser e,quem sabe, consiga driblar meu medo do "grupo",já que tenho preferência pelo que é mais íntimo. É a intimidade, ou seja, o estar a dois ou entre poucos, numa atitude de maior confiança e proximidade, seja com uma amiga,amigo ou companheiro, estar olho no olho, que me deixa segura, confortável.
   Embora alguns achem o relacionamento íntimo mais difícil, porque mais verdadeiro, é quando me encanta, porque penso que poderíamos ser o que somos, deveríamos poder nos mostrar ao outro. Talvez eu tente criar coragem para "sair" da toca, um pouco mais ao "social"... ou não...
   Para alguns de nós,beleza é fundamental para encontrar significado para a vida. E eu a vejo em diferentes formas... no abraço firme, no sentimento ou palavra carinhosa, mesmo virtual mas não ilusória, ou no gesto verdadeiro, concreto e que se quer fazer presente, que nos toca de perto. É isto que nos resgata de nosso vôo ( talvez fuga) em busca do etéreo para nos trazer com mão firme, de volta a nossa limitada, mas real humanidade. Assim, deixo o que sabia de cor, para aprender e me entregar a outro tipo de comunicação, que permitirei que me toque.
   Mostrar o belo através de fotos, comunicar-me com amigos na rede social, incentivar porque acredito no ser humano próximo, dividir o que me emociona e as agonias de lidar com sentimentos conflitantes... estas, quem sabe sejam uma melhor forma de me expressar, para a nova fase. Além disto, se a cada mudança, quiséssemos carregar toda a tralha e hábitos antigos conosco, não mudaríamos muita coisa,não é mesmo?
   E esta foi realmente, uma grande mudança! Foi assim, minha Páscoa, minha Fênix...
   E vocês, que mudanças se permitiram ou foram obrigados a encarar?

autoria: Vera Alvarenga
foto: Vera.

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